Arquitetura egípcia: beleza e mistério que atravessam milênios
Os egípcios foram uma das civilizações mais importantes da história e deixaram um grande legado para os mais diversos segmentos. Na área das construções e da decoração não é diferente, sendo a arquitetura egípcia um interessante objeto de estudo e fonte inesgotável de inspiração para projetos até os dias atuais.
A beleza e o mistério das edificações feitas no Egito Antigo atravessam milênios. Os projetos atuais também são bastante interessantes. É sobre esse assunto que falaremos neste artigo, para que você entenda ainda mais sobre as construções desenvolvidas por essa civilização enigmática.
A seguir, explicaremos um pouco sobre a história da arquitetura egípcia, os princípios e materiais utilizados, os tipos de construções mais comuns, alguns de seus exemplares mais famosos e também os projetos desenvolvidos nos dias atuais. Confira todas essas informações interessantes!
Um pouco da história da arquitetura egípcia
O período mais relevante da história da arquitetura egípcia compreende o período que vai de 4000 a.C. a 30 a.C. Foi nessa época que se desenvolveram as características mais marcantes e norteadoras do estilo seguido pelos egípcios para construir.
Desde o princípio, a arquitetura egípcia esteve relacionada à religiosidade, com a presença de muitos monumentos para cultuar as divindades nas quais o povo acreditava. As construções mortuárias também sempre estiveram muito presentes.
Por volta de 3200 a.C., as comunidades que existiam em torno do rio Nilo foram unificadas em um único império. Foi a partir daí que a arquitetura egípcia ganhou força, com um padrão introduzido pelos imperadores para todas as edificações que eram realizadas na região.
Acredita-se que a primeira pirâmide do Egito tenha sido a tumba de Djoser, fundador da III Dinastia, construída pelo arquiteto Imotepe, em Sacara. Foi ela que deu início a uma cultura de construir grandes edificações para guardar as múmias de membros da nobreza e funcionários do Estado.
Um pouco da história de Imotepe, considerado o primeiro arquiteto do Egito Antigo, pode ser vista misturada à ficção no filme A Múmia, disponível no catálogo da Netflix. No longa-metragem, quem interpreta o personagem é o ator sul-africano Arnold Vosloo.
Princípios utilizados pelos egípcios na arquitetura
Existem alguns princípios que são bastante comuns em exemplares da arquitetura egípcia. Veja os principais.
Grandes superfícies
Uma das principais características da arquitetura egípcia é a monumentalidade presente em grandes superfícies.
Isso pode ser observado nas pirâmides, que são construções enormes e complexas, sempre com muitas linhas sólidas.
Hieraticidade
As construções egípcias são hieráticas, ou seja, inspiradas pela religião oficial da civilização. As obras eram sempre submetidas a uma série de cânones que atravessaram 30 séculos, muito por conta do isolamento geográfico da região.
Impessoalidade
É interessante observar que os projetos arquitetônicos do Egito Antigo eram bastante impessoais, não deixando que os arquitetos expressassem os seus pensamentos e desejos nas obras.
O objetivo da arquitetura não era ser uma manifestação cultural individual, mas sim satisfazer os desejos e cumprir as ordens dos faraós.
Durabilidade
Os egípcios acreditavam que a morte era um processo em que a alma se desprendia do corpo, funcionando como uma passagem para outro mundo. Eles também pensavam que isso poderia levar muitos anos para acontecer e, por conta disso, os corpos das pessoas mortas precisavam ser preservados.
De tal maneira, as construções mortuárias eram feitas pensando em durarem para sempre, servindo como espaços para que os mortos fizessem a passagem e também pudessem ser lembrados e cultuados pelas gerações futuras.
Construções feitas em pedras
No Antigo Egito, a madeira era escassa. Por conta disso, os materiais mais utilizados eram tijolos, pedras de barro, calcário, arenito e granito.
O revestimento das pirâmides também era feito com pedras de grandes proporções, como o calcário branco de Tura, que era trabalhado em maxiformatos, de forma similar ao que é feito hoje com as lastras.
