Olhar para as macrotendências é uma das formas que a Portobello encontrou de se manter atual e inovar sempre. Por isso, a marca lança o seu Trendbook todos os anos, com recortes sobre o que está em alta no Brasil e no mundo. No material de 2024, um dos destaques é e-ETHICS.
Essa é uma macrotendência que fala sobre questões éticas, que têm estado no topo da agenda. Um dos principais pontos é a ética digital, uma vez que a Inteligência Artificial (IA) vem ganhando cada vez mais espaço.
Nesse cenário, a autenticidade e as imperfeições do ser humano e da vida cotidiana conquistam protagonismo. Entenda melhor o conceito de e-ETHICS e as tendências que se desdobram a partir dele.
e-ETHICS: questões éticas que levam à autenticidade
As macrotendências são aquelas que perduram por alguns anos, sofrendo pequenas modificações ao longo do tempo.
O conceito fica mais claro quando falamos de e-ETHICS, que evolui de Neo Real, presente no Trendbook 2023.
A partir das tendências tecnológicas e seus impactos nas estruturas da sociedade, somos levados a pensar mais sobre a ética de questões complexas.
Além de refletir como a tecnologia molda nossas vidas e o mundo que nos cerca, também olhamos para os valores e princípios que precisam influenciar no uso da tecnologia.
Esse é um tema em alta, sobretudo com o avanço da Inteligência Artificial. Estamos vendo cada vez mais máquinas realizando tarefas complexas, além de processar dados de maneira veloz.
Isso tem levado à necessidade de delimitar os limites entre o certo e o errado por meio de regulamentações que partem tanto do mercado quanto de órgãos governamentais mundo afora.
Contudo, esse é um cenário que ainda tem a paixão como um território exclusivo do ser humano. Portanto, é a última fronteira entre o homem e a IA, conferindo autenticidade a pessoas, empresas e produtos a partir das imperfeições da vida cotidiana.
Por isso, algumas pautas vêm sendo cada vez mais valorizadas pelos consumidores, como a questão da responsabilidade social.
Apoiar comunidades vulneráveis e promover a solidariedade agora são prioridades em um mundo em “alta voltagem”, cheio de mudanças tumultuadas e incertas.
Para além do lucro, as empresas agora precisam se comprometer em fazer a diferença, contribuindo de forma positiva para a sociedade.
Portanto, à medida que a tecnologia ultrapassa os limites da realidade, vemos a ascensão de três tendências que compõem e-ETHICS: Real Deal, Terms of Humanity e First Things First.
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Real Deal rejeita padrões e valoriza a vida real
Uma das três tendências interconectadas em e-ETHICS é Real Deal. Basicamente, trata-se da vida como ela é ganhando protagonismo. Nesse sentido, rejeita criações artificiais enquanto aprecia a veracidade no universo midiático.
A beleza da vida cotidiana se destaca, abraçando as imperfeições humanas. Para isso, Real Deal deixa de lado padrões estéticos que se tornaram convencionais.
Portanto, entra em cena a verdade nua e crua, ofuscando as ilusões digitais para jogar luz sobre a veracidade.
Como Real Deal se manifesta no dia a dia?
Na macrotendência e-ETHICS, Real Deal já vem se destacando de diferentes formas, como veremos na sequência.
Diversidade
O mundo da moda sempre foi repleto de padrões e sensos estéticos inalcançáveis. Mas isso vem mudando.
Em um dos principais desfiles, em Milão, a designer brasileira radicada em Londres, Karoline Vitto, em parceria com a Dolce & Gabbana, levou ao palco modelos consideradas “fora do padrão”, em peças que valorizavam justamente características que outros estilistas tentam mascarar.
Outro ótimo exemplo de como a diversidade vem ganhando espaço dentro da macrotendência e-ETHICS é a novela “Vai na Fé”, exibida pela TV Globo.
No folhetim, o pertencimento foi instigado, indo além de campanhas superficiais. Por meio de uma estratégia que gera mudança cultural profunda, a autenticidade brasileira brilhou. Afinal, os estereótipos de personagens comuns foram desafiados.
Com isso, a novela conquistou o público brasileiro e deixou sua marca entre as novelas. Portanto, a vida real alcançou o centro do palco.
Beleza do dia a dia
Foi-se o tempo em que a mídia veiculava apenas padrões inatingíveis. Em meio a uma reviravolta animadora, temos visto cada vez mais mulheres expondo suas rugas e seus cabelos brancos.
Revistas, redes sociais, campanhas de moda e novelas estão abraçando cada vez mais a beleza do cotidiano. A serenidade que avós transmitem por meio de sua religião ou a vivacidade de crianças brincando pelas ruas são exemplos de cenas que celebram a realidade em toda a sua diversidade.
Portanto, histórias genuínas se tornam o centro das atenções, encorajando cada vez mais pessoas a serem quem elas realmente são.
Ilustrações feitas à mão
As ilustrações feitas à mão surgem como um contraponto cheio de nostalgia, em meio ao crescimento do uso da IA.
Essas imagens se tornam assinaturas visuais de designers, emergindo em um cenário de produção digital que parece homogêneo.
Tais ilustrações são cheias de autenticidade e humanidade, relembrando que por trás de aplicativos e dispositivos há pessoas com visões únicas.
Para além das ilustrações, as produções manuais se tornaram uma tendência valiosa. Elas celebram visões artísticas cheias de personalidade, em um mundo que caminha para a automação.
