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Parte do SESC Pompeia
O SESC Pompeia entrou para a lista do The New York Times dos projetos arquitetônicos mais relevantes do pós-guerra(Foto: Carlos Ebert)

Lina Bo Bardi: saiba mais sobre uma das maiores arquitetas do século 20

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18.09.2023
Além de impulsionar a arquitetura moderna no Brasil, Lina Bo Bardi soube como ninguém agregar elementos da cultura popular em suas obras
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Uma das arquitetas mais icônicas do século XX, Lina Bo Bardi soube como ninguém extrapolar os limites da arquitetura a partir de um novo olhar sobre a função das construções.

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Embora tenha começado a sua carreira na Itália, o seu país de origem, ela construiu uma trajetória admirável no Brasil.

Os seus projetos em diversas cidades brasileiras se tornaram famosos não só aqui, como também no resto do mundo.

Gosta de arquitetura e quer saber mais sobre a vida e o trabalho de Lina Bo Bardi? Então, este artigo foi feito para você!

Quem foi Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi nasceu em Roma, em 1914. Ainda na capital italiana, cursou a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma, dando aqueles que seriam os primeiros passos de uma carreira brilhante.

Porém, ela nunca concordou com a tendência tradicionalista, valorizada pelo fascismo e seguida pela direção da faculdade.

Por isso, decidiu se mudar para Milão para trabalhar com o arquiteto Gió Ponti, fundador da revista Domus e líder do movimento pela valorização do artesanato italiano.

Janelas da Casa de Vidro, um dos projetos mais famosos de Lina Bo Bardi
Janelas da Casa de Vidro, um dos projetos mais famosos de Lina Bo Bardi (Foto: Carolina Carvalho)

Pouco tempo depois, ela passou a dirigir a revista, integrando a resistência à invasão alemã e contribuindo com o Partido Comunista Italiano.

Apesar da notoriedade e de ter o seu próprio escritório, Lina prestou poucos serviços durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1943, teve o escritório bombardeado.

Nessa mesma época, ela fundou a revista semanal A cultura della vita com o arquiteto Bruno Zevi. Também conheceu o jornalista Pietro Maria Bardi, com quem se casou em 1946.

Com o marido, Lina partiu para o Brasil, país que escolheu para passar o resto da vida e construir a sua trajetória.

Onde ela potencializa as suas ideias

Inserida no que ficou conhecida como arquitetura moderna, Lina Bo Bardi começou a perceber as possibilidades de concretizar as suas ideias no Brasil.

Diferentemente do que acontecia no continente europeu, ela enxergava o nosso país como um local com cultura em formação. Ou seja, havia espaço.

Assim que chegou ao Brasil, o desejo de Lina era viver no Rio de Janeiro, cidade que a encantou. 

Também era onde estava o Edifício Gustavo Capanema, projetado por uma equipe liderada por Lúcio Costa, que contou com a ajuda de Le Corbusier.

Suportes de obras do MASP criados por Lina Bo Bardi
Suportes de obras do MASP criados por Lina Bo Bardi (Foto: Augusto Gomes)

No entanto, ela acabou se instalando com o marido em São Paulo, pois ele havia sido convidado para fundar e dirigir o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP).

Junto do arquiteto italiano Giancarlo Palanti, Lina fundou o Studio d’Arte Palma, que produzia móveis feitos de madeira compensada e materiais populares como chita e couro.

Começou a entrar efetivamente para o campo da arquitetura por meio da atuação editorial. De 1950 a 1954, dirigiu com Pietro a revista Habitat, inovadora em termos de crítica de arte e arquitetura no Brasil.

Em 1951, no bairro do Morumbi, em São Paulo, Lina projetou a sua própria residência, a Casa de Vidro, que se tornou uma de suas obras mais paradigmáticas.

Em 1957, iniciou o projeto da nova sede do MASP, que foi concluída em 1968. O edifício virou um dos principais símbolos da Avenida Paulista, com destaque para o vão livre de 70 m.

A obra já revelava o que se tornou uma das características do trabalho de Lina: o diálogo entre o moderno e o popular.

Ao mesmo tempo em que admirava a cultura popular brasileira, que influenciou diretamente os seus trabalhos, Lina transitava entre os principais intelectuais do país.

