Arquitetos, designers e artistas transformaram porcelanato em projeto artístico para a Portobello
O dito popular ensina que duas cabeças pensam melhor que uma. De fato, cocriações de sucesso podem unir visões distintas em um objetivo comum. Elas possibilitam a junção de culturas, bagagens e ideias diversas para a construção de um novo conceito.
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As cocriações da Portobello valorizam profissionais que, muitas vezes, nunca tinham trabalhado com revestimentos, mas que trazem seu toque único e desenvolvem arte para esse tipo de produto.
Neste artigo, você vai conhecer arquitetos, designers e artistas que trouxeram sua experiência e criatividade para transformar revestimentos. Confira!
Cocriações Portobello: conheça os profissionais que já trabalharam com a marca
Arquitetos, designers e artistas transformaram porcelanato em projeto artístico para a Portobello. Conheça alguns deles.
Ruy Ohtake
Nascido em São Paulo, Ruy Ohtake é arquiteto e designer de móveis, responsável por mais de 300 obras realizadas no Brasil e no exterior. É também um exemplo de que talento e sensibilidade podem ser transmitidos de pais para filhos: ele é filho da artista plástica japonesa Tomie Ohtake, uma das maiores representantes do abstracionismo informal.
São 17 anos de parcerias, cocriações e trabalhos incríveis com a Portobello. Sobre o seu trabalho em porcelanato, o próprio Ohtake diz: “eu uso muito a curva, uma linguagem brasileira da arquitetura. Eu sei que o porcelanato é uma placa plana. Então estudamos formas de como fazer algumas curvas, alguns objetos que acho que nunca foram feitos em nenhum lugar do mundo. Eu acho que essa ambição a gente tem que ter, fazer uma coisa inovadora. E para isso, precisa-se de um pouco de ousadia”.
Conheça as cocriações do arquiteto com a Portobello:
- Concretíssyma: linha de revestimentos de porcelanato de 2012, com superfície que reproduz o concreto, material marcante em toda a obra de Ohtake;
- Ohtake: coleção de mesas e estantes com o nome do arquiteto que foi desenvolvida em design flat e linhas arredondadas e curvilíneas, dando a impressão de movimento.
Jader Almeida
O brasileiro Jader Almeida é arquiteto e designer de produtos e, entre 2008 e 2018, ganhou mais de 30 prêmios nacionais e internacionais. Em 2019, foi escolhido o designer do ano pelo prêmio Casa Vogue Design. É conhecido pelo seu estilo minimalista, que interfere pouco na decoração, e pelo equilíbrio em texturas, cores e materiais.
Entre as cocriações com a Portobello está o Café Officina, ambiente que projetou para a CASACOR Ribeirão Preto. Cores neutras e madeira predominaram na decoração do local. A natureza ao redor favoreceu o descanso visual. Mas o fator mais marcante da cafeteria foi a grande mesa central, que circundava uma árvore. Alta e com apenas duas banquetas, foi pensada para fazer com que os clientes bebessem seus cafés em pé, durante uma conversa.
Além do café, Jader desenvolveu a linha Sonatta, de mobiliários para banheiros e lavabos. Inspirada no design da calha que capta água, a coleção tem como conceito a interação, em que há um percurso tendo o usuário como protagonista, que vai gerar o desenho final. Todos os objetos são feitos de porcelanato com acessórios em madeira, metal ou vidro.
Jader e Officina Portobello também criaram a linha de bancadas Ícaro. Cada móvel é formado por dois planos dispostos em um ângulo aberto, formando um desenho de um par de asas estilizado. A coleção foi responsável pela conquista do Prêmio Casa Vogue Design na categoria Louças e Metais.
Entrevista de Jader Almeida falando sobre suas cocriações no Prêt-à-Porter
As linhas Ícaro e Sonatta fazem parte da Prêt-à-Porter, portfólio selecionado da Officina Portobello com o objetivo de levar os produtos para o Brasil inteiro.
Na Expo Revestir 2020, ocorrida São Paulo, Jader elaborou um espaço-conceito em um dos estandes da Portobello, que trazia uma mesa com mais de 6 m de comprimento. O móvel era feito com lastras, superfícies contínuas produzidas em porcelanato.
