Arquitetura da felicidade: em busca de bem-estar e qualidade de vida
Quando o assunto é arquitetura da felicidade, as pessoas costumam logo associá-la à criação de espaços aconchegantes. No entanto, saiba que o conceito vai além disso.
Pode até parecer pretensioso, mas a arquitetura, de fato, pode ser usada para transformar as nossas vidas. Afinal, em casa, no trabalho ou em espaços públicos, somos influenciados pelos ambientes.
Isso porque eles afetam diretamente os sentidos e as emoções. Portanto, neste artigo vamos explicar o que é a arquitetura da felicidade e como ela pode se materializar em projetos!
O que é a arquitetura da felicidade e como ela surgiu?
O filósofo Alain de Botton foi o responsável por explorar a relação do ser humano com o lugar onde vive em seu livro A Arquitetura da Felicidade, publicado no Brasil pela Editora Rocco em 2006.
Um dos objetivos dele foi mostrar o quanto os ambientes interferem não apenas nos comportamentos, mas também nos sentimentos das pessoas.
Mais do que um abrigo físico, a nossa casa é um refúgio psicológico, onde nos sentimos acolhidos. Entretanto, essa sensação depende de elementos da arquitetura e do design para ser experienciada.
No livro, o autor aborda essas questões a partir da perspectiva da filosofia, mas de forma simples. Assim, com uma linguagem acessível, fez com que o conceito de arquitetura da felicidade se popularizasse em várias partes do mundo.
Ele fala principalmente da relação entre as obras e os indivíduos. Ou seja, como as pessoas se comunicam com as construções e são afetadas por elas. Ao entrar em edifícios icônicos, a escala, os materiais e as cores usadas, por exemplo, são capazes de provocar fortes sensações.
Da mesma maneira, as características de uma casa se misturam à personalidade de quem vive nela.
Portanto, a arquitetura da felicidade está ligada à essência do ser. E o conceito se apresenta como um convite à reflexão sobre a nossa subjetividade e a relação com os ambientes.
Como a arquitetura pode melhorar o bem-estar e a qualidade de vida?
Se pararmos para observar a decoração de uma casa, logo vamos perceber o quanto ela tem a ver com o estilo, a personalidade e as memórias dos donos.
Móveis e objetos fazem as pessoas se lembrarem de quem elas são. Além de beleza, carregam o peso da afetividade. Nesse sentido, a arquitetura da felicidade sugere que as residências reflitam os gostos dos moradores, bem como seus estilos de vida.
Diante da realidade imposta pela pandemia do novo coronavírus, isso ficou evidente, já que a casa se tornou o lugar onde tudo acontece. Assim, as pessoas passaram a olhar para os seus lares com um carinho especial.
Os ambientes, que antes eram usados principalmente para os momentos de descanso, se tornaram também locais de estudo, trabalho e lazer. Com isso, muita gente quis dar uma cara nova aos espaços para garantir mais qualidade de vida na rotina. Até o que parecia um detalhe ganhou importância.
Teve quem começasse a notar a influência dos materiais, das cores, dos móveis, da iluminação e de outros fatores em seus comportamentos. Tanto é que as plantas ganharam protagonismo em diversos projetos. Afinal, a presença delas colabora com o bem-estar.
No entanto, vale ressaltar que tudo depende das necessidades de cada indivíduo. Para a arquitetura da felicidade, a prioridade é que as pessoas se identifiquem e se sintam acolhidas em suas residências, independentemente do que seja necessário para viabilizar essas sensações.
Como a arquitetura da felicidade se materializa nos projetos?
Embora a gente tenha focado nos ambientes privados, a arquitetura da felicidade pode ser aplicada em espaços públicos também.
A proposta é a mesma: criar locais onde as pessoas sintam prazer de estar.
E não existem regras para desenvolver um ambiente feliz. Mas certos aspectos podem ajudar você a melhorar a qualidade de vida em casa ou desenvolver projetos focados no bem-estar.
Veja quais são eles.
Relação das pessoas com os espaços
Em primeiro lugar, você precisa entender o seu momento de vida ou do seu cliente. A partir disso, fica mais fácil avaliar as necessidades dos moradores, pensar no uso de cada cômodo e, assim, potencializar a sensação de felicidade.
Iluminação
As luzes têm um papel funcional nos espaços. Entretanto, ao mesmo tempo, ajudam a criar atmosferas diferentes.
Além de aproveitarem a iluminação natural, os projetos devem incluir pontos de luz que tornem os ambientes aconchegantes, mas sem deixar a funcionalidade de lado.
Cores
A cor é o elemento visual mais emocional que existe. Isso explica por que elas despertam tantas sensações na gente.
Portanto, é preciso ter clareza sobre qual energia cada cômodo deve passar para acertar no momento da escolha de tons.
Materiais
Assim como os outros elementos, a escolha dos materiais para revestimentos e móveis depende do estilo dos moradores.
Mas, no geral, aqueles que remetem à natureza costumam estar mais associados ao bem-estar, como é o caso de pedras e madeiras.
Revestimentos cerâmicos como o porcelanato reproduzem as características desses materiais sem deixarem a funcionalidade dos espaços de lado.
Objetos decorativos
Já os objetos decorativos são muito mais afetivos. Por isso, definir quais serão usados é uma tarefa difícil e subjetiva.
Aqui, é preciso ir além da aparência e valorizar os itens que carregam significados e memórias importantes para os moradores.
Como você deve ter percebido, para a arquitetura da felicidade, a busca pelo bem-estar e pela qualidade de vida deve fazer parte de todas as etapas da elaboração de um projeto.
E, claro, precisa sempre levar em conta a essência de quem vai usufruir dos espaços.
Quer entender mais sobre promoção de bem-estar e qualidade de vida em projetos? Então, leia o nosso artigo a respeito de uma das maiores tendências do momento: o Slow Down Design!