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Leonardo Zanatta conversa com André Carvalhal durante o Archtrends Talks na Revestir (Foto: Portobello)

Leonardo Zanatta e sua experiência com a inteligência artificial na arquitetura

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02.05.2024
Em edição especial do Archtrends Talks na Revestir 2024, arquiteto Leonardo Zanatta conversou sobre inteligência artificial na arquitetura com André Carvalhal
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A inteligência artificial surgiu para otimizar nossa rotina. Chatbots, chatGPT, imagens, desenhos, vídeos, máquinas e até a telemedicina são alguns exemplos do seu uso. Mas já pensou em utilizar na arquitetura? Sim! Sabendo como projetar com inteligência artificial, é possível acelerar boa parte do planejamento de casas e edificações.   

O arquiteto Leonardo Zanatta participou do Archtrends Talks Edição Especial Revestir 2024 para falar sobre o assunto, a pedido da Comunidade Portobello+Arquitetura. Nessa entrevista com o colunista do Archtrends, André Carvalhal, ele explicou um pouco sobre sua experiência de usar a inteligência artificial na arquitetura e o impacto da tecnologia no segmento. Confira o bate-papo:

Zanatta e seus testes com as ferramentas de Inteligência Artificial na arquitetura

Zanatta conta que a IA entrou em seu fluxo de trabalho de uma forma bastante comum entre os arquitetos: pelo Midjourney, ferramenta que produz imagens realistas por meio de prompts de comando. "Ficamos encantados, começamos a fazer imagens mil e, depois, veio aquela preocupação: o que é que a gente tá fazendo? Será que isso vai agregar ou é um risco?", comentou.

Ele explicou brevemente como projetar com inteligência artificial usando a ferramenta: "Pesquisamos bastante no ano passado e, a partir daí, começamos a entrar muito no nosso processo criativo nos primeiros lançamentos. Quando ensaiávamos um ambiente, usávamos um prompt para experimentá-lo. E, a partir daí, começamos a desdobrar isso num projeto real. Como a gente sabe, imagem não é projeto; você precisa materializá-la em um projeto factível."

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Uso do Sora para a produção de vídeos complexos

Assim como a OpenAI tem uma ferramenta de criação de imagens semelhante ao Midjourney (o DALL-E), ela também tem outra para desenvolvimento de vídeos. A Sora é uma divisão da OpenAI que produz vídeos por meio de prompts. Aqui, a intenção é a mesma que a das ferramentas anteriores: o usuário escreve um comando e a ferramenta produz a mídia.

Zanatta explica o funcionamento do Sora e como ela pode impactar a indústria: "Hoje, a gente tem uma indústria de animação superampla, que precisa de muitas pessoas trabalhando pra fazer um filme. Com o Sora, não precisaremos mais de tantos animadores, pessoas que trabalham com VFX, efeitos especiais etc. A equipe começou a ser cada vez mais reduzida e, em tese — Sora ainda não está aberto ao público —, uma pessoa trancada num quarto consegue fazer um filme inteiro da Pixar usando essa ferramenta."

O Sora, então, tiraria o emprego desses animadores? O arquiteto acredita que não. "Eu acho que isso se adapta um pouco ao discurso que eu tenho em relação à arquitetura. Já temos ferramentas de IA que conseguimos aplicar no processo de projeto para acelerá-lo, mas elas não necessariamente substituem o arquiteto. A gente continua tendo o pensamento crítico, humano, que permanecerá necessário", defendeu Zanatta.

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Para Zanatta, a inteligência artificial não substituirá o senso crítico do arquiteto (Foto: Portobello)

A inteligência artificial vai substituir o trabalho humano?

Com a IA executando tantas tarefas fantásticas em questão de segundos, o que será do mundo corporativo? Um arquiteto precisa se preocupar em ser trocado por uma plataforma?

Para Zanatta, algumas profissões serão, sim, substituídas pela IA. Afinal, é comum que, com o passar do tempo, muitos cargos sejam substituídos por máquinas ou já não façam sentido com a atual tecnologia. Contudo, ela não se propõe a substituir o arquiteto, mas a complementar o trabalho dele.

"A minha mãe fez curso de datilografia, gente. A geração Z nem sabe usar computador de mesa, e isso se tornou um problema para recrutadores. Eu acho que sim, vamos ter profissões que vão desaparecer, mas acredito que a do arquiteto não será uma delas. Ele vai se adaptar cada vez mais a usar ferramentas de IA para acelerar o processo de projeto", disse o arquiteto.

Isso já é perceptível na rotina profissional, em que a própria ferramenta recomenda o auxílio de um arquiteto para planejar o trabalho: "A gente já tem testado o chatGPT por voz, é bem assustador. Quando você o coloca ao lado da Alexa, é risível, porque ele consegue entender discursos muito complexos", observou.

"Recentemente, eu estava testando o uso do DALL-E com o chatGPT. Quando ele chegou ao resultado que eu gostei, de uma fachada de uma casa, pedi a ele para fazer a planta. Mas ele não conseguiu, e me falou para procurar um arquiteto. A gente não sabe se as máquinas vão se rebelar algum dia (risos). Mas a inteligência artificial não se dispõe a substituir um arquiteto. Ela sempre te manda procurar um profissional e usar aquela imagem como base para um projeto real."

como projetar com inteligência artificial
Conceito de hotel boutique desenvolvido com ferramentas de inteligência artificial (Projeto: Maria Mahmoud)

Desenvolvimento da Portobello Shop Gabriel

Leonardo Zanatta foi o arquiteto escolhido para fazer um ambiente conceito da loja da Portobello Shop Gabriel (SP), em 2022. Esse trabalho, aliás, só consolidou uma parceria já existente — o escritório do arquiteto sempre recomenda o uso de produtos Portobello aos clientes.

"Portobello é uma marca que a gente especifica com muita frequência no escritório, senão em todos os projetos. É uma qualidade de produto que se sobressai, e a gente trabalha com clientes bastante exigentes. Essas superfícies que têm uma textura natural, que a gente trabalha bastante, atualmente a Portobello é a única fornecedora que consegue nos trazer isso", elogiou.

O hall da Portobello Shop Gabriel para a Semana de Design de São Paulo (DW!) foi desenvolvido para o lançamento da Lastra Verde Alpi, que reproduz mármore verde. O objetivo foi contrastar com a neutralidade da decoração da loja, que faz com que os produtos tenham mais destaque.

"O que a gente quis foi fazer o cliente levar um “choque” ao entrar na loja. Tipo, 'que lugar é esse?. A gente usou o Verde Alpi numa extensão bem grande, trabalhando numa forma mais curva, com o conceito de kintsugi (a arte japonesa de reparar cerâmicas quebradas)."

O arquiteto detalhou o processo: "Nos veios onde usamos a cola do kintsugi, colocamos o Terralma, um revestimento com formato de tijolo e com cor predominante laranja. Quando você entrava no ambiente, tinha aquele 'choque' do verde predominando com o laranja. Uma paleta que compõe muito bem, mas que não é tão usada por ser maximalista. A nossa ideia foi justamente trazer esse choque para quem entrou na loja. E acho que a gente conseguiu."

Como visto, saber como projetar com inteligência artificial é essencial para continuar no mercado de trabalho. Mesmo que a tecnologia não substitua o profissional, ele precisa dominá-la para entregar o melhor trabalho ao seu cliente. Tudo isso levando a ética, que já existe no mundo real, para atravessar fronteiras virtuais. Conheça e-ETHICS: a tendência da ética digital

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