Antonio Bernardo
O designer de joias carioca Antonio Bernardo é responsável por uma das pérolas da Portobello. A linha Atmosfera traz modelos de relevo em monoporosa com inspirações que vão do universo conhecido ao transcendental: Ar, Aura, Espaço, Espectro e Tempo.
Além dos revestimentos, o designer foi responsável pela criação de painéis com relevo que são vendidos como kits e também remetem ao espacial: Eclipse, Ovni e Lua. Para dar o efeito de joias nos revestimentos, há uma combinação de porcelanato com aço inox em acabamento fosco — outra característica do seu trabalho.
Inclusive, Ovni ganhou o prêmio Júri do Best In Show, premiação anual concedida pela Expo Revestir e pela Anfacer que aponta as peças, coleções e marcas que mais se destacam no evento.
Antonio foi o primeiro designer de joias a fazer cocriações com a Portobello, tornando-se uma parceria fora da curva para a marca, que até então só tinha trabalhado com arquitetos e designers de mobília.
O espaço, o horizonte e o universo são temas recorrentes no trabalho do designer. Dois exemplos são o anel Sideral e a pulseira Percurso.
Cecilie Manz
Designer industrial dinamarquesa, Cecilie Manz é responsável pela linha Puro, a primeira lançada pela Portobello em 2019. O fator inovação marcou toda a coleção, presente até mesmo na escolha de Cecilie. Trazer um profissional internacional proporciona um mix de culturas que enriquece o processo criativo da empresa.
Segundo Cecilie, a linha Puro traz "uma composição com o mínimo: somente o suficiente. Texturas microscópicas sutis, flexíveis, diferenças de altura arquiteturais e organizadas. Paleta de cores em cinza e amarelos. Matérias-primas, a própria terra, ocres lavados, siena pálido". Na prática, isso originou uma coleção de porcelanatos que podem ser usados na casa toda e combinam com o decorado de parede.
Mestre do minimalismo moderno, Cecilie Manz especializou-se em criar móveis e luminárias. Ela sempre trabalha sozinha em seu estúdio em Copenhague, produz seus desenhos em papel e realiza a modelagem em sua oficina no porão. Em novembro de 2017, foi premiada como designer do ano no Design Awards.
Oskar Metsavaht
Apesar do nome, o estilista Oskar Metsavaht é gaúcho, de Caxias do Sul. Além disso, é fundador, diretor de criação e estilo e criador dos fundamentos de desenvolvimento sustentável da Osklen.
Para tornar sua marca o mais sustentável possível, lançou o conceito ASAP — as sustainable as possible (“tão sustentável quanto possível”). A sigla é uma irônica troca de significados com a gíria americana ASAP — que significa as soon as possible (“o mais rápido possível”) — e coloca em prática a filosofia do dono: o novo luxo é a estética da ética.
O talento para a moda esconde a sua formação acadêmica em Medicina. No entanto, o cuidado com os menos favorecidos é notado em sua preocupação com o meio-ambiente. Além da Osklen, Oskar é diretor criativo do studio OM.art, fundador e presidente do Instituto-E, membro do conselho do Instituto Inhotim e embaixador da Boa Vontade da Unesco para cultura de paz e sustentabilidade.
Na Expo Revestir 2020, a Portobello antecipou as novidades que serão lançadas durante o ano. Uma delas é a linha Ipanema, cocriação da empresa com Oskar Metsavaht. O apaixonante bairro carioca serve de inspiração até hoje para diferentes expressões artísticas. Na Portobello, suas cores naturais, pedras portuguesas e luz solar foram transportadas para lastras de 120 x 270 cm.
Guilherme Wentz
Conterrâneo de Oskar, Guilherme Wentz é designer de produto, criador da marca WENTZ e diretor criativo da Decameron.
Logo no início da carreira, ganhou prêmios como o IDEA Brasil e o Brasil Design Award. O destaque vai para o internacional iF Design Award, prêmio máximo do setor, que conseguiu conquistar com menos de 30 anos.
Nas cocriações com a Portobello, Wentz assina a linha de mesas Planos. O designer traduz em porcelanato a descontração do seu estilo, brincando com o desnível dos planos.
Ora os recortes das superfícies sobem, ora descem, seguindo os veios do material e criando peças únicas e despojadas.
