Fernando Mungioli fala sobre a Revista Projeto no Archtrends Podcast
Fernando Mungioli, publisher da Revista Projeto, é um convidado mais do que especial do Archtrends Podcast. Afinal, a publicação acaba de lançar seu anuário, com patrocínio da Portobello.
As marcas, inclusive, têm outros pontos e projetos em comum. Eles surgem ao longo da conversa de Fernando com Maria Silvia Ferraz, editora do Archtrends, e Cassia Guerra, especialista de branding na Portobello Shop.
Acompanhe a leitura para conferir tudo o que rolou na conversa e aproveite para assistir aos trechos desse episódio!
Fernando Mungioli conta o que é a Revista Projeto
Fernando Mungioli, que também é colunista do Archtrends, começa o bate-papo contando que a Revista Projeto é uma espécie de objeto de desejo dos arquitetos. Afinal, tem uma história de muitos anos e é bastante respeitada pelos profissionais.
Quanto ao anuário, é aquele momento em que são reunidos os melhores projetos entre os já publicados, seja no impresso, em formato digital ou em redes sociais. Para se ter uma ideia, a quantidade de projetos publicados chega a cerca de 250.
Contudo, a Revista Projeto faz uma curadoria para escolher aquelas 50 obras que entendem ser o melhor retrato da produção dos últimos 12 meses, feita por arquitetos brasileiros. Além disso, a publicação traz 10 projetos eleitos os mais relevantes no período.
O anúncio é feito em uma comemoração com ar de premiação. Portanto, para a Revista Projeto, é o ápice da mídia. É quando é apresentado o objeto que é muito importante tanto para a publicação quanto para os arquitetos.
O anuário é uma publicação mais grossa, que fica entre uma revista e um livro. “A gente brinca que o anuário a gente tirou a Projeto da prateleira dos arquitetos para a mesa de centro”, complementa Fernando Mungioli.
A revista tem mais de 350 páginas e é efetivamente o registro histórico impresso. Junto com o anuário, chega também o guia de produtos.
A ideia é que ele mostre para o mercado e especificadores o que há de novidade. Nele aparecem muitos lançamentos presentes na Expo Revestir, por exemplo.
Como é o processo de escolha do anuário?
Para contar sobre como é o processo de escolha dos projetos e obras que entram no anuário, Fernando Mungioli traz um contexto sobre o tripé editorial da Projeto.
Ele explica que, além do anuário, há projetos especiais e o site da Projeto, que tem todo o acervo histórico da revista.
Portanto, tudo o que sai nessas publicações já passou por uma curadoria, que é o DNA da Projeto. Afinal, eles trazem como assinatura “o melhor da arquitetura”.
Durante as publicações que acontecem ao longo do ano, os editores já vão sinalizando aqueles projetos que têm grande potencial de aparecer no anuário.
Mais ou menos no mês de outubro, é feito um levantamento do que há até então, e o que será publicado até janeiro do ano seguinte.
Nessa etapa, há entre 200 e 250 obras, selecionadas por tipologia e relevância. Fernando explica ainda que não necessariamente as obras foram inauguradas no período da análise. Contudo, elas precisam ter sido publicadas no último ano.
No entanto, para a publicação na Revista Projeto, a obra precisa ter sido concluída em até dois anos. Isso porque a missão é registrar a arquitetura atual.
Para matar a curiosidade, Fernando Mungioli revela que desde dezembro as redes sociais da Projeto publicam spoilers do que vai aparecer no anuário.
É nesse mês que é divulgado o chamado line-up do anuário. Ou seja, uma lista com os escritórios de arquitetura que estarão no anuário. Seja como projeto futuro ou como obra concluída.
Já em janeiro, três obras são publicadas por dia nas redes sociais, o que já dá uma boa ideia do que vai estar no anuário.
Fernando Mungioli conta ainda que, além de escritórios já conhecidos e que estiveram em outros anuários, há ainda novidades.
É o caso dos estreantes na publicação, como o arquiteto Guilherme Torres. Portanto, uma oportunidade e tanto de dar visibilidade ao trabalho.
Assim, o anuário segue com a sua missão de buscar sempre a pluralidade, incluindo a diversificação de regiões.
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Evento “Esquinas da Arquitetura” gera interação entre arquitetos
Uma das iniciativas da Revista Projeto são os eventos Esquinas da Arquitetura. Fernando Mungioli conta que eles surgiram a partir de uma antiga tradição paulista de happy hours para arquitetos.
Em 2015, na inauguração de uma loja, Fernando se deparou com um cenário semelhante. A reunião de arquitetos para esse evento fez surgir a nostalgia dos happy hours e jogou luz sobre a importância de ter esse momento de volta. Afinal, ele proporcionava muitas trocas, parcerias e referências no setor.
Uma semana depois, Fernando Mungioli voltou à mesma loja para propor um evento regular que proporcionasse esse encontro entre arquitetos.
Em dezembro daquele mesmo ano, surgiu o primeiro Esquinas da Arquitetura, como um teste. Na época, esse nome foi dado porque a loja ficava em uma esquina.
A partir de 2016, foi criado um formato para que os eventos seguissem acontecendo. Os encontros também são palco para lançamentos de publicações digitais ou impressas. Além de ser um espaço de homenagens a escritórios de arquitetura
Logo na primeira edição, a homenagem foi ao arquiteto Gustavo Penna. Afinal, ele estavam estreando uma nova seção na revista, chamada de Perfil.
