02.06.2023
Avaliação 
Avalie
 
Sem votos
Avaliar
Sala minimalista com tons terrosos e objetos artesanais
Edificações e produtos podem ser criados a partir do conceito de economia circular, levando mais sustentabilidade para os projetos (Projeto: Portobello)

Economia circular: como isso se manifesta na arquitetura?

 minutos de leitura
calendar-blank-line
02.06.2023
Na busca por projetos cada vez mais sustentáveis, economia circular ganha espaço entre arquitetos, designers e engenheiros. Entenda melhor
minutos de leitura

A economia circular ganha cada vez mais destaque nas discussões sobre sustentabilidade. Isso porque a necessidade de pensar em maneiras de preservar o meio ambiente só aumenta.

Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:

E como os setores de arquitetura e construção civil contribuem para as mudanças climáticas, esse assunto é mesmo urgente.

Em resumo, a economia circular chega para fomentar a busca por maneiras de reduzir resíduos e poluentes, além de aproveitar ao máximo os recursos naturais.

Acompanhe a leitura para entender mais sobre esse conceito, conhecer os principais benefícios e saber como ele se aplica à arquitetura!

O que é economia circular?

Sala de jantar com tons neutros e elementos naturais
Divisórias facilitam a transformação dos espaços no futuro, aumentando a vida útil das construções (Projeto: Ana Paula Ronchi)

Basicamente, o conceito de economia circular propõe uma mudança no modelo econômico atual, que funciona de maneira linear, com base em extração de recursos, produção de bens, consumo e descarte.

Indo na contramão dessa lógica, a economia circular busca criar um ciclo fechado. Portanto, em que os recursos são reutilizados e regenerados de forma contínua.

Os princípios incluem:

  • eliminação e redução do desperdício e da poluição;
  • manutenção de produtos e materiais em uso;
  • regeneração de sistemas naturais.

Quais são os benefícios da economia circular?

Adotar a economia circular nos processos de produção vai muito além de um discurso sustentável. Ao seguir os princípios que listamos anteriormente, isso pode trazer diversos benefícios. 

Entre eles, a redução dos prejuízos ao meio ambiente, a criação de novos modelos de negócio, a geração de empregos e a promoção da inovação.

Leia também:

Como a economia circular se aplica na arquitetura?

Área externa com plantas e cobertura transparente
Projeto de casa verde inclui premissas de economia circular (Projeto: Diego / Foto: Everson Martins)

Na arquitetura, a economia circular pode se aplicar de diversas formas. Afinal, ela deve permear todas as áreas envolvidas para ser realmente eficaz.

Isso significa dizer que arquitetos, engenheiros, fornecedores de matérias-primas, incorporadores, gestores e outros profissionais precisam estar conscientes sobre os princípios da economia circular.

O resultado é a aplicação de medidas sustentáveis tanto no projeto quanto na obra, pensando em técnicas e materiais.

Inclui ainda a edificação em si, durante o uso do local e, até mesmo, no fim da sua vida útil. Entenda melhor na sequência.

Redução de resíduos

Prédio com fachada de revestimentos cerâmicos
Uso de revestimentos cerâmicos em fachadas torna o acabamento mais prático e fácil de manter (Projeto: Portobello)

Usar os materiais de maneira mais eficiente é uma das formas de incluir o conceito de economia circular a um projeto.

Atualmente, há diversas alternativas que permitem gerar menos entulho durante uma construção. A fabricação em 3D é um dos exemplos.

Além disso, há materiais pré-fabricados que ajudam a reduzir os resíduos na obra. Esse é o caso das fachadas ventiladas, que renovam o exterior de edifícios sem quebra-quebra.

Melhor aproveitamento dos recursos naturais

Quarto de casal com abertura para varanda e vários detalhes em madeira
Iluminação natural ajuda a tornar projetos mais sustentáveis e aconchegantes (Projeto: Amanda Miranda)

Ainda nas fases de projeto e obra, é possível adotar medidas sustentáveis. Por exemplo, ao escolher fontes renováveis de energia.

