Superquadra de Brasília: a organização urbanística que marca a capital do país
O arquiteto Lúcio Costa foi idealizador do Plano Piloto. É graças a ele que temos a superquadra de Brasília, uma das mais importantes contribuições do país à arquitetura mundial e que inspirou uma das mais icônicas linhas de revestimento da Portobello.
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Embora Brasília seja lembrada por outras singularidades de sua arquitetura, foi a superquadra que revolucionou a forma de se pensar uma cidade. Entenda mais sobre essa obra de Lúcio Costa e como ela inspirou a linha Superquadra da Portobello.
Conheça a superquadra de Brasília
“O monumental e o doméstico entrosam-se num todo harmônico e integrado” (COSTA, Lúcio; 1995)
A superquadra de Brasília é um sistema de organização residencial que permite que os moradores estejam perto dos principais pontos da capital.
Com um sistema de numeração até então único — de SQN 100 até SQS 400 —, ela até gera confusões entre os visitantes. No momento em que se entende seu funcionamento, porém, a localização se torna mais fácil do que com a organização tradicional de ruas.
A Superquadra Norte (SQN) e a Superquadra Sul (SQS) são paralelas ao Eixo Rodoviário de Brasília, conhecido popularmente como Eixão.
As quadras com numeração par estão entre o Lago Paranoá e o Eixão no sentido leste; já as de número ímpar estão a Oeste do Eixão e entre outros monumentos do Plano Piloto, o Parque da Cidade e o Memorial JK.
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Referências
"Os interesses do homem como indivíduo nem sempre coincidem com os interesses desse mesmo homem como ser coletivo. Cabe, então, ao urbanista procurar resolver, na medida do possível, esta contradição fundamental" (COSTA, Lúcio; 1980)
Assim como as cidades novas planejadas da década de 1950, Lúcio Costa adotou o conceito de unidade de vizinhança (UV) — idealizado por Clarence Perry — para a construção do Plano Piloto.
Para Clarence, a vizinhança não deveria ser interrompida, mas tangenciada pelas vias de trânsito. Além disso, as ruas deveriam ser seguras o suficiente para permitir que uma criança fosse sozinha estudar. Por isso, uma escola primária era o ponto básico de cada UV.
A ideia de Perry era que vizinhos voltassem a se relacionar, se visitar, trocar objetos e favores. Por isso, a criação de cada UV era voltada para o cidadão, e não para o comércio ou circulação de carros.
E como o trabalho de Perry foi adaptado até chegar à superquadra de Brasília? Permitir que o cidadão pudesse encontrar facilmente os pontos principais da cidade, como as escolas, o comércio local e os pontos turísticos.
No início, a UV pretendia agrupar de três a quatro mil habitantes em torno da escola primária (que era o ponto de partida desse layout urbano).
A superquadra de Brasília preserva esse princípio, mas usando o Eixão como ponto inicial. Assim, cada UV conta com quatro superquadras, permitindo a moradia de 12 mil habitantes.
Tal como uma cidade \"comum\", cada UV forma uma espécie de bairro, com escolas, comércios, igrejas e áreas de lazer.
308 Sul, a Superquadra Modelo
“Para conciliar a escala monumental, inerente à parte administrativa, com a escala menor, íntima, das áreas residenciais, imaginei as Superquadras” (COSTA, Lúcio; 1985)
Para convencer os servidores federais a saírem do Rio de Janeiro (capital federal até então) e irem para Brasília, foi preciso construir uma série de superquadras antes mesmo da inauguração da nova capital.
A principal delas foi a 308 Sul, conhecida como Superquadra Modelo, que serviria de moradia para os trabalhadores e referencial para as outras.
Além de ser o ponto de partida para a implementação da superquadra de Brasília, o grande diferencial da 308 Sul é ser a única a contar com um projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, outra grande referência brasileira na arquitetura mundial.
Dois marcos da superquadra de Brasília são a densa arborização dos edifícios baixos e o pilotis — construção sustentada por uma grelha de pilares em seu pavimento térreo. Os blocos residenciais são projetados em projeções em vez de lotes, deixando o térreo livre para o uso público.
Além do paisagismo de Burle Marx, a superquadra 308 tem azulejos de Athos Bulcão (que também inspirou mais uma linha da Portobello) na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima e na Escola Parque de Oscar Niemeyer, nove prédios residenciais projetados por Marcelo Campello, Sérgio Rocha, José Ricardo Abreu e Luiz Acioli.
Iphan e a superquadra
“As áreas de vizinhança justapostas não são estanques, – se permeiam”(COSTA, Lúcio; 1995)
Para homenagear a superquadra de Brasília, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disponibilizou para download gratuito a segunda edição do livro A invenção da Superquadra.
Escrita por Marcílio Mendes Ferreira, um dos arquitetos que trabalhou no Plano Piloto, e Matheus Gorovitz, arquiteto e doutor pela Universidade de São Paulo, a publicação conta também com textos de Lúcio Costa, desenhos técnicos, história da criação e diversos registros fotográficos de Joana França.
A invenção da Superquadra foi publicado em 2009 e reeditado em 2020 para distribuição on-line gratuita.
De Brasília para a Portobello
“A moradia do homem comum há de ser o monumento símbolo do nosso tempo, assim como o túmulo, os mosteiros, os castelos e os palácios o foram em outras épocas (COSTA, Lúcio; 1985)”
Urbana, sofisticada e pensada para oferecer o melhor para o usuário, a linha Superquadra é a cara da sua inspiração.
Cada revestimento conta com movimento de tons e pequenos pontos impressos aleatoriamente pelo ferro da fôrma, formando uma superfície única em cada placa.
Disponível em três cores — Cru, Concreto e Zinco —, Superquadra está disponível nos tamanhos 90 x 90 cm, 60 x 120 cm e 120 x 120 cm.
A linha Superquadra apresenta acabamentos natural e EXT, o que possibilita seu uso nas áreas interna e externa.
Como visto, a superquadra de Brasília mudou a forma de se enxergar uma cidade — tanto que se tornou uma das mais importantes contribuições do Brasil para a arquitetura internacional. E isso só foi possível graças a Lúcio Costa.
Conheça agora 10 projetos com a linha Superquadra, da Portobello.