Este ano, a Portobello Shop patrocinará todos os Esquinas e, inclusive, sediará alguns eventos em lojas Portobello Shop, sempre com cobertura do Archtrends.
Fernando Mungioli explica como a revista entrou na era digital
A Projeto tem 46 anos de atuação usando este nome. Portanto, começou a circular em 1977. Contudo, ela surgiu inicialmente como um jornal chamado “O Arquiteto”, publicação que durou aproximadamente cinco anos.
O jornal era editado pelo pioneiro no jornalismo de arquitetura, Vicente Wissenbach. E foi ele quem percebeu que o jornal era mais voltado para notícias sobre o assunto.
Ao mesmo tempo, aumentava a demanda pela publicação de projetos que ele recebia. No entanto, não era essa a missão do jornal. Foi aí que nasceu a ideia de ter uma revista de arquitetura que desse espaço para esse tipo de conteúdo.
De lá para cá, a Revista Projeto passou por diversas fases e sofreu diversas mudanças, como a adaptação à era digital. Afinal, parte da imprensa e da mídia tradicional passou pela digitalização.
Na Revista Projeto, isso começou entre 2017 e 2018, quando Fernando Mungioli esteve à frente de uma série de pesquisas com arquitetos.
O objetivo era entender o que eles esperavam do futuro da publicação. E ainda se eram adeptos ao consumo em ambiente digital, entre outras questões.
Dessa rodada de pesquisas, surgiram algumas confirmações, mas também surpresas. Fernando Mungioli conta que os jovens arquitetos preferiam a publicação impressa, tal como as gerações anteriores.
Esse período foi importante para consolidar a participação da Projeto no ambiente digital. Contudo, vale ressaltar que a publicação foi a primeira mídia de arquitetura a se digitalizar no Brasil, o que aconteceu em 1999.
Na sequência, foi lançado o portal Arcoweb. Fernando Mungioli conta que ele nasceu com o intuito de ser referência em arquitetura. Ficou no ar até 2019, que foi quando aconteceu a virada, embasada pelas pesquisas desenvolvidas.
Durante os estudos, alguns pontos foram cruciais. Eles descobriram que o arquiteto prezava pela publicação impressa; que eles gostavam de consumir conteúdo também pela internet; e que outras revistas que deixaram de circular ficaram pelo caminho por conta da periodicidade.
Na mudança do site, todo o acervo foi digitalizado, e eles passaram também a oferecer conteúdo exclusivo para assinantes. Além disso, o anuário deixou de publicar projetos e passou a focar nas obras, com uma participação menor dos projetos.
Parceria entre Projeto e Portobello entra na conversa
O Archtrends é uma plataforma que reúne diversos projetos, tanto de arquitetura quanto de interiores. Além disso, há mais de 10 mil imagens de projetos publicados, com filtros que permitem a busca de inspirações. Esses itens têm sinergia direta com a Revista Projeto.
Durante a conversa com Fernando Mungioli, ele relacionou tais semelhanças com o acervo digitalizado da Revista Projeto. Ele pode ser consultado online de acordo com o profissional e o tipo, por exemplo.
Além disso, tanto a Projeto quanto o Archtrends são um elo com o profissional de arquitetura.
No caso da Portobello, o profissional faz parte inclusive do ciclo de inovação da marca. A partir desse diálogo com arquitetos, é possível oxigenar as equipes criativas. Além de trazer melhorias para a criação e para os serviços.
Sem falar que o arquiteto é quem materializa e replica o propósito da Portobello para o cliente final, que é o morador ou o ocupante do ambiente.
No bate-papo, Fernando Mungioli relembra que a Portobello é uma grande parceira da Revista Projeto. “É uma história de amor antiga”, resume.
Ele completa falando sobre a missão da Projeto de mostrar obras arquitetônicas e estruturais com seus aspectos formais e de como o Archtrends se complementa com o design de interiores, mostrando a ocupação das publicações da revista.
Arte, arquitetura e gastronomia na visão de Fernando Mungioli
Para Fernando Mungioli, o ano da Revista Projeto começa em março. Não por ser depois do Carnaval. Mas pelo fato de acontecer a Revestir, feira que também é palco do lançamento do anuário.
Além desse importante momento para a Revista Projeto, eles ainda são curadores do Fórum de Arquitetura e grandes parceiros da feira. Fernando conta que eles estão presentes desde a primeira edição e, em 2023, também estão entre os curadores do Fórum de Design.
Um evento de lançamento do anuário também marcou a feira. Assim como um coquetel de arquitetos em parceria com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), que completa 50 anos.
Durante a feira, houve ainda um tour da Revista Projeto em parceria com o Archtrends. Ele levou arquitetos selecionados ao stand da Portobello antes da feira abrir. Assim, foi possível conhecer todos os lançamentos em primeira mão.
Nesse tour, aconteceu um café da manhã mais do que especial, assinado por Alex Atala, parceiro de cocriação na Portobello.
Inclusive, o bate-papo com Fernando Mungioli menciona como a arquitetura e a gastronomia têm conexão. Afinal, ambas são áreas criativas.
Foi então que Fernando Mungioli revelou uma ideia de transformar um espaço no centro de São Paulo em um encontro de entretenimento com arte, gastronomia e arquitetura.
Por falar em gastronomia e arquitetura, quem também passou pelo Podcast Archtrends foi Alex Atala. Continue por aqui e confira tudo o que rolou no bate-papo que vai da gastronomia à sustentabilidade com o chefe de cozinha.