O paisagismo teve destaque recentemente. Durante o período de isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, houve uma grande inserção de elementos naturais em casas e apartamentos.
Se considerarmos toda a trajetória da humanidade, a vida nos centros urbanos é recente. Nosso cérebro, desenvolvido para viver na natureza, ainda se adapta a essa realidade.
Por isso, o contato com elementos que retomem essa relação com o natural traz vários benefícios para a nossa saúde física e, sobretudo, mental.
Nesse sentido, em um momento em que há cada vez menos áreas verdes, compreender o que é o paisagismo ajuda a promover o bem-estar e a qualidade de vida.
Mas inserir a natureza aos projetos arquitetônicos não se limita à inserção de plantas e nem necessita de elementos grandiosos.
Há inúmeros fatores que agregam ao paisagismo e potencializam os seus benefícios, tais como luz natural, ventilação, climatização, cores, formas e texturas.
Neste artigo, vamos apresentar o que é e quais são os tipos paisagismo, suas vantagens e algumas dicas para ter um belo espaço verde perto de você!
O que é paisagismo?
O paisagismo é um grande aliado da arquitetura. Trata-se de uma técnica que visa projetar, gerir e preservar espaços abertos para criar paisagens.
Um bom plano paisagístico pensa na harmonia entre o solo, as plantas e a iluminação. Além disso, garante que o espaço seja belo e funcional para os usuários.
Isso é possível por meio de folhagens, flores, pedras, luz e outros elementos naturais, que dão vida e compõem o paisagismo.
No Brasil, temos como referência o paisagista Roberto Burle Marx, que mescla lindamente a arquitetura e a paisagem.
Quais os tipos de paisagismo?
Isso só é possível quando cada elemento é pensado em função da composição e ultrapassa a dimensão estética.
Existem vários tipos de paisagismo, com técnicas que levam a natureza a diferentes ambientes. Entre os principais, estão:
- jardim preservado;
- plantio em vasos;
- jardim vertical;
- plantscaping;
- caminhos;
- jardins.
Quais são as vantagens do paisagismo?
As técnicas de paisagismo são uma ótima ferramenta para inserir a natureza nos projetos de arquitetura e decoração. Além do efeito estético, elas ainda contribuem para outros fatores, como:
- sensação de bem-estar;
- conforto térmico;
- qualidade do ar;
- umidade do ar;
- acústica;
- sombra.
Qual é a diferença entre paisagismo e jardinagem?
Esta é uma dúvida frequente. Muitas pessoas confundem paisagismo e jardinagem, pois uma área está diretamente relacionada à outra.
Em resumo, o paisagismo tem a função de desenvolver os projetos que pensam na utilização de espaços e elementos.
Já a jardinagem dá vida e continuidade ao que está no papel. Ou seja, ambos atuam em conjunto.
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Quais são as principais técnicas de paisagismo?
Vimos até aqui que o paisagismo é composto por vários elementos. Veja, a seguir, algumas dicas para planejar a sua área verde.
1. Características
O paisagismo tem o efeito estético como consequência. No entanto, esse não deve ser o seu único objetivo.
É necessário levar em conta características técnicas importantes, tais como as geográficas, hidrográficas, bióticas e humanas.
Região, clima, solo, localização e função são diretrizes norteadoras para um projeto paisagístico e, por isso, devem estar em equilíbrio.
Assim, pode-se garantir a manutenção da flora, mas sem deixar de lado as funções práticas da área construída.
2. Usos
É essencial prever os usos do espaço para garantir os benefícios e a longevidade dele.
Locais com um grande fluxo de pessoas necessitam de caminhos delimitados. Áreas de longa permanência precisam de sombra.
É preciso considerar os hábitos dos usuários, pois contar com uma bela área verde e não ter tempo para cuidar dela tende a causar um efeito oposto ao desejado.
Esse problema pode ser solucionado com coberturas, mobiliários e até mesmo plantas resistentes, como os cactos e as cicas.
Outro ponto muito importante é facilitar a manutenção. É bom colocar pontos hidráulicos em lugares estratégicos para a irrigação.
3. Piso
A primeira coisa que vem à cabeça quando pensamos em jardins é uma grande área verde com plantas, certo?
No entanto, além de deixar o espaço mais belo, o piso pode ser explorado em funções como a criação de caminhos e a setorização de ambientes.
A cobertura do solo com grama não é a única opção e nem sempre a melhor. Em locais onde ela não é aplicável ou desejável, temos alternativas para diversificar.
Pedras (brutas, seixos e pedriscos)
Muito utilizadas para criar caminhos, são uma opção sofisticada e resistente, que exige pouca manutenção.
As pedras cobrem a terra, retendo a umidade e regulando a temperatura. Por isso, são uma das melhores coberturas para a proteção das plantas.
Dormentes
Muito utilizados em trilhos de trem, os dormentes são resistentes. Além de seu tom natural harmonizar com os tons verdes da vegetação, eles são bons para criar caminhos e degraus de escadas.