Uma alternativa que ganha espaço é a energia solar. Por meio de placas fotovoltaicas, dá para captar a luz do sol. 

Então, ela é transformada em eletricidade para suprir as necessidades da edificação quando estiver em funcionamento.

Além dessa possibilidade, o projeto de arquitetura também pode considerar estratégias de sombreamento, ventilação e iluminação natural.

Dessa maneira, a própria edificação já contribui para a redução do consumo de energia elétrica. Sem falar que é capaz de proporcionar maior conforto térmico e, consequentemente, bem-estar.

Além disso, materiais sustentáveis são muito bem-vindos na economia circular. Os revestimentos cerâmicos são uma boa alternativa.

Esse é um material que explora superficialmente a natureza. Afinal, as jazidas de argila — a sua principal matéria-prima — podem ser recuperadas com facilidade.

Portanto, a cerâmica e o porcelanato se mostram alternativas mais interessantes do que o uso de materiais naturais consagrados na arquitetura, como mármore e madeira.

Extensão da vida útil da construção

Fachada moderna com aberturas de madeira
Minimalismo é uma das formas de manter projeto atual (Projeto: Seferin Arquitetura)

O próprio projeto pode levar em consideração a economia circular. Nesse caso, é essencial pensar na adaptação e na transformação da edificação ao longo do tempo.

Isso permite que as construções sejam reutilizadas e atualizadas, prolongando sua vida útil e reduzindo a necessidade de novas obras.

Vimos como isso funciona na prática com alguns dos estádios da Copa do Mundo de 2022. O Lusail Stadium, que foi palco de jogos do Brasil, foi pensado para se tornar um espaço comunitário após a competição.

O local, que tinha capacidade para cerca de 80 mil torcedores, também foi projetado para abrigar lojas, clínicas, escolas e instalações esportivas.

Uso de materiais reaproveitados ou reciclados

Cobogó com sala aconchegante ao fundo
Cobogó Mundaú foi criado a partir de cascas de sururu que antes não tinham finalidade (Projeto: Christian Diniz)

Usar materiais reaproveitados ou reciclados é uma das formas de trazer a economia circular para a arquitetura.

Por exemplo, é possível utilizar madeira de demolição, tijolos antigos e telhas usadas. Sem falar em outros itens que seriam descartados para a construção de novos edifícios.

Há ainda a possibilidade de adotar medidas de reaproveitamento da água, seja durante a fase da obra ou no uso da edificação.

Outro exemplo de como a reutilização de materiais pode aparecer nas construções é o 974 Stadium.

Também usado durante os jogos da Copa do Mundo de 2022, ele ficou conhecido assim porque foi feito a partir de 974 contêineres reciclados. 

Localizado na zona portuária de Doha, foi ainda uma maneira de homenagear o forte comércio do Catar.

Quais são os projetos baseados em economia circular?

Agora que você já sabe mais sobre o assunto, que tal conferir alguns exemplos interessantes de como a economia circular é adotada? Confira nos tópicos a seguir.

The Edge (Holanda)

Localizado em Amsterdã, na Holanda, o edifício The Edge foi criado para ser “à prova do futuro”. 

Um dos exemplos disso foi a antecipação dos novos modelos de trabalho. Dessa maneira, é uma construção que permite que as pessoas trabalhem de onde quiserem.

Com o uso da tecnologia, ele faz ainda com que cada usuário se mantenha consciente de quanta eletricidade gasta.

Já sua estrutura foi pensada para reduzir o uso de energia elétrica e ampliar o conforto térmico, inclusive no inverno.

Na época de seu lançamento, em 2015, o projeto recebeu a mais alta classificação já registrada pelo Building Research Establishment (BRE), um avaliador global de edifícios sustentáveis.

A construção ganhou ainda outros prêmios e certificações, graças ao emprego da tecnologia para levar sustentabilidade e contribuir com a economia circular.

Cidade Matarazzo (Brasil)

Já um bom exemplo de aplicação da economia circular no Brasil é a Cidade Matarazzo, em São Paulo. Isso porque esse é um projeto de reutilização do antigo Hospital Umberto Primo.

