Slow Architecture: por construções mais graduais e orgânicas
A chamada Slow Architecture ou arquitetura lenta conquista cada vez mais adeptos por proporcionar construções que geram bem-estar e qualidade de vida.
Isso porque o conceito preza pela desaceleração, ao olhar com cuidado e dedicação para as necessidades, para a comunidade e para o meio ambiente.
Com a Slow Architecture, aparecem elementos como espaços mais aconchegantes, áreas verdes e processos manuais, como veremos à frente.
O que é Slow Architecture?
A Slow Architecture tem o conceito de design intencional. Do olhar cuidadoso com as necessidades e com o meio ambiente, em detrimento da produção e do crescimento desenfreados.
Tudo isso levando em consideração fatores importantes que se fazem presentes no local da construção: comunidade, história, cultura e materiais integram os projetos.
A ideia é pensar no longo prazo. Nem que isso implique em uma construção que seja, de fato, mais lenta para ser construída.
Com a Slow Architecture, o esperado é ter um projeto gradual, orgânico e sustentável.
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Como surgiu a Slow Architecture?
Vivemos em um mundo acelerado, em que se busca fazer cada vez mais, mais rapidamente. Na arquitetura, na engenharia e no design, isso significa padronizar e pré-fabricar, por exemplo.
Assim, é possível entregar projetos em prazos mais curtos, acompanhando a inovação e a tecnologia que vemos em outras áreas de conhecimento.
No entanto, tudo isso tem um custo. É necessário abrir mão do bem-estar e da qualidade de vida, por exemplo.
O resultado acaba sendo menos humano e mais automatizado. Ficam de lado aspectos importantes, como necessidades, cultura e meio ambiente.
Porém, com a pandemia, muito desse estilo de vida foi repensado. Depois de dois anos, conceitos como sustentabilidade foram revistos e, hoje em dia, aparecem entre as principais tendências.
Assim, chegamos à Slow Architecture, que leva essa desaceleração para os espaços, com mais consciência sobre o meio ambiente, com o consumo e com o futuro.
O termo tem influência do chamado Slow Food, que começou na Europa em protesto ao consumo exagerado de Fast Food.
Entretanto, essa lógica se espalhou e passou a ser aplicada também em outros mercados, como na arquitetura.
Como aplicar a Slow Architecture na prática?
Ter ambientes aconchegantes é a prioridade de muita gente na atualidade. Sentir-se bem na própria casa ganhou um novo significado depois da pandemia.
E essa é uma das principais buscas da arquitetura lenta, que usa de diferentes artifícios para proporcionar mais conforto, como veremos nos exemplos abaixo.
Priorize a funcionalidade
A arquitetura lenta coloca em primeiro lugar a funcionalidade dos espaços. Portanto, a estética vem depois.
Nesse sentido, as construções precisam atender às necessidades de quem vai usufruir delas no dia a dia. Devem tornar a rotina mais prática, agradável e leve.
Isso pode incluir espaços amplos e ambientes integrados, entre outras possibilidades.
Prefira materiais naturais e artesanatos
Conforto, sustentabilidade e autenticidade são conceitos-chave neste tópico sobre como aplicar a Slow Architecture.
Para começar, vale mencionar que os materiais naturais são capazes de proporcionar aconchego e elevar o bem-estar nos ambientes.
A textura, o cheiro e o fato de remeterem ao meio ambiente estão entre as explicações para isso.
Além desse ponto, a busca por produtos artesanais — e, melhor ainda, de produtores locais — ajuda a valorizar a cultura e o trabalho, contribuindo para projetos únicos.
Recicle e reutilize
Desacelerar também tem a ver com reduzir a quantidade de lixo e o consumo, olhando para os processos de produção e buscando alternativas e soluções mais sustentáveis.
Nesse sentido, é importante tentar reciclar tudo o que for possível durante a construção.
Reutilizar materiais, móveis e objetos de decoração também é uma boa pedida para quem idealiza um projeto sob a ótica da Slow Architecture.
Alguns produtos podem ser recuperados, sobretudo quando falamos de antiguidades em bom estado e fabricadas em matérias-primas nobres, como a madeira.
Vale a pena ficar de olho na origem do que se utiliza na construção e na decoração. Preze por fornecedores que adotam práticas sustentáveis no desenvolvimento de seus itens.
Também é interessante optar por materiais que agridem menos o meio ambiente, como é o caso do revestimento cerâmico.
O produto pode reproduzir matérias-primas como mármore e madeira com fidelidade. Contudo, de um jeito bem mais amigável para o mundo que as próximas gerações vão encontrar.
Potencialize características naturais
Também é importante harmonizar a construção com o meio ambiente. Na Slow Architecture, isso pode acontecer de diferentes formas.
Uma delas é ao valorizar a luz natural dos espaços. Além de tornar os ambientes mais iluminados, esse cuidado ainda aumenta o bem-estar e ajuda a economizar energia elétrica.
Crie e valorize áreas verdes
Construir em uma área verde é um grande privilégio. Vale a pena integrar a arquitetura ao meio ambiente, aproveitando o que ele tem de melhor.
Árvores do lado de dentro, janelas grandes, jardins… São infinitas as possibilidades. Sobretudo quando falamos de uma casa no campo ou uma fazenda.
No entanto, nem todos têm esse privilégio. Nesse caso, é preciso pensar em projetos que sejam capazes de trazer a natureza para os interiores, mesmo na cidade.
Há muitas alternativas, que vão desde uma parede verde até uma horta na cozinha, passando por vasos com plantas, que são ideais para ambientes internos.
Desacelerar é mesmo uma tendência. Que tal conferir como ela se aplica a outras áreas? Entenda tudo sobre o Slow Down Design!