Terms of humanity joga luz sobre questões éticas em e-ETHICS
Mais uma vez, a Inteligência Artificial molda e-ETHICS. Agora, por meio da reflexão sobre a interação entre a tecnologia e a sociedade.
Esse é um debate essencial sobre ética, sobre aquilo que é aceitável ou não. Além de moldar as expectativas dos consumidores e a conduta de empresas, também leva a regulamentações em diferentes sentidos.
Temos visto, por exemplo, a recriação digital de pessoas. Sejam famosos já falecidos, ou pessoas que buscam enganar os olhares por meio das Deepfakes.
Tudo isso nos leva a um momento crucial, de ditar as regras do jogo, adaptando a IA aos nossos valores.
Como Terms of Humanity se materializa?
Diversas iniciativas estão sendo vistas para tratar as questões éticas que giram em torno do uso da tecnologia. Entenda melhor abaixo.
Equilíbrio entre inovação e segurança
A tecnologia avança a passos largos, transformando a segurança cibernética. Até mesmo autenticações por biometria agora estão suscetíveis a ataques. Isso porque os cibercriminosos são capazes de simular vozes, replicar o estilo de escrita, entre outras possibilidades.
Nesse cenário, ganha destaque também a preocupação com os direitos humanos. Na busca para equilibrar as inovações tecnológicas com a segurança, o Brasil se aliou a países como a Dinamarca e a Coreia do Sul para buscar soluções focadas em IA junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
Criando entidades de supervisão e diretrizes claras, iniciamos um caminho para o uso ético da tecnologia.
A batalha da autenticidade
Com a inovação digital, algo que podia parecer improvável se tornou real: o desaparecimento dos limites entre o passado e o presente. Afinal, com a IA é possível até “reviver” artistas que já nos deixaram.
Porém, enquanto o público se deleita com a nostalgia de artistas queridos, dubladores e atores atuais estão em busca de proteção para seus papéis e legados.
Alguns artistas já se posicionaram, como é o caso de Madonna. Depois de um susto com a sua saúde, ela revisou seu testamento, proibindo recriações póstumas usando Inteligência Artificial.
Quem fez o mesmo foi a atriz Whoopi Goldberg. Para ela, é importante ser lembrada pela sua essência e sua autenticidade, e não por uma reprodução digital, como um holograma.
O que também está em pauta em e-ETHICS é a confiabilidade das imagens. Isso porque diversos programas geram fotos e ilustrações artificialmente, colocando a autenticidade à prova.
First Things First: o que realmente importa
Em e-ETHICS, olhar para a realidade, equilibrando com as inovações tecnológicas, pode parecer um grande desafio.
Mas First Things First chega para apontar um caminho interessante: a priorização do que realmente importa.
Olhando para o cenário mundial, percebemos a necessidade de apoiar comunidades vulneráveis, combater crises climáticas, além de promover a solidariedade.
E a responsabilidade ambiental e social só aumenta à medida em que a sociedade enfrenta desafios complexos. Isso torna as questões éticas ainda mais importantes, indo além do lucro.
Entenda quais iniciativas estão alinhadas com First Things First
Já é possível ver empresas e comunidades trabalhando em prol do bem comum. Confira alguns exemplos na sequência.
Inovação para um mundo mais sustentável
Em busca de soluções ecoeficientes para causar menos impacto ao meio ambiente, a inovação surge onde menos se espera.
Um exemplo é o chamado Sugarcrete. Derivado da cana-de-açúcar, é resistente e tem pegada de carbono reduzida em até 85%.
Idealizado por pesquisadores da Universidade de East London, com parceria da Grimshaw e Tate & Lyle Sugar, o material pode revolucionar a indústria da construção civil, em um importante passo para a sustentabilidade.
Empresas de outros segmentos também estão embarcando em jornadas sustentáveis. A Tim, por exemplo, direcionou a receita dos planos pós-pagos para projetos sociais. Já a Volvo está deixando de lado o diesel, enquanto a IKEA usa painéis solares em suas filiais neerlandesas, mirando em uma operação completamente sustentável.
Idioma não é mais uma barreira
A globalização leva os conteúdos a todos os cantos. Mas o idioma ainda era uma barreira. Então, o Spotify se uniu à OpenAI para traduzir podcasts de forma instantânea. Com a Inteligência Artificial, é possível manter a essência, o tom e a voz dos apresentadores.
Empoderamento feminino
O movimento “Elas Dirigem” chega para romper estereótipos negativos com relação às mulheres na direção.
A campanha é uma parceria entre a Chevrolet e a filósofa Djamila Ribeiro, com uma narrativa que encoraja mulheres a se empoderar nas estradas.
Tecnologia em prol do ser humano e do meio ambiente
A preservação da biodiversidade é um desafio global. Pensando nisso, a NatureMetrics vem usando vestígios genéticos encontrados na água, no solo e no ar, para que empresas entendam sua pegada ecológica.
Já a Apple tem direcionado esforços para produtos neutros em carbono. Por outro lado, também avança na neurociência. Como é o caso do implante que devolveu a capacidade de comunicação de uma mulher paralisada. Assim, vemos como a tecnologia pode tornar o mundo um lugar com mais harmonia e inclusão.
Além de e-ETHICS, outras duas macrotendências foram mapeadas pela Portobello: Multipl(us) e Rewind. Quer conhecer todas em detalhes? Baixe o Trendbook 2024 agora mesmo!