Macrotendências do ano são tema do Archtrends Podcasts
As macrotendências do ano foram tema do Archtrends Podcast, que recebeu Cassia Guerra, especialista em branding na Portobello Shop.
Na conversa com Maria Silvia Ferraz, editora do Archtrends, ela fala sobre o processo de criação do Trendbook, o caderno de tendências da Portobello.
Ele é baseado nas macrotendências do ano. Por sua vez, elas reúnem percepções globais sobre os caminhos apontados pelos padrões de comportamento das pessoas.
Cada uma das macrotendências do ano se divide em outras três microtendências. Elas ajudam a entender melhor como é possível aplicar os conceitos na prática, trazendo exemplos bem interessantes.
O moodboard de cada macrotendência é outro prato cheio para quem está em busca de inspirações. Ele ajuda na criação de produtos, objetos ou ambientes, por exemplo.
Entenda melhor nas linhas a seguir e confira os vídeos que ilustram cada trecho dessa conversa sobre as macrotendências do ano.
O que é o Trendbook da Portobello?
Cassia começa o podcast explicando que o Trendbook é o caderno de tendências da Portobello. É o resultado de todas as pesquisas feitas internamente, com base no comportamento do consumidor.
Para chegar a esse material, a Portobello conta com uma equipe diversa, que transita entre produto e branding.
O conteúdo traz inspirações vistas em viagens, como ao Salão do Móvel de Milão, na Itália, até pesquisas netnográficas e a avaliação do contexto político, econômico e comportamental.
Passando claro, por observar o que outras marcas disruptivas estão fazendo e o que pessoas influentes vêm falando por aí.
Essas “previsões” servem como um norte para entender para onde estamos caminhando. Apesar de ser um material vivo, a Portobello vem acertando no seu compilado de tendências nos últimos anos.
Esse é um grande feito, e torna a marca uma das referências no tema. Afinal, é comum a compra de relatórios de tendências de empresas especializadas.
Contudo, indo na contramão, a Portobello prefere criar o seu próprio caderno, apesar de também consumir o conteúdo de agências.
Com isso, a Portobello consegue colocar o seu olhar sobre as tendências, sempre puxando mais para a arquitetura e para a moda.
Ao juntar sua própria visão e outros materiais, a Portobello entrega não só o Trendbook. Também usa as informações para criar novos produtos e implementar melhorias em linhas já existentes, como vemos no preview Portobello 2023.
Agora, ao contrário do que algumas pessoas possam esperar, o relatório da Portobello não traz tendências muito específicas.
Em vez disso, aponta para comportamentos que podem ser desdobrados de diferentes formas no mundo da arquitetura e da decoração.
As macrotendências do ano também derivam três microtendências, que são mais palpáveis. Por meio de exemplos, dá para entender melhor como as macrotendências podem ser aplicadas.
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Entre macrotendências do ano, We Manifesto foca no social
Falando um pouco mais sobre as macrotendências do ano, We Manifesto surge como uma revisita a Me is We, uma das macrotendências que apareceu no Trendbook 2022 da Portobello. Inclusive, ela foi tema do Archtrends Summit 2022.
Me is We falava muito sobre como o ser humano se entende como parte da natureza, do todo. Portanto, a pegada ambiental é muito forte nessa tendência.
Já em We Manifesto, percebemos que cuidar do meio ambiente já é uma premissa para os consumidores. Ou seja, a sustentabilidade não é mais um diferencial.
Além disso, notamos que há uma forte preocupação com questões sociais. Isso levando em consideração o contexto global, como a guerra na Ucrânia, manifestações pelo mundo, mundial de futebol em um país muito conservador, entre outros exemplos.
Nesse cenário, os consumidores estão preferindo marcas que se posicionam. Mas não que apenas levantam uma bandeira. Eles querem que realmente haja ações que provoquem mudanças positivas, deixando a neutralidade de lado.
Portanto, We Manifesto, uma das macrotendências do ano, fala muito muito sobre diversidade, pluralidade, corpos, credos, aceitação e inclusão.
Para entender melhor como essa macrotendência pode se aplicar na prática na arquitetura, a Portobello traz um moodboard. Por exemplo, ele é composto por cores mais naturais, como na linha Terralma.
Inclusive, Cassia falou no podcast sobre a paleta de cores especificada no moodboard. Afinal, além dos tons terrosos, que apareceram também em coleções passadas, agora temos um tom de roxo.