Além do MASP, a arquiteta foi convidada para realizar diversos projetos importantes, sobretudo em São Paulo e Salvador, que marcaram a sua carreira.

Como Lina Bo Bardi extrapolou os limites da arquitetura

Lina Bo Bardi teve uma atuação abrangente e articulada por meio de diferentes saberes. Nunca ficou restrita aos conceitos puramente arquitetônicos. Conheça, a seguir, algumas características que marcaram o seu trabalho.

Olhar antropológico para a cultura brasileira

O fato de ser estrangeira talvez tenha contribuído para que Lina Bo Bardi tivesse um olhar mais atento para a união de tradição popular e vanguarda estética.

Além disso, não podemos nos esquecer de que a arquiteta deixou a Europa após vivenciar os estragos da guerra.

Ao chegar ao Brasil, ela ficou deslumbrada com todas as possibilidades que identificou.

A sua reflexão sobre o aspecto popular da cultura tem a ver com as influências de sua formação intelectual, fundada no racionalismo estético de Le Corbusier e no pensamento marxista de Antonio Gramsci.

Essas referências foram fundamentais enquanto instrumentos para trabalhar a cultura popular como matéria-prima de seus projetos modernos.

Janelas e portas do MAM da Bahia
Janelas e portas do MAM da Bahia foram pintadas de vermelho na reforma liderada por Lina Bo Bardi (Foto: Carlos Ebert)

Mas isso não quer dizer que Lina não foi capaz de reconhecer as limitações também. 

No caso do artesanato, uma passagem para o design industrial moderno era complexa devido ao seu carácter rudimentar, por exemplo.

Era inevitável para ela traçar paralelos entre o Brasil e a Europa.

Ao se ver em um país mais africano do que europeu, a arquiteta percebeu que a cultura popular ainda era pulsante. Entretanto, o processo de industrialização era inexorável.

E havia dois caminhos possíveis: a indústria incorporar a essência cultural para produzir algo genuíno ou se rebaixar ao que chamou de \"vulgarização dos objetos de consumo\".

Diante dessa perspectiva, Lina se aproximou cada vez mais da cultura popular brasileira, colocando-a em evidência em seus projetos.

Simplificação formal e construtiva

Durante a temporada que passou em Salvador, entre 1958 e 1964, Lina Bo Bardi se envolveu com a renovação cultural da cidade, em contato com os jovens artistas baianos.

Fez parte de um grupo de vanguardistas formado por nomes como Glauber Rocha, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outras personalidades responsáveis pelas revoluções artísticas da época.

Poltrona com três pés desenvolvida por Lina Bo Bardi em 1948
Poltrona tripé desenvolvida por Lina Bo Bardi em 1948 (Foto: Sailko)

Em seu trabalho, Lina procurava se aproximar da lógica popular por meio de soluções diretas e simplificadas.

A escada de madeira do Solar do Unhão foi feita a partir de formas geométricas e um sistema de encaixe inspirado nos carros de boi.

Ela inovou também ao levar para o MASP suportes museográficos com placas de cristal apoiadas sobre blocos de concreto.

Esses são apenas alguns exemplos de trabalhos que beberam na fonte da cultura popular para serem desenvolvidos.

Experimentalismo

Com o golpe militar de 1964, Lina Bo Bardi teve a sua atuação em Salvador interrompida e voltou para São Paulo.

Nessa fase, ao reconhecer a dificuldade de integrar a tradição popular e o desenvolvimento industrial brasileiro, tornou ainda mais intenso o aspecto experimental de seu trabalho.

Para isso, estreitou laços com a estética da fome do Cinema Novo e com o sincretismo pop dos tropicalistas.

Esse movimento de Lina teve reflexos até na Europa, contribuindo para a revisão crítica do modernismo feita por arquitetos como Aldo Van Eyck.

Em suas obras mais icônicas, a arquiteta escancarou a sua radicalidade, uma orientação que chamou de “arquitetura pobre”. Mas isso não significa que ela abriu mão da tecnologia em seus projetos.

O MASP, por exemplo, foi feito com vigas de concreto e uma laje suspensa por cabos de aço. 

