18.07.2024
Avaliação 
Avalie
 
Sem votos
Avaliar
lhas de calor são formadas em grandes cidades como consequência da impermeabilização do solo e da poluição, entre outros fatores (Foto: Freepik)

Ilhas de calor: entenda esse fenômeno climático urbano

 minutos de leitura
calendar-blank-line
18.07.2024
As ilhas de calor são consequência da urbanização, junto a outros processos, como o aquecimento global. Saiba tudo sobre este fenômeno
minutos de leitura

Ao pensarmos em arquitetura e decoração, frequentemente visualizamos ambientes agradáveis. No entanto, há elementos externos que desempenham um papel importante na qualidade de vida. Esse é o caso das ilhas de calor.

Formadas por conta da urbanização, elas contribuem para o aumento das temperaturas nas cidades. Isso faz acender um alerta com relação à saúde, ao bem-estar e ao conforto das pessoas que vivem nesses locais.

Apesar de este ser um problema de proporções globais, o urbanismo, a arquitetura e a decoração podem contribuir para a redução dos impactos das ilhas de calor.

Saiba mais sobre o assunto e descubra quais medidas funcionam em projetos residenciais, comerciais e urbanos para mitigar essa situação!

O que são as ilhas de calor?

Skyline do centro de Los Angeles (EUA) vista de noite
Construções, impermeabilização do solo e falta de vegetação contribuem para a formação de ilhas de calor (Foto: TravelScape)

Ilhas de calor são áreas urbanas que experimentam temperaturas mais elevadas do que as regiões no entorno. Isso se deve à alta concentração de edifícios e asfalto, além da falta de vegetação.

Como resultado, elas retêm calor durante o dia e o liberam lentamente à noite, o que leva a condições desconfortáveis para os habitantes, especialmente nos meses quentes.

Portanto, as ilhas de calor têm impactos significativos na vida e na natureza. Afinal, contribuem para aumentos nos custos de energia, comprometem a saúde pública e causam danos ao meio ambiente.

No entanto, a arquitetura e a decoração podem contribuir para minimizar os efeitos desse fenômeno.

Leia também:

Quais são as principais causas das ilhas de calor?

Avenida cheia de carros durante o dia. Ela é cercada por áreas verdes
Cidades com pouca vegetação levam à formação de ilhas de calor (Foto: DC Studio)

As ilhas de calor podem ser atribuídas a uma série de fatores relacionados à urbanização. Entre eles, temos os seguintes.

Absorção e retenção de calor

Superfícies urbanas, como edifícios, estradas e calçadas, tendem a absorver e reter o calor do sol durante o dia. 

Além disso, materiais como concreto, asfalto e tijolos absorvem calor e o liberam lentamente à noite. Isso resulta em temperaturas mais altas.

Menor cobertura vegetal

Áreas urbanas geralmente têm menos vegetação, se comparadas às zonas rurais. Consequentemente, isso reduz a capacidade de evapotranspiração. Esse é o processo pelo qual as plantas liberam água para a atmosfera, resfriando o ambiente.

Emissões de calor

Atividades humanas, como o uso de veículos, sistemas de ar condicionado ou aquecimento e indústrias, geram calor adicional.

Configuração urbana

Edifícios altos e/ou agrupados tendem a bloquear a circulação de ar e, assim, restringir a ventilação.

Poluição do ar

A poluição do ar, incluindo partículas suspensas, ozônio troposférico e outros poluentes, pode absorver calor e contribuir para o aquecimento das áreas urbanas.

Condições meteorológicas locais

Fatores como ventos fracos e inversões térmicas podem agravar as ilhas de calor. Afinal, impedem a dispersão do calor e dos poluentes.

Quais são as consequências das ilhas de calor?

Piscina na área externa de casa moderna. Há muita natureza preservada ao redor
Projetos integrados à natureza aumentam o bem-estar (Projeto: Ayty Arquitetura)

Os fenômenos listados acima podem gerar uma série de consequências. E elas afetam não só o ambiente urbano, como também a saúde e o bem-estar das pessoas que vivem nessas áreas. Alguns dos principais efeitos são os seguintes.

