CASACOR São Paulo 2023: o que você verá nesta edição

Com 73 ambientes decorados distribuídos por uma área de 11.000 m 2, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, a 36ª edição da CASACOR São Paulo foi aberta nesta terça-feira, dia 30, e segue até o dia 6 de agosto. 

Quem visitar a mostra, percorrerá uma rota que revelará, com boa fluidez, os espaços decorados. Ainda assim, é uma trajetória longa, que leva algumas horas, portanto, aposte em calçados confortáveis e se prepare para descansos em bares e restaurantes também bem decorados, que às vezes pipocam no percurso. 

Além disso, vale conferir a seguir a seleção do Archtrends de ambientes destaques e tendências, para preparar o olhar para essa incrível - mas longa - jornada.

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Logo na entrada, os visitantes são recepcionados por bancada com revestimento Alpissimi, da Portobello, em projeto assinado pelas arquitetas Andressa Daniele e Vanessa Pasqual, da AD|VP Arquitetura. O verde marmorizado também deságua no piso por meio de Lastras. 

A escolha pela cor verde remete ao tema do evento, Corpo&Morada, que aborda novas leituras de questões da atualidade, como inclusão, diversidade e sustentabilidade. Segundo a organização, os profissionais foram desafiados a criar projetos em referência à pele do corpo, da casa e do planeta.

“Esse tema fala sobre a conexão de corpos, de pessoas com o ambiente, o universo e a natureza. Tentamos, inicialmente, partir de tons de verde, que é uma cor que gostamos. Esse foi o ponto de partida da escolha do revestimento verde marmorizado”, explica Vanessa. 

Outro destaque dessa entrada é uma tela ao fundo do balcão, com uma reprodução luminosa da cúpula do edifício Conjunto Nacional, onde ocorre a CASACOR. “Trouxemos esse elemento, que é patrimônio histórico e reproduzimos na tela”, disse. A ideia era fazer a conexão da arquitetura, natureza e desenhos gráficos. 

O ambiente da dupla continua em outra sala, logo à esquerda do balcão, onde os visitantes podem se encontrar e confraternizar antes de começar a visita à mostra. O ambiente transmite tranquilidade, sendo predominantemente branco, com um sofá amplo foi posicionado ao centro e árvores nativas. Há ainda um tapete claro, de formas orgânicas, em off white. A ideia, explicam as arquitetas, é evocar a natureza. 

Nessa sala, foram instaladas obras de arte de Gaby Schattan (bygabs), que virou um dos focos das câmeras de celulares dos visitantes na abertura da mostra, na tarde desta terça. Em escultura chamada Match, presa a parede, como um painel, a artista posicionou esferas douradas, partidas ao meio e reagrupadas. Acima delas, aparece escrito: “Não somos metades que se completam, mas somos inteiros que se encaixam”. 

Em outro canto, na mesma sala, há projeções na parede de silhuetas de diferentes corpos. “O encontro perfeito de dois elementos, dois corpos. Fazemos essa referência tanto em vídeo, quanto na obra de arte, para dizer que todos somos um”, explica Vanessa.

Inclusive, toda essa parte é aberta ao público geral, sem necessidade de ingresso - para quem estiver passando pela Avenida Paulista, vale a pena subir a rampa até o segundo andar do Conjunto Nacional para curtir esse ambiente.

Já dentro da mostra, alguns ambientes à frente, os sanitários funcionais desenvolvidos pelo escritório Dani Vit Arquitetura evocam a acessibilidade, outro tema fundamental em um mundo que preza a sustentabilidade e respeito. O espaço foi equipado com barras de apoio e bancada em tamanho adaptado para pessoas com deficiência. Entre os revestimentos no local, aparecem exemplares das linhas Lombarda Viva, Gouache e Brasília - todos da Portobello. 

A mesma preocupação com acessibilidade foi o caso do espaço projetado pelo ArqTab e Maycon Fogliene. O ambiente com predomínio de tons rosados teve bancadas ajustadas para pessoas com deficiência, assim como a ativação por voz de diferentes funções, como abertura de gavetas e cortinas. 

A seguir, confira mais tendências e detalhes desta edição:

1. Brancos e beges 

O uso de cores claras está por toda a mostra, em diferentes ambientes. Muito frequentemente, elas aparecem numa paleta com tons de madeira, branco e bege. Alguns prosseguem ainda por uso de palha e outras fibras naturais. 

Há ainda, os sofás de formatos curvos, revestidos em tecido bouclé - tendência que segue firme no Brasil e também se manifestou na Semana de Design de Milão, neste ano, o que pode indicar mais tempo no mercado. 

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2. Kitsch e memória efetiva 

Em total contraponto, também marcaram presença na CASACOR os ambientes kitsch, com cores saturadas e esculturas curiosas. Muitos com esse estilo reuniam elementos de viagens, de diferentes origens, em um só espaço, além de objetos vintage - como o lar de um viajante, como a Casa Terroir, do Studio Schier. Ainda nesse meio, há lugar para memória afetiva, tema que apareceu em alguns ambientes, em uma reunião de objetos que nem pareciam ter sido reunidos nesses espaços nas últimas semanas ou meses, mas em décadas de vida. 

3. Figurinhas repetidas

Pelo circuito, alguns objetos e intervenções também se mostraram comuns aos ambientes. Um dos destaques vai para os aromas. Se você pretende visitar a CASACOR, repare que cada espaço conta com algum aromatizante diferente, uns mais marcantes que outros, mas que inevitavelmente despertam a curiosidade de algumas pessoas. 

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Também dá para encontrar diversos exemplares de luminárias e esculturas em formato de cogumelos. Alguns aparecem no cenário paisagístico (que realmente faz esquecer que estamos sobre um edifício) de Cardim Arquitetura Paisagística.

4. Artsy

Durante a trajetória do visitante, também há intervenções artísticas, como o caso do espaço criado pelo Studio Guilherme Torres, chamado Percursos, com painéis altos, luminosos, poltronas flutuantes e paredes com obras da artista Regina Silveira. 

Há também presença da galeria de arte Origami, com gravuras de artistas como Rubem Valentim, Amilcar de Castro e Iberê Camargo. 

CASACOR São Paulo 2023
DATA: 30 de maio a 6 de agosto
LOCAL: Conjunto Nacional, Avenida Paulista, 2073, Consolação, São Paulo
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