Ele é, na verdade, uma alternativa dessaturada que se encaixa bem na nova proposta de cores que remetem à terra. Chegam ainda para compor o verde e o verde azulado, que dão um tom mais natural para a cartela.
Inside Out leva cultura do bem-estar ao extremo
Mais uma das macrotendências do ano é Inside Out, mapeada no Trendbook da Portobello com suas três microtendências, tal como as demais. Ela é uma derivação da Wellbeing, também vista nos últimos cadernos de tendências da marca.
Wellbeing falava sobre a cultura do bem-estar, que levava à preferência por ambientes aconchegantes. Seja por meio da escolha de texturas, cores ou materiais.
Contudo, a Portobello observou que uma das macrotendências do ano é levar o bem-estar ao extremo, tornando-se até nociva. Um dos exemplos é a chamada positividade tóxica.
Ou seja, a obrigatoriedade de se sentir bem, de ter atividades voltadas para cuidados pessoais, entre outros exemplos.
Daí, veio a necessidade de buscar, sim, pelo bem-estar, mas sem deixar de lado as próprias vulnerabilidades e falhas. Inclusive, a macrotendência traz a conexão do interior com o exterior, que deu origem ao termo “inside out”.
Afinal, o bem-estar pode variar de pessoa para pessoa, e isso precisa ser levado em consideração. É essencial respeitar os limites e a rotina para que esse conceito não se torne um fardo em vez de verdadeiramente contribuir para uma vida melhor.
A fuga dessa “vida perfeita” que pode ser tóxica também se reflete na casa. Por isso, entre as macrotendências do ano, uma das aplicações práticas é o uso de materiais brutos.
Cassia falou ainda que é possível mostrar o interior por meio de transparências, o que pode ser bastante interessante na arquitetura e na decoração. Vidros, cobogós e outros materiais podem ser usados na prática.
Essa também é uma das macrotendências que traz formas orgânicas, tecidos e texturas que ajudem a gerar bem-estar.
Já quanto à paleta de cores, há tons mais claros, como de bege. Mas também alguns pontos de luz, como materiais espelhados, o dourado e o prateado, por exemplo.
Neo Real é uma das macrotendências do ano sobre tecnologia
Evolução de Soft Tech, a terceira entre as macrotendências do ano é Neo Real. Cássia explica que, se antes ainda víamos uma fronteira entre o virtual e o físico, agora elas deixam de existir, surgindo de uma forma mais fluida entre as duas realidades.
Nesse cenário, a tecnologia empodera o ser humano para criar, imaginar e se expressar de todas as formas, sem limites.
Essa tecnologia que chega como agente de mudanças torna também muitos produtos e serviços mais acessíveis. Foi o que aconteceu com a democratização das assistentes virtuais nos últimos anos, por exemplo.
De fato, a automatização dos ambientes é uma tendência que veio para ficar. Na arquitetura e na decoração, isso aparece muito em cozinhas, com a tecnologia permitindo diferentes facilidades e funcionalidades.
Contudo, ao mesmo tempo, isso ainda aparecia de forma minimalista e meio “escondida”. No entanto, com Neo Real isso deve ficar mais evidente. De acordo com Cassia, o foco deve se manter na cozinha, mas a automação residencial tem espaço na casa toda.
Isso pode acontecer com a ajuda de microtendências, como o controle feito por meio de super aplicativos, ou ainda pela criação de inteligências artificiais (IA), capazes de se comunicar sozinhas.
No moodboard de Neo Real, como estamos falando sobre tecnologia, as cores são mais sintéticas, inclusive tons semelhantes ao Viva Magenta, a cor do ano 2023, que foi pensada para aplicações tanto físicas quanto digitais.
Inclusive, uma das formas mais “naturais” de trazer as cores vibrantes para a decoração é por meio dos mármores coloridos, como Verde Alpi.
O que também é mais sintético são os materiais. Há ainda formatos pixelados que surgem como uma forma de levar o mundo digital para o real.
O caderno de tendências da Portobello é um material realmente rico. Ele pode ser consultado gratuitamente por quem quer se aprofundar nas macrotendências do ano ou ainda conferir como elas se desdobram em microtendências.
Quer ficar por dentro de todos os detalhes? Baixe o Trendbook da Portobello agora mesmo!