Pé-direito baixo, alto ou duplo: qual o melhor para seu projeto?
A altura do pé-direito é um fator decisivo para a concepção de um projeto arquitetônico. Ao trabalhar as dimensões verticais dos ambientes, o arquiteto pode proporcionar uma sensação de maior amplitude e conforto nos espaços projetados. Além disso, muitos clientes são seduzidos pela imponência de um pé-direito duplo e exigem o elemento no projeto.
Naturalmente, nem sempre o pé-direito mais alto é a melhor escolha. Dependendo do objetivo e do espaço disponível, o rebaixamento ou o pé-direito padrão podem ser mais adequados, ou até mesmo a única opção, como é o caso de reformas em apartamentos antigos ou casas que não possibilitem este tipo de intervenção. E, claro, se o custo extra for incompatível com o orçamento da execução da obra, também pode ser preciso limitar a altura.
Neste artigo, vamos explicar melhor qual o tipo de pé-direito é o ideal para o seu projeto e como aproveitar melhor este elemento. Para isso, conversamos com o arquiteto Gabriel Oliveira, do escritório Porto Catarina Arquitetura. Confira!
Quando vale a pena utilizar o pé-direito alto ou duplo?
Sempre que possível, arquitetos e clientes optam por mais altura nos ambientes, especialmente em salas de estar e espaços de convivência. Além de favorecer a decoração, um pé-direito alto ou duplo também é excelente para integrar ambientes e até mesmo áreas internas com áreas externas.
“O pé-direito duplo é uma opção quando se quer um aspecto visual de monumentalidade e se deseja ter amplitude de iluminação natural. Ele é um recurso que deve ser empregado quando o projeto requer imponência”, destaca o arquiteto Gabriel Oliveira.
Naturalmente, nem sempre é possível ou interessante trabalhar com o pé-direito alto ou duplo. Em muitas situações, seja por uma preferência do cliente, restrição da obra ou coerência do projeto, a escolha pode ser por um pé-direito baixo.
“É sempre importante entender a real necessidade do elemento, as referências visuais do cliente e o que ele almeja em seu espaço”, explica Gabriel. “Além disso, muitas vezes, em reformas, o sistema estrutural é uma limitação para se trabalhar alturas maiores, como quando temos uma viga de transição muito baixa, por exemplo”, complementa.
Como trabalhar a decoração do pé-direito alto?
Para um ambiente requintado e acolhedor, não basta investir apenas na altura do pé-direito. É preciso pensar também em como ele será decorado, sempre respeitando a funcionalidade do espaço. Negligenciar a decoração pode ser o caminho para um ambiente frio e hostil, ou pior, um local de manutenção difícil que mais dá dores de cabeça do que conforto aos seus ocupantes.
Não existem receitas de bolo na arquitetura ou decoração. É preciso saber interpretar os desejos e necessidades das pessoas que vão utilizar o espaço, mergulhar em suas referências visuais e combinar tudo isso com a visão técnica e experiência do profissional.
Em uma visita ao médico, por exemplo, não é o paciente quem sabe qual remédio deve tomar: com base nos sintomas relatados pela pessoa e exames práticos, o profissional utiliza seu conhecimento e técnica para determinar o tratamento correto para aquela doença. Da mesma forma, um arquiteto precisa diagnosticar as demandas dos seus clientes para entregar algo especial.
Dito isso, existem dicas e tendências que podem ajudar na hora de decorar um ambiente com pé-direito alto. “O bacana é sempre trazer o vidro com integração de espaços externos e natureza. Além disso, o uso de grandes formatos em revestimentos para minimizar as juntas ou emendas acaba deixando o espaço sempre mais imponente”, sugere Gabriel Oliveira.
Um cuidado especial deve ser tomado quando a ampliação da altura é combinada com vigas expostas. Além da obrigatoriedade de um revestimento na armadura de aço para evitar a deterioração da estrutura, é preciso abraçar a viga como parte do projeto e integrá-la ao restante para que ela não se pareça com algo fora do lugar.
Por fim, é importante pensar em como se valer da altura para a funcionalidade do espaço. “Entendemos que as paredes acabam sendo mais visuais e podem acomodar estantes ou armários que, além de decorar, oferecem a função de organizar os espaços”, pondera o arquiteto Gabriel Oliveira.
Como decorar um ambiente com pé-direito duplo?
Um ambiente com pé-direito duplo demanda cuidados ainda mais especiais na decoração. Ainda na fase de concepção do projeto, o arquiteto deve imaginar como a verticalidade pode ser empregada para aprimorar a experiência de quem percorre o espaço. “Use a natureza a seu favor, promova integração entre o externo e o interno e entenda o poder que existe em projetar de maneira monumental”, frisa Gabriel.
Na hora de decorar, revestimentos em grandes formatos contribuem para a imponência do ambiente, enquanto plantas e elementos visuais valorizam a altura ampliada. Estudar formas de aproveitar a iluminação natural e entender como ela incidirá sobre o espaço também é decisivo para uma boa decoração.
Por outro lado, alguns erros devem ser evitados a todo custo, como o uso de elementos desproporcionais que ficam incoerentes no contexto do ambiente. Um exemplo clássico é a escolha por luminárias extremamente pequenas em vãos enormes de pé-direito duplo.
“Deve-se evitar também um sistema estrutural empregado de maneira visualmente desagradável e o uso de revestimentos pequenos, o que resulta em muitas emendas”, pontua Gabriel.
Por fim, vale a pena ressaltar que a melhor recomendação para não errar é ficar por dentro das tendências de arquitetura e ter um bom repertório visual. Com isso, o arquiteto sempre saberá como atender seus clientes com excelência e cumprir com suas demandas, sem abrir mão do seu estilo próprio.
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