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Mulher pendurando quadro em parede com revestimento que parece ter confetes
Revestimento criado pela Portobello em parceria com Isay Weinfeld é lúdico e criativo (Projeto: Portobello)

Arquitetura lúdica: estimule os sentidos com esse conceito

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16.04.2024
Bem-estar, criatividade e conforto estão entre os benefícios da arquitetura lúdica. Entenda o conceito, veja exemplos e saiba aplicar
minutos de leitura

A arquitetura lúdica desperta uma sensação única de encantamento. E ela não está restrita a crianças e adolescentes!

Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:

Afinal, trata-se de mais do que simplesmente projetar espaços; é criar ambientes onde a imaginação pode florescer e as experiências se transformam em aventuras.

Para entender melhor o conceito de arquitetura lúdica, acompanhe a leitura. Vamos explorar suas características, vantagens e exemplos, além de apresentar ideias para adotar nos projetos.

O que é a arquitetura lúdica?

Fachada eclética, com pegada lúdica
Fachada reúne diversos elementos, estimulando a imaginação e a criatividade (Projeto: Carlos Carvalho)

A arquitetura lúdica é uma abordagem criativa que busca incorporar elementos de diversão, surpresa e fantasia nos espaços construídos.

Ela desafia as convenções tradicionais, convidando os ocupantes a explorar, interagir e se envolver de maneiras inesperadas.

Portanto, é uma forma de design que vai muito além da estética. É sobre criar uma atmosfera que inspire curiosidade, criatividade e alegria.

Para que serve a arquitetura lúdica?

A arquitetura lúdica pode servir a diversos propósitos. Entre eles:

  • estimular a criatividade e a imaginação: ela incentiva as pessoas a pensarem de modo diferente. Leva a considerarem novas perspectivas e a se expressarem de maneiras inovadoras;
  • garantir o bem-estar: a interatividade, a inclusão de elementos naturais e a ênfase na cor e na textura contribuem para criar espaços que promovem o bem-estar físico e emocional. Dessa forma, a arquitetura lúdica pode ajudar a reduzir o estresse, aumentar o humor e promover um senso de calma e felicidade;
  • fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento: para crianças, em particular, ela oferece oportunidades valiosas. Ao explorar ambientes interativos e multiuso, elas desenvolvem habilidades cognitivas, motoras e sociais de maneira natural e intuitiva;
  • criar comunidades coesas: espaços lúdicos convidam à interação e à colaboração, promovendo um senso de comunidade e pertencimento. Eles servem como pontos de encontro onde pessoas de diferentes origens e idades podem se reunir, compartilhar experiências e construir conexões significativas;
  • aumentar o potencial de valorização: a arquitetura lúdica pode tornar ambientes mais atrativos, aumentando seu valor percebido e real. Isso tende a beneficiar tanto proprietários individuais quanto comunidades inteiras. Afinal, contribui para o desenvolvimento econômico e cultural;
  • despertar a curiosidade e o entusiasmo: ela encoraja as pessoas a explorar, descobrir e apreciar detalhes muitas vezes despercebidos da arquitetura e do design.

Quais são os principais exemplos de arquitetura lúdica?

A arquitetura lúdica já não está mais restrita a áreas de lazer e escolas infantis. O conceito começou a ser adaptado para ambientes usados estritamente pelo público adulto.

Escritórios de grandes empresas, inclusive, o adotaram em seus projetos e transformaram por completo a interação dos funcionários com o espaço em questão.

Separamos, nos tópicos abaixo, algumas criações muito interessantes que comprovam o poder da arquitetura lúdica.

Parque Güell

Parque Güell, Barcelona, Espanha
O Parque Güell é um Patrimônio Mundial que estimula a criatividade de seus visitantes (Foto: Miguel Arcanjo Saddi)

Obra de Antoni Gaudí, em Barcelona (Espanha), o parque é um exemplo de construção que aplica os conceitos da arquitetura lúdica. 

Com diferentes formas, sobretudo arredondadas, cores vibrantes e mosaicos de azulejos, é possível soltar a imaginação em cada curva e detalhe.

Nesse verdadeiro playground, os visitantes podem explorar os espaços, que se dividem em uma área gratuita e outra paga.

O visionário arquiteto catalão ainda incluiu elementos surrealistas. São pavilhões e bancos ondulados, além de esculturas e natureza integrada, que despertam a curiosidade.

Escritório do Google

Escritório do Google em Charlotte, na Carolina do Norte, Estados Unidos
Escritório do Google em Charlotte, na Carolina do Norte (Estados Unidos) (Foto: Boxman Studios)

O Google usou o conceito de arquitetura lúdica em espaços profissionais de forma pioneira e, assim, inspirou uma série de mudanças em empresas ao redor do mundo.

Os escritórios utilizam uma paleta de cor diversificada e alegre, além de estimularem a criatividade com elementos tradicionalmente associados a crianças. 

Tobogãs que dão acesso a outros andares e salas, piscinas de bolinhas e salas de jogos são apenas alguns dos exemplos que ilustram muito bem o conceito.

Cada uma das salas é desenvolvida de modo único. Algumas simulam o fundo do mar, outras fazem referência a florestas e, no meio disso, existem alusões a cidades e países, em uma arquitetura que permite que o funcionário trabalhe diretamente de um pufe ou de uma espreguiçadeira.

