Tom Dixon integra estrela line up do Archtrends Summit 2023

Espírito inovador e estilo arrojado andam de mãos dadas nas criações únicas de Tom Dixon. 

Referência mundial em design de iluminação, mobiliário e acessórios, o britânico "de coração" tem peças vendidas em mais de 90 países ao redor do mundo.

Em setembro, ele desembarca no Brasil para integrar o line up da 7ª edição do Archtrends Summit. 

Quer saber mais sobre a trajetória inusitada e surpreendente de um dos maiores nomes do design mundial? No conteúdo de hoje, contamos a história deste designer autodidata, que entrou na área quase que "por acidente". 

Tom Dixon: de promessa da música a expoente do design

Tom Dixon costuma brincar que se tornou designer "por acidente". Mas se engana quem pensa que se trata de uma escorregada do destino. Foi, literalmente, um acidente de moto que acabou forçando o então músico a se dedicar às suas criações.

Nascido em 1959 em Sfax, a segunda maior cidade da Tunísia, ele se mudou para a Inglaterra após passar seus primeiros quatro anos de vida no norte da África. 

O choque cultural foi amenizado na escola, onde o jovem se encontrou nas aulas de cerâmica. À medida que suas mãos faziam a argila ganhar forma de diferentes utensílios, ele teve seus primeiros insights sobre design. Entendeu, aos poucos, o poder de transformação de materiais simples em peças extraordinárias.

Música

Além das incursões no mundo da cerâmica, Tom Dixon também foi baixista da banda Funkapolitan. O grupo de funk-disco ganhou repercussão no cenário musical de Londres e chegou a sair em turnê como banda de apoio para The Clash e Simple Minds.

Enquanto não estava no palco, Dixon passava as tardes testando as possibilidades da técnica de soldagem em suas primeiras peças. Ele chegou a entrar na Chelsea Art School, mas acabou deixando as aulas para focar na música, sem abandonar a arte.

Seus planos mudaram em 1981, quando sofreu um acidente de moto que o afastou das turnês. Fora dos palcos, passou a se dedicar mais às suas experimentações. 

Aos poucos, ele começou a vender suas criações, feitas a partir de material reciclado e sucata industrial.

Design

Ainda nos anos 1980, Tom Dixon entrou no coletivo Creative Salvage. Foi lá que o diretor de arte Giulio Cappellini descobriu o talento dele.

Enquanto trabalhava para a marca do italiano, ele viu seu nome ter destaque ao projetar a aclamada poltrona S, em 1989. A forma escultural, que passa longe de uma estrutura tradicional, fez a peça ganhar status de ícone do design. 

Não por acaso, passou a integrar a exposição permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA).

Desde então, Tom Dixon não parou mais. Participou de grandes mostras de mobiliário e, no final dos anos 1990, foi nomeado diretor criativo da Habitat, que pertencia à época à IKEA, maior empresa de móveis do mundo. Sua missão era rejuvenescer a marca, sem deixar de lado o DNA simples e moderno.

Depois, chegou hora de dar início à sua própria grife. Em 2002, Dixon lançou sua marca homônima, que comanda até hoje e está sediada em King's Cross, em Londres. 

Anos mais tarde, abriu seu estúdio de design de interiores e arquitetura, batizado como Design Research Studio, que acumula projetos renomados.

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As principais criações de Tom Dixon

Das icônicas luminárias, passando por mobiliário e chegando aos projetos arquitetônicos de alto perfil, Tom Dixon gravou seu nome na história do design. 

Não à toa, há peças suas em exposições permanentes no Victoria and Albert Museum, em Londres, e no MOMA, em Nova York.

Dixon diz que cria "objetos extraordinários para uso diário". Nas suas criações, formas geométricas ganham contornos suaves, ao mesmo tempo em que recebem um toque de ousadia e inovação.

Soma-se a isso a escolha apurada dos materiais e das técnicas de manufatura.

Luminárias

No portfólio de Tom Dixon, há mais de 15 coleções de luminárias lançadas, com destaque para a Melt, que cria esferas distorcidas com acabamento metalizado.

Já na linha Beat, vasos de água inspiraram o design das peças, confeccionadas por artesãos do norte da Índia. Os pendentes são feitos de latão fiado à mão, em cores como preto, branco e dourado. 

Vale citar também a luminária Mirror Ball — que, como o próprio nome já entrega, é uma esfera leve e reflexiva.

Móveis

Já no mobiliário de luxo, o destaque vai para a icônica S