Aumento das temperaturas locais

Essa é uma das consequências óbvias em áreas urbanas. Durante os meses quentes, as temperaturas nas ilhas de calor podem ser significativamente mais altas do que as de zonas rurais próximas, por exemplo.

Estresse e desconforto térmico

A exposição a essas condições por períodos prolongados tende a causar desconforto, fadiga, desidratação e, até mesmo, doenças. Especialmente em grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com problemas de saúde.

Aumento do consumo de energia

As temperaturas mais altas nas ilhas de calor aumentam a demanda por refrigeração e ar condicionado, o que leva a um aumento no consumo de energia. 

Isso tende a sobrecarregar os sistemas de energia e aumentar os custos para os residentes e as empresas.

Qualidade do ar reduzida

Esse fenômeno tende a contribuir com a poluição do ar urbano. Isso porque as altas temperaturas aumentam a formação de poluentes atmosféricos, como ozônio troposférico e material particulado. 

Como consequência, podem surgir problemas de saúde respiratória e cardiovasculares em pessoas expostas a eles.

Impactos no ciclo hidrológico

As ilhas de calor tendem a reduzir a evapotranspiração, aumentando o escoamento superficial. Isso pode levar a inundações urbanas, erosão do solo e impactos negativos nos corpos d'água locais.

Alterações nos padrões climáticos locais

Até os padrões de ventos, nuvens e precipitação podem sofrer interferência das ilhas de calor. Isso pode ter efeitos cascata em termos de microclimas urbanos e afetar a qualidade de vida e as atividades econômicas locais.

Qual é a relação das ilhas de calor com o aquecimento global?

Skyline de Banguecoque (Tailândia) durante o dia
Poluição contribui tanto para o aquecimento global quanto para a formação de ilhas de calor (Foto: Diana.grytsku)

As ilhas de calor e o aquecimento global estão interligados e, inclusive, se retroalimentam. Ou seja, um fenômeno pode amplificar os efeitos do outro.

Afinal, o primeiro é resultado da urbanização, além do uso intensivo de superfícies impermeáveis e materiais de construção que absorvem calor, o que contribui para o aumento das temperaturas locais.

Esse aumento pode influenciar as medições globais, contribuindo para a percepção e o registro do aquecimento global.

Além disso, as ilhas de calor podem criar microclimas que afetam a circulação atmosférica local. Como resultado, surgem padrões climáticos específicos para áreas urbanas.

Esses padrões tendem a incluir mudanças em ventos e precipitações. Se elas se tornarem generalizadas em muitas cidades ao redor do mundo, podem ter efeitos cumulativos no clima regional e, potencialmente, global.

Além disso, o aquecimento global pode aumentar a intensidade e a frequência das ondas de calor em áreas urbanas, exacerbando as ilhas existentes.

O aumento das temperaturas médias globais pode tornar as ilhas de calor intensas, levando a mais emissões de gases de efeito estufa devido ao uso de sistemas de refrigeração — o que, por sua vez, contribui para o aquecimento global.

Portanto, as propostas para solucionar as ilhas de calor nas áreas urbanas não só podem melhorar o conforto e a saúde dos residentes, mas também tendem a contribuir para a redução do aquecimento global.

Quais são as possíveis soluções para as ilhas de calor?

Esse é, de fato, um grande problema para toda a sociedade. Contudo, algumas medidas podem ser adotadas desde já para reduzir os impactos das ilhas de calor no meio ambiente e na vida das pessoas. Listamos as principais abaixo.

Arquitetura bioclimática

Fachada de prédio diferenciada, com várias janelas de vidro e revestimentos em ângulos inusitados
Aproveitamento da iluminação natural é um dos princípios da arquitetura bioclimática (Projeto: Portobello)

A arquitetura bioclimática consiste em projetar edifícios levando em conta as condições climáticas locais. Isso inclui a orientação solar, a ventilação natural e o isolamento térmico.

Considerando esses fatores, é possível reduzir a absorção de calor e a dependência de sistemas de climatização.

