Vale a pena ir para o Salone del Mobile?
*Editado por Archtrends, com informações de Lufe Gomes e Ale Disaro, diretamente de Milão
Durante a Semana de Design de Milão, incontáveis fotos de instalações grandiosas e exposições imersivas atravessam redes sociais e sites especializados, atiçando qualquer curioso ou interessado em design. Esse é o Fuorisalone, um circuito cultural que abraça centenas de eventos de marcas ou grupos independentes espalhados por Milão. Um pouco mais distante e sóbrio, há o tradicionalíssimo Salone del Mobile, situado no distrito de Rho, que é basicamente uma feira expositiva, em um centro de conferências, com os maiores lançamentos das principais marcas de design do mundo.
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Ambos Salone del Mobile (salão do móvel) e Fuorisalone (fora do salão) têm sua relevância no setor e coexistem, aparentemente, em perfeita harmonia. No entanto, dependendo da sua intenção na cidade, um pode cair melhor que o outro. Essa é a conclusão dos nossos colunistas Lufe Gomes e Ale Disaro sobre a experiência deles nesses dois pólos durante a Semana de Design de Milão. Com tantos palacetes, esculturas e jogos de luzes em eventos no Fuorisalone, vale a pena mesmo ir ao Salone del Mobile?
“O Fuorisalone, em seu próprio conceito, já é mais legal. É um lugar onde você tem uma instalação artística, uma provocação, você entra num palácio, vai a um lugar inusitado, tipo uma fábrica abandonada. Isso sempre vai ser mais interessante porque temos essa liberdade de passear pela cidade, encontrar uma forma diferente de expor. Já no Salone, temos estandes com o objetivo de feira, que é a compra. Por mais legal que seja, é um estande, uma feira. Eu gosto mais do Fuorisalone, com certeza, mas a feira é muito profissional, é uma feira internacional”, disse Lufe.
“São duas coisas bem diferentes e complementares”, continua Ale. “A feira é um pavilhão, uma estrutura. O Fuorisalone é a cidade, que te abraça, te acolhe, você vai de trem, ônibus, bondinho e chega num lugar incrível, numa igreja, numa piscina. É uma estrutura muito diferente, uma experiência de viagem muito diferente”.
Ale também se diz impressionado com a estrutura da feira e ressalta que escolher por um evento ou outro cabe ao perfil do espectador. Ele também aponta a setorização afiada por tipos de produtos, como espaços reservados para luminárias ou mobiliários, o que facilita a busca. “Eu nunca vi algo tão grandioso, é realmente a maior do mundo nesse ramo”, disse. “Portanto, se a expectativa de quem viaja é fazer feira e ver tendência, tem muita coisa legal aqui no Salone. Mas o Fuorisalone tem mais a ver com o meu perfil.”
Lufe ressalta que o Salone atrai principalmente lojistas, arquitetos e designers e não perde a sua relevância. O local, inclusive, tem mais informações sobre os lançamentos do ano, algo que o Fuorisalone deixa de lado, algumas vezes. “Realmente é para a gente usar, ver, pegar, é para imaginar em um projeto. É um complemento perfeito”, conclui Lufe.
Obrigada @Archtrends por nos proporcionar uma experiência diferente, gostosa, diversa, rica. Vocês escolheram muito bem seus correspondentes, além deles serem uns queridos, alegres e vibrantes, entendem do assunto e forneceram muitas informações relevantes em meio a tanta diversidade. Sucesso a todos!