Decks de madeira
Proporcionando aconchego, os decks de madeira são ótimos para áreas próximas a piscinas e espaços de permanência em geral.
Como é um piso regular e evita o contato direto com o solo, é uma boa pedida para o uso de móveis em ambientes externos.
Entretanto, a madeira orgânica requer alguns cuidados, como manutenção, para evitar que apodreça.
Nesse sentido, o porcelanato que reproduz madeira pode ser uma alternativa. Afinal, ele é resistente, fácil de limpar e de manter. Sem falar que é mais sustentável e tem aparência natural.
Para usar do lado de fora, o ideal é optar pelo revestimento cerâmico com acabamento EXT, que possui resistência ao escorregamento.
4. Mobiliário
Partindo do princípio de que o paisagismo tem por finalidade proporcionar bem-estar, há diversos elementos que contribuem para a conexão com a sua área verde.
Os espaços de permanência ganham destaque, pois, por meio deles, você ganha um cantinho de contemplação e descanso.
Pense em incluir bancos, mesas, cadeiras, redes ou pergolados no jardim. Esses são ótimos elementos estéticos e meios para desfrutar melhor da paisagem.
Não deixe de se atentar aos materiais do mobiliário, que devem ser adequados para o uso externo, resistentes às intempéries.
5. Plantas
As plantas são a parte mais importante do paisagismo. Portanto, a escolha adequada das espécies é fundamental.
Não adianta ter um lindo jardim durante alguns meses e, depois, um lugar seco e sem graça. Para evitar essa situação, é preciso considerar as características do local.
A quantidade de luz solar, o espaço disponível para cultivo e outros atributos devem estar de acordo com a natureza das plantas escolhidas.
É interessante escolher espécies com épocas de floração diferentes; assim, você terá um jardim florido na maior parte do ano.
6. Vasos
Os vasos são uma alternativa simples e versátil. Esses elementos podem ser utilizados de modo pontual em jardins externos para agregar textura e proporcionar elegância.
Também são uma ótima opção para apartamentos e coberturas onde não se pode usar o método de plantio no solo.
Por terem diversos tamanhos e permitirem várias configurações, são uma alternativa para quem tem espaços pequenos. Podem ser colocados no piso, em outras superfícies ou suspensos.
Que tal experimentar plantar árvores frutíferas? Muitas espécies vão bem neste formato e proporcionam uma experiência inigualável.
A jabuticabeira e algumas pimenteiras são bons exemplos para se cultivar em vasos.
7. Jardim vertical
Atualmente uma tendência dentro do campo do paisagismo, os jardins verticais dão um resultado bonito e aproximam da natureza.
Em residências, a técnica é utilizada em paredes, muros e fachadas. Só é preciso se atentar ao clima e às espécies.
Quem mora em espaços pequenos também merece os benefícios do contato com a natureza. E, nessa situação, os jardins verticais são uma das melhores soluções.
8. Cores
As cores aguçam os nossos sentidos. Afinal, nós, seres humanos, somos muito visuais.
A natureza proporciona uma infinidade de tons e contrastes. Você pode usá-los de modo intencional para explorar diferentes sensações.
Confira algumas cores e espécies:
- amarelo: margarida, amor-perfeito, lírio e gerbera;
- branco: azaleia, rosa, hibisco, lírio-da-paz e ipê;
- vermelho: antúrio, kalanchoe, rosa e hibisco;
- violeta: ipê, petúnia, tumbérgia e violeta;
- laranja: gérbera, lírio, tagete e azaleia;
- rosa: rosa, hibisco, prímula e ciclame;
- verde: hera, cacto, avenca e bambu;
- azul: hortência, agapanto e lobelia.
9. Texturas
O uso de diferentes texturas é uma das técnicas mais comuns do paisagismo. A combinação se dá por camadas de variados tipos de folhagens, com volumes, formas, cores e tamanhos distintos.
A diversificação também pode ocorrer por meio de elementos não vegetais, com estruturas que proporcionam beleza e aconchego, como os bancos.
10. Iluminação
A luz proporciona um efeito ornamental valioso. Afinal, ela valoriza os volumes e as texturas da vegetação. Assim, é capaz de transformar os espaços.
Também permite que ele tenha funcionalidade à noite, guiando os caminhos e proporcionando segurança, além de deixar a atmosfera mais acolhedora e intimista.
Há inúmeros tipos de iluminação que podem ser usados na sua área verde, como holofotes, arandelas, postes, embutidas ou de pinos.
Para um resultado sofisticado, a luz deve ser em tom neutro, para garantir o destaque das cores naturais. Evite as luzes verdes.
Não há quem não se sinta bem perto da natureza, não é? E o grande objetivo do paisagismo é nos aproximar dela!
Agora que você conheceu as principais técnicas de paisagismo, que tal se aprofundar no assunto? Descubra como usar plantas em apartamento!