Uso de materiais sustentáveis

Optar por materiais de construção sustentáveis, com baixa capacidade de absorção de calor, pode ajudar a minimizar as ilhas de calor.

Revestimentos permeáveis, blocos de terra comprimida e isolamento térmico natural podem ser boas opções.

O uso de pisos frios, como o porcelanato, também contribui para redução do calor em ambientes internos e externos.

Telhados e paredes verdes

Jardim vertical com plantas e flores
Soluções como paredes e telhados verdes ajudam a reduzir as temperaturas nos ambientes (Projeto: Conceito N)

A instalação de telhados e paredes verdes, cobertos com vegetação, ajuda a reduzir a temperatura da superfície.

Por sua vez, isso contribui com o isolamento térmico, fazendo com que os ambientes não esquentem muito.

Parques públicos com vegetação

A criação de áreas públicas com abundante vegetação pode ajudar a fornecer sombra, absorver o calor e promover a circulação de ar fresco.

Essa é uma medida interessante e popular que ajuda a reduzir as ilhas de calor em zonas urbanas. Um exemplo clássico é o Central Park, em Nova York (Estados Unidos).

Projetos de paisagismo urbano e residencial

Ainda falando sobre vegetação, incorporar elementos de paisagismo pode ajudar a criar microclimas mais frescos e agradáveis em áreas urbanas. 

E isso vale tanto para projetos de urbanismo quanto residenciais e comerciais. Entre as possibilidades estão a criação de jardins verticais, canteiros de plantas e árvores de sombra.

Ventilação cruzada e iluminação natural

Para reduzir a necessidade de sistemas de climatização e evitar o agravamento das ilhas de calor, é importante aproveitar ao máximo os recursos naturais.

Ao projetar ambientes com ventilação cruzada, por exemplo, é possível diminuir as temperaturas, o que controla o uso de aparelhos de refrigeração como ventilador e ar-condicionado.

Outra ideia é valorizar a iluminação natural. Afinal, as lâmpadas ajudam a aquecer os espaços, além de consumirem energia elétrica.

A localização e o tamanho das aberturas contribuem, portanto, para reduzir os impactos das ilhas de calor.

Pintura de asfalto e telhados com cores claras e reflexivas

Especificamente em projetos de urbanismo, há algumas soluções que podem ser aplicadas para reduzir as ilhas de calor. 

Por exemplo, a pintura do asfalto e de espaços públicos com cores claras. Melhor ainda se o material for reflexivo, impedindo a absorção do calor e mantendo as superfícies frescas.

Em diferentes construções, incluindo as particulares, é possível aplicar essa técnica até mesmo em telhados.

Uso de revestimentos permeáveis

Piso permeável visto de perto
Pisos permeáveis contribuem para reduzir os impactos das ilhas de calor (Projeto: Portobello)

Revestimentos permeáveis, como piso drenante, permitem que a água penetre no solo, ajudando no escoamento superficial em áreas urbanas.

Quer conferir outras dicas para refrescar os ambientes dos seus projetos? Saiba mais sobre como obter conforto térmico!

Compartilhe
Avaliação 
Avalie
 
Sem votos
VOLTAR
ESC PARA FECHAR
Minha avaliação desse conteúdo é
0 de 5
 

Ilhas de calor: entenda esse fenômeno climá...

Ilhas de calor: entenda esse fenômeno climático urbano

  Sem votos
minutos de leitura
Em análise Seu comentário passará por moderação.
Você avaliou essa matéria com 1 estrela
Você avaliou essa matéria com 2 estrelas
Você avaliou essa matéria com 3 estrelas
Você avaliou essa matéria com 4 estrelas
Você avaliou essa matéria com 5 estrelas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Não perca nenhuma novidade!

Assine nossa newsletter para ficar por dentro das novidades de arquitetura e design no Brasil e no mundo.

    O Archtrends Portobello é a mais importante fonte de referências e tendências em arquitetura e design com foco em revestimentos.

    ® 2024- Archtrends Portobello

    Conheça a Política de Privacidade

    Entenda os Termos de Uso

    Veja as Preferências de Cookies