Le Corbusier
Falecido há quase 55 anos, Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier, é até hoje considerado um ícone da arquitetura. De origem suíça e naturalizado francês, foi também urbanista, escultor e pintor. Amado e odiado em proporções quase idênticas, foi polêmico e, por isso, um dos primeiros starchitects (arquitetos-estrelas) da história.
Na arquitetura, deixou mais de 30 obras inspiradas pelas referências estéticas e conceituais que ele reuniu ao viajar pelo mundo. Um dos seus legados mais importantes foi a criação dos cinco pontos da Nova Arquitetura: planta livre, fachada livre, pilotis, terraço-jardim e janelas em fita.
Para homenageá-lo, a Portobello criou a linha Pavillon de revestimentos, fazendo uma referência ao Pavillon de l’Esprit Nouveau, um marco da arquitetura moderna. A coleção reproduz cores da Policromia Arquitetural e propõe duas superfícies em porcelanato inspiradas no concreto aparente usado por Le Corbusier em diversos edifícios.
Athos Bulcão
Um dos maiores artistas da história brasileira, Athos Bulcão foi um pintor, escultor e artista plástico brasileiro. Sua importância para a arquitetura nacional é marcante e multidisciplinar: ele foi assistente de Candido Portinari na criação da Igreja da Pampulha e ilustrador no Mistério da Educação e Cultura.
A linha Athos Bulcão foi desenvolvida para homenagear seu centenário, em 2018. Desenvolvida em parceria com a Fundação Athos Bulcão (Fundhatos), entidade criada para preservar e divulgar a obra do artista, a coleção surgiu da vontade de homenagear e, acima de tudo, valorizar um artista brasileiro.
A entidade fez uma curadoria e convidou os azulejistas Ligia de Medeiros, Paulo Humberto e Alexandre Mancini para elaborar o trabalho.
A coleção foi uma das cocriações mais plurais da Portobello, já que foi desenvolvida com outros artistas. Curvas, retas e cores em fundo branco marcam todas as peças da coleção.
Muitos dos trabalhos de Athos também foram cocriações com grandes nomes da arquitetura e arte moderna, como Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Lúcio Costa.
Coletivo Criativo
Parte do ciclo da inovação Portobello, o Coletivo Criativo é uma das ações mais importantes implementados pela empresa. Faz parte do programa de relacionamento Portobello+arquitetura, proporcionando a arquitetos do Brasil inteiro a oportunidade de viajar por locais estratégicos do mundo e desenvolver um novo produto ou uma nova linha para a Portobello ou para a Officina Portobello.
A última edição do Coletivo Criativo, feita em Berlim, resultou no desenvolvimento da linha de revestimentos Berliner. A combinação entre a pedra natural e o concreto interpretados em porcelanato deu vida a uma coleção que mistura conceitos divergentes, como passado e futuro, rigidez e fluidez, histórico e contemporâneo. Tudo isso para captar a essência multicultural da capital alemã.
Ao todo, foram três edições do Coletivo Criativo. Na segunda os vencedores foram para a Islândia. O trabalho resultou na linha Harpa, que reverencia uma das principais obras de arquitetura do país, o Harpa Concert Hall.
A cor chumbo e o alumínio são muito presentes. Como resultado, foram desenhadas superfícies de concreto em porcelanato nas cores Fjord e Volcano, que têm como principal característica o movimento dos tons, representando a intensidade da natureza da Islândia.
Já a primeira edição do Coletivo Criativo levou para uma viagem à Dinamarca, que gerou a linha Dansk (“dinamarquês”), inspirada no minimalismo nórdico.
O próximo destino do Coletivo Criativo é Tel Aviv.
Como vimos, grandes profissionais do Brasil e do mundo trouxeram sua bagagem profissional e criativa para inovar revestimentos. Mas eles também têm algo a dizer. Durante os dias 9 e 10 de março, a Portobello promoveu o Archtrends Summit 2020, com palestras lideradas por grandes nomes da arquitetura e do design. Saiba tudo o que ocorreu durante o evento!
Destaque: Em uma de suas cocriações, Ruy Ohtake desenvolveu uma linha que reproduzia concreto em porcelanato (Foto: Portobello S.A.)