O complexo hospitalar encerrou suas atividades em 1993. A restauração e a preservação dos edifícios tombados abriram espaço para um hotel de luxo, além de lojas e espaços de conveniência e para eventos.

Inclusive, a antiga capela do hospital vai poder receber cerimônias novamente com esse projeto de economia circular.

Outra iniciativa interessante é o jardim de 15.000 m² com espécies comuns da Mata Atlântica, como jacarandás, goiabeiras e jatobás.

Portobello Shop Jardim Social (Brasil)

Interior da Portobello Shop Jardim Social
Loja da Portobello em Curitiba é modelo de sustentabilidade (Foto: Portobello)

Inaugurada em 2023, a Portobello Shop Jardim Social é a primeira loja da marca a receber o selo Leed – Leadership in Energy and Environmental Design. E não para por aí: foi na categoria mais alta, a Platinum.

Entre os diferenciais da construção está a localização, com o incentivo a meios de transporte saudáveis e vagas com carregador para carro elétrico.

Além disso, algumas técnicas foram adotadas para reduzir as ilhas de calor, como o uso de materiais de alta refletância.

A loja também usa água e energia de forma mais eficiente, contribuindo para a preservação do meio ambiente. 

Outros materiais e recursos sustentáveis fazem parte do projeto. Por exemplo, o desvio de 100% do volume de resíduos gerados de aterros sanitários, entre outras medidas.

Linha Solar

Cadeira arredondada na frente de parede com textura
Descarte da casca do sururu deixou de ser um problema com o reaproveitamento em revestimentos
(Projeto: Portobello)

Trazendo agora a economia circular para um produto, temos Solar. A linha é fruto da parceria da Portobello com o arquiteto Marcelo Rosenbaum e com o designer Rodrigo Ambrósio.

Esse é um projeto que nasceu com o Cobogó Mundaú

O primeiro produto foi criado a partir das conchas do molusco sururu, que eram um verdadeiro problema para a população que vive no entorno da Lagoa Mundaú, na zona urbana de Maceió.

Apesar de esse ser o alimento e o trabalho de muitas pessoas, sua casca não tinha uma finalidade e seu descarte gerava um acúmulo muito grande de resíduos na região.

Foi então que Marcelo e Rodrigo apresentaram uma solução sustentável: envolver a comunidade na produção de um produto que aproveitasse essas conchas.

Da evolução dos cobogós surgiu a linha Solar, com revestimentos com planos e volumes que buscam resgatar linguagens da arquitetura brutalista.

O resultado são peças ripadas e lineares, compondo com maxitijolinhos. Já suas cores solares são produzidas pelo efeito furta-cor das conchas.

Além de cuidar do meio ambiente, a adoção da economia circular também pode ajudar a aumentar o bem-estar nos ambientes. Quer conhecer mais conceitos nessa linha? Descubra o que é design biofílico!

Compartilhe
Avaliação 
Avalie
 
Sem votos
VOLTAR
ESC PARA FECHAR
Minha avaliação desse conteúdo é
0 de 5
 

Economia circular: como isso se manifesta na ...

Economia circular: como isso se manifesta na arquitetura?

  Sem votos
minutos de leitura
Em análise Seu comentário passará por moderação.
Você avaliou essa matéria com 1 estrela
Você avaliou essa matéria com 2 estrelas
Você avaliou essa matéria com 3 estrelas
Você avaliou essa matéria com 4 estrelas
Você avaliou essa matéria com 5 estrelas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Parabéns pelas iniciativas sustentáveis,,, todas possíveis de serem implementadas!! Salve o Planeta!!



Não perca nenhuma novidade!

Assine nossa newsletter para ficar por dentro das novidades de arquitetura e design no Brasil e no mundo.

    O Archtrends Portobello é a mais importante fonte de referências e tendências em arquitetura e design com foco em revestimentos.

    ® 2024- Archtrends Portobello

    Conheça a Política de Privacidade

    Entenda os Termos de Uso

    Veja as Preferências de Cookies