Tipos de construções mais comuns na arquitetura egípcia
Marcadas sempre pela grandiosidade, as construções do Antigo Egito são classificadas em três categorias predominantes: as mastabas, os hipogeus e as pirâmides. Confira as características de cada uma dessas modalidades.
Mastabas
As mastabas são túmulos de forma retangular, feitos geralmente de pedras. Eram escavadas câmaras funerárias abaixo da base das edificações para que fossem colocadas as múmias.
Esse tipo de construção surgiu antes das pirâmides, inicialmente servindo para abrigar os corpos dos faraós. Tempos depois, passaram a servir apenas para enterrar as múmias de outros membros da nobreza.
Hipogeus
Os hipogeus são túmulos subterrâneos, que eram cavados nas rochas, nas proximidades de rios ou encostas de montanhas.
Eles têm diversos compartimentos, incluindo templos religiosos, onde eram realizadas oferendas para os mortos.
Na parte subterrânea eram enterradas as múmias, também de membros da nobreza apenas.
Pirâmides
As maiores representantes da arquitetura egípcia, sem dúvida, são as pirâmides. Tratam-se de edificações escalonadas, com degraus ou lisas, em que eram guardadas as múmias das pessoas com os maiores títulos de nobreza — na maioria dos casos, faraós.
A arquitetura egípcia contemporânea
A arquitetura egípcia contemporânea, assim como acontece em diversas localidades, é bastante globalizada e multicultural. A tecnologia quebrou fronteiras geográficas e fez com que novos estilos chegassem ao país, mesclando o antigo com o moderno.
As casas e os prédios comerciais ou residenciais ainda são predominantemente feitos com pedras, tijolos e materiais mais brutos, muito por conta da necessidade de resistir às intempéries, como as tempestades de areia que eventualmente ocorrem no deserto.
Pessoas com mais posses ainda costumam viver em moradias luxuosas como palacetes ou edificações que lembram um pouco a opulência dos antigos templos.
Exemplares famosos da arquitetura dos egípcios
As características marcantes da arquitetura egípcia podem ser vistas em diversos exemplares famosos. Conheça alguns dos principais.
Necrópole de Gizé
A Necrópole de Gizé é um sítio arqueológico onde ficam os mais conhecidos exemplares da arquitetura do Antigo Egito.
As famosas pirâmides de Quéops, de Quéfren e de Miquerinos estão localizadas ali. Também fazem parte do complexo a esfinge e a tumba da Rainha Quentecaus I.
Mastaba de Seberquerés
Esse monumento é o túmulo do rei Seberquerés, o último líder da IV dinastia. A mastaba está localizada ao sul de Sacará e é feita com pedras e tijolos.
Por fazer parte da história da humanidade, o local costuma atrair milhares de turistas, que ficam encantados com a forma como os egípcios conduziam a arquitetura.
Bibliotheca Alexandrina
Construída em 2002, a Bibliotheca Alexandrina é um exemplo da arquitetura egípcia contemporânea. O prédio abriga museus, auditórios, laboratórios e um planetário.
O design moderno é internacionalmente reconhecido e considerado por muitos críticos como um dos mais bem trabalhados na cidade de Alexandria.
A aplicação da arquitetura egípcia em projetos contemporâneos
Na contemporaneidade, a aplicação da arquitetura egípcia pode ser vista, principalmente, na decoração e no design de interiores.
Elementos como o uso do preto e do dourado, que denotam o luxo que as antigas edificações tinham, podem facilmente ser trazidos para os ambientes.
Tapetes, castiçais e quadros com arte egípcia, entre outros itens, também podem ser utilizados pelos designers de ambientes que desejarem trabalhar essa cultura em seus projetos.
Conhecer a arquitetura egípcia é realmente inspirador. Todo arquiteto ou amante da área fica encantado quando se aprofunda nesse tema. Esperamos que você tenha gostado do nosso artigo.
A história da arquitetura do Egito está intrinsecamente ligada ao orientalismo. Saiba mais em nosso artigo que fala sobre esse movimento!
Foto de destaque: As pirâmides são os exemplares mais famosos da arquitetura egípcia (Foto: Mstysval Chernov)