Com a ajuda do engenheiro João Carlos de Figueiredo Ferraz, Lina criou um dos maiores vãos livres da América Latina — por muito tempo foi o maior deles.

A estética rudimentar também está presente no projeto feito para o SESC Pompeia em 1977, desde o concreto bruto da estrutura dos galpões até o desenho do mobiliário.

Conjunto do Benim, em Salvador
Barro e palha são elementos presentes na Conjunto do Benim, em Salvador, reformado pela equipe de Lina Bo Bardi (Foto: Gabriel Fernandes)

Apesar de estar inserida em ambientes da alta sociedade, Lina sempre foi uma pessoa subversiva, contestadora e inquieta.

Essas características foram fundamentais para que as suas obras tomassem uma ampla dimensão em termos político-culturais, além da arquitetura, estética e inovação.

Leia também:

Quais são as obras de Lina Bo Bardi que ganharam destaque

Depois de saber mais sobre a trajetória de Lina Bo Bardi, é hora de conhecer algumas das obras que se tornaram marcos das arquiteturas brasileira e internacional.

Casa de Vidro

Casa de Vidro de Lina Bo Bardi em meio à natureza
A Casa de Vidro se mescla à natureza presente em seu entorno (Foto: mishmoshimoshi)

A Casa de Vidro é considerada um dos primeiros projetos modernistas do Brasil. Foi projetada para ser a residência de Lina Bo Bardi e de seu marido Pietro.

A construção se deu entre 1950 e 1951. Foi onde o casal viveu durante mais de 40 anos.

A Casa de Vidro foi a primeira residência a ser construída no bairro do Morumbi, na zona sul da capital paulista. Na época, a cidade passava por uma fase inicial de expansão.

Tanto é que o terreno, além de ser inclinado, estava coberto por vegetação nativa de Mata Atlântica.

Lina quis respeitar a natureza e as características dele. Por isso, fez questão de manter as árvores ao redor da casa e também criou jardins internos.

Devido à inclinação, a frente da residência foi construída sobre pilotis, enquanto a parte de trás foi apoiada em muros de concreto.

Escada da Casa de Vidro de Lina Bo Bardi
Escada aberta, com estrutura de aço e degraus de granito, é o acesso principal do pátio ao andar superior da casa (Foto: victortsu)

O que mais chama a atenção é a leveza da fachada, composta por vidros que formam uma espécie de caixa transparente em meio à natureza. A ausência de guarda-corpos nas grandes janelas foi intencional.

A ideia era transformar a residência em um refúgio. Assim, o casal poderia não apenas contemplar a paisagem, como também estar em contato com ela, apreciando de perto as mudanças naturais.

Patrimônio histórico do estado de São Paulo, a Casa de Vidro foi tombada em 1987 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).

Além de abrigar parte da coleção de arte do casal, funciona como sede do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, dedicado à produção intelectual no campo da arquitetura, do urbanismo, do design e das artes.

MASP

masp fachada
O MASP possui a mais importante coleção de arte ocidental da América Latina (Foto: Odinei Ramone)

O Museu de Arte de São Paulo (MASP), inaugurado em 1947, foi o primeiro museu moderno brasileiro.

Durante cerca de duas décadas, funcionou em um dos andares do edifício conhecido como “prédio dos Diários Associados”, na Rua 7 de Abril, no centro da capital paulista.

No final dos anos 1950, Lina Bo Bardi foi convidada para criar o projeto da nova sede do MASP, que seria erguida no antigo Belvedere Trianon, na Avenida Paulista.

Concluído em 1968, o edifício tem uma arquitetura de formas simples, característica das obras da arquiteta. Trata-se de um bloco principal amparado por quatro pilares laterais.

Vão livre do MASP, em São Paulo
O vão livre do MASP se tornou um dos principais locais para manifestações políticas da capital paulista (Foto: victortsu)

Além do uso do vidro e do concreto, o prédio chamou a atenção pelo vão livre de 74 m de extensão. 

Essa estrutura permite apreciar a vista do centro da cidade — uma das condições impostas pelo doador do terreno e pela prefeitura.

O prédio de cerca de 10 mil m² conta não apenas com a parte suspensa, mas também com uma construção subterrânea.