Os novos hábitos pregados pelo Google transformaram a maneira como os profissionais lidam com a rotina. 

A consequência foi o aumento da produtividade e satisfação, como contam vários deles em suas redes sociais.

Aaron Lichtig e Katy Levinson, ambos norte-americanos, são apenas dois exemplos de centenas de colaboradores realizados. 

A estratégia é responsável por subir consideravelmente os números da companhia e alcançar resultados cada vez melhores.

Le Palais Bulles

le palais bulles, frança, arquitetura lúdica
Le Palais Bulles, na França, tem estrutura lúdica (Foto: Frans-Banja Mulder)

Agora que você tem exemplos de escritório e de escola, é hora de ver como a arquitetura lúdica foi incorporada em uma mansão na França. 

O “palácio de bolhas”, em tradução literal, é uma vila que foi construída entre os anos 70 e 80 na região de Cannes.

O objetivo do projeto, de acordo com os arquitetos responsáveis, era proporcionar a sensação de morar nas cavernas, da mesma forma que nossos ancestrais viviam. 

Assim, é possível interagir com a arquitetura do local e obter experiências a partir dela, o que se enquadra perfeitamente na definição de “lúdico”.

Como incluir a arquitetura lúdica nos projetos?

Como já mencionamos, a arquitetura lúdica não precisa se limitar a ambientes pensados para o público infantil. 

Inclusive, a aplicação desse conceito para outros públicos é cada vez maior, sobretudo por causa dos diversos benefícios que ele traz.

Com a sociedade contemporânea em ritmo frenético, com uma lista interminável de tarefas, surge a necessidade de desacelerar e usar a imaginação, saindo um pouco dessa realidade. 

Por isso, é importante abordar a temática da arquitetura lúdica sem se prender exclusivamente à ideia de \"diversão\".

Certamente, ela abarca uma variedade de projetos voltados ao lazer. No entanto, também pode ser incorporada a ambientes como escritórios e cozinhas, entre outros.

Entenda como nas linhas a seguir!

Leia também:

Espaços multiuso e flexíveis

Banheiro integrado a área externa, em tons neutros e com muitas plantas
Ambientes integrados, como em um studio, podem dar tom lúdico ao projeto (Projeto: Anna Carolina Del Piero)

A arquitetura lúdica valoriza a versatilidade dos espaços, permitindo que se adaptem às necessidades e aos interesses dos usuários.

Salas que se transformam em teatros, escadas que se convertem em áreas de recreação e jardins que se tornam cenários de contos de fadas são apenas algumas das possibilidades.

Elementos surpreendentes

A surpresa é uma parte essencial da arquitetura lúdica. 

Passagens secretas, esculturas interativas, móveis que se transformam e detalhes inesperados convidam a uma exploração contínua. 

Assim, é possível transformar cada espaço em uma jornada de descoberta.

Disposição inusitada do mobiliário

Uma das maneiras mais práticas de aderir à arquitetura lúdica é apostando em uma organização diferente para os móveis.

O ideal é que eles também tenham formatos que fogem um pouco do comum, como desenhos orgânicos.

Entre as ideias, está dispor sofás ou carteiras de sala de aula em círculos ou semicírculos.

Uso de cores e texturas vibrantes

As cores desempenham um papel fundamental na criação de ambientes lúdicos. Paletas vivas e contrastantes, combinadas com texturas táteis, adicionam profundidade e energia aos espaços, convidando os ocupantes a se envolverem e explorarem.

Revestimentos que estimulam o lúdico

Ambiente em tons neutros, com revestimento na parede que parece ter confetes
Folia, design de Isay Weinfeld, é um revestimento de proposta lúdica (Projeto: Portobello)

A paleta de cores, as formas orgânicas e outros elementos típicos da arquitetura lúdica podem aparecer também nos revestimentos.

No entanto, isso não quer dizer que você precisa abrir mão do design. Um exemplo de revestimento lúdico é a linha Folia. Em parceria com Isay Weinfeld, a Portobello traz produtos que passaram por um longo processo criativo.

Para desenvolver peças irreverentes, o arquiteto reuniu suas ideias e a Portobello testou compostos, esmaltes, materiais e queimas. Em um processo de erros e acertos, usando tecnologia e criatividade, Folia chega trazendo uma superfície simples em essência, mas também despojada, tanto nas cores quanto nos acabamentos.

As placas de grandes dimensões têm colorido difuso, em uma paleta versátil, para usar em todos os ambientes.

Parede com revestimento com pontos coloridos. Há louças e abóboras na frente dela
Cores e formatos contribuem para arquitetura lúdica (Projeto: Portobello)

Integração com a natureza

A conexão com a natureza é valorizada na arquitetura lúdica. Incorporar elementos como luz natural, vegetação exuberante e materiais orgânicos não apenas cria uma atmosfera acolhedora — também estimula a imaginação e o senso de aventura.

Inclusão de elementos interativos

A interatividade é uma característica marcante da arquitetura lúdica. Desde instalações artísticas que respondem ao toque até espaços que incentivam o jogo e a colaboração, esses elementos convidam à participação ativa. Dessa forma, transformam os espectadores em coautores da experiência arquitetônica.

Brinquedos e instrumentos musicais podem ser alternativas simples de tornar os ambientes mais interessantes e divertidos.

Agora que você já sabe como criar espaços lúdicos, que tal conferir os principais pontos da arquitetura para restaurantes?

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