No subsolo estão auditórios, palco de reuniões, espaços de exposição e um amplo hall com restaurante e loja. Já no volume suspenso estão a pinacoteca, salas de exposições, arquivos e escritórios.

Com um novo espaço, o MASP pôde abrigar o seu acervo em crescimento e ampliar o leque de atividades oferecidas em diversas linguagens artísticas.

O trabalho de Lina não ficou limitado à arquitetura do edifício. Ela projetou o design dos móveis e até mesmo os suportes das obras: cavaletes de vidro com base de concreto.

SESC Pompeia

SESC Pompeia, em São Paulo
O jornal britânico The Guardian classificou o SESC Pompeia como uma das melhores construções de concreto do mundo (Foto: Camila Cociña)

Desde que foi inaugurado, em 1982, o edifício do SESC Pompeia projetado por Lina Bo Bardi se destaca no mundo todo por conta de suas características.

No local funcionava uma fábrica de tambores, o que explica a estética industrial de sua estrutura.

Para a restauração da antiga fábrica, Lina se baseou nos princípios da Carta de Veneza, um documento de conservação patrimonial. 

Segundo esses critérios, a história das construções deve ser mantida, deixando visíveis as técnicas usadas ao longo do tempo.

Entrada da torre que abriga o Bloco Esportivo do SESC Pompeia
Entrada da torre que abriga o Bloco Esportivo do SESC Pompeia (Foto: victortsu)

Tendo em vista o objetivo de transformar o local em uma unidade do SESC, a arquiteta idealizou o projeto pensando no conceito de convivência.

Os galpões da antiga fábrica e os dois prédios são interligados. Nesses diferentes espaços são oferecidos locais para shows, exposições, biblioteca, sala de leitura, restaurante, oficinas, teatro e esportes, entre tantas outras coisas.

Lareira da área de convivência do SESC Pompeia
Lareira da área de convivência do SESC Pompeia (Foto: paulisson miura)

Tanto é que a relevância não se deve apenas à arquitetura. Trata-se de um projeto político-cultural cuja estética está diretamente ligada ao seu propósito.

Desde 2015, o conjunto arquitetônico do SESC Pompeia é protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Solar do Unhão

Fachada do Solar do Unhão, em Salvador
O Solar do Unhão funcionou como complexo agroindustrial durante o auge da produção açucareira no Brasil (Foto: Paul R. Burley)

O Solar do Unhão é um edifício do século XVI que abriga o Museu de Arte Moderna (MAM) da Bahia, em Salvador.

Em 1959, a construção precisou passar por uma restauração, que se tornou um marco na trajetória de Lina Bo Bardi.

Desde o ano anterior, ela ocupava o cargo de diretora do MAM da Bahia, convidada pelo então governador Juracy Magalhães.

Por se tratar de uma estrutura tombada, o objetivo da reforma era manter a construção e fazer algumas adaptações que trouxessem um toque de modernidade.

Assim como em outros projetos de Lina, um dos intuitos era transformar o espaço em um ambiente de convivência e em um museu-escola de arte popular e arte moderna.

Para isso, a arquiteta acrescentou elementos à estrutura original, mas sem alterar a identidade desse patrimônio que guarda materiais valiosos da história baiana.

Escada helicoidal do Museu de Arte Moderna da Bahia
Escada helicoidal do Museu de Arte Moderna da Bahia (Foto: Paul R. Burley)

O elemento de maior destaque é a escada helicoidal de madeira maciça que marca o eixo central do edifício, conectando os pavimentos. 

Ao mesmo tempo em que conta com um estilo moderno, ela explora a estética e o movimento das rodas de carros de boi.

Dessa forma, Lina superou as contradições entre o antigo e o novo, mostrando que ambos podem coexistir.

Teatro Oficina

Palco do Teatro Oficina
O palco do Teatro Oficina é um longo corredor que remete à rua (Foto: Guido D\'Elia Otero)

O Teatro Oficina, construído em 1966, está localizado em São Paulo. Foi criado para abrigar a companhia de teatro Uzyna Uzona, liderada pelo diretor Zé Celso.

Após um incêndio, ele teve que ser reprojetado nos anos 1990.

Ao lado de Edson Elito, Lina Bo Bardi elaborou um novo projeto arquitetônico para o teatro, que passou a ser considerado um ícone da arquitetura mundial.

Isso porque a estrutura é bem diferente dos teatros convencionais.

O espaço cênico simula a rua por meio de uma nova arquitetura, próxima do contexto territorial, para promover um teatro democrático.

O palco é formado por uma passarela central de 1,5 m de largura e 50 m de comprimento. Assim, os limites entre palco e plateia são rompidos.

O público fica em galerias laterais construídas com tubos de aço desmontáveis, em quatro níveis diferentes.

O Teatro Oficina é, portanto, um exemplo de como a arquitetura pode ajudar a desconstruir um raciocínio comum em relação ao espetáculo teatral. Além de participar, o espectador cria a sua própria lógica.

A cobertura metálica e os grandes panos de vidro ainda criam uma comunicação e uma ligação poética entre as partes interna e externa do prédio.

Ladeira da Misericórdia

A Ladeira da Misericórdia foi criada no século XVI para conectar a Cidade Alta e a Cidade Baixa de Salvador. Durante diversos momentos, sofreu as consequências do abandono.

Na década de 1980, Lina Bo Bardi fez um estudo para revitalizar o centro da capital, que incluía uma alteração da ladeira.

Para dar outra cara ao cenário degradado, a arquiteta desenhou um conjunto arquitetônico formado por cilindros de argamassa armada, com vista para a Baía de Todos os Santos.

Todo o projeto de revitalização de Salvador procurava colocar a população em primeiro lugar. Ou seja, fazer com que as casas e outras construções fossem voltadas às pessoas.

Embora o visual da Ladeira da Misericórdia tenha ficado mais agradável, a ideia perdeu força nos anos 1990. O resultado foi diferente do que os arquitetos e engenheiros esperavam.

A população, que antes dependia do lugar, foi obrigada a migrar para a periferia da cidade, deixando o centro acessível apenas para turistas.

Por que o legado de Lina Bo Bardi vai além da arquitetura

Placa da Piazza Lina Bo Bardi, em Milão
Praça em homenagem a Lina Bo Bardi, em Milão, na Itália (Foto: Maurizio Colombo)

Lina Bo Bardi trabalhou intensamente até 1992, quando morreu aos 77 anos. Desde que desembarcou em terras brasileiras, foi apaixonada pelo país e pela cultura popular.

Essa paixão se refletiu em todos os seus trabalhos.

Mais do que pensar a arquitetura, Lina se preocupava com o cenário político e cultural e com a influência da arquitetura nas vidas das pessoas.

Para ela, os projetos não eram meras construções. Por meio da materialidade dos edifícios, a profissional se expressava poeticamente e prestava serviços ao coletivo.

Não é à toa que Lina Bo Bardi foi reconhecida como uma das arquitetas mais potentes do século XX. Inclusive, em 2021, recebeu uma homenagem com o Leão de Ouro Especial da Bienal de Veneza.

Diversos livros dedicados à vida e ao trabalho da arquiteta foram escritos, abordando o seu pioneirismo, os projetos arquitetônicos e o design de mobiliários.

Continue a leitura aqui no Archtrends. Diferentes visões sobre sustentabilidade pautaram a arquitetura em três grandes ondas nos últimos 50 anos. Saiba qual será a quarta onda!

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  1. MUITO INRERESSANTE ONDE PUDE CONTEMPLAR E ICLUIR EM MEUS ESTUDOS A BIOGRAFIA DESSA ARQUITETA EXPETACULAS, LINA BO BARDI JA DESBRAVAVA O ESPAÇO FEMININO EM UMA ÉPOCA NA QUAL AINDA EARA NITIDO O PRECONCEITO MACHISTA PRINCIPALMENTE NO BRASIL. COMO EU DISSE ESSA BIOGRAFIA ME AJUDOU MUITO TANTO NA ESCRITA QUANTO NO AUDIO BIOGRAFICO. UM FORTE ABRAÇO A TODOS.

  2. Gostaria que a pagina publicasse as principais características das obras de Lina Bo Bardi

  3. O trabalho de Lina Bo Bardi é extraordinário,pois além da sua criatividade nos projetos,que foi reconhecida mundialmente ela foi uma profissional e mulher de vanguarda, que honra nós todos que temos o privilégio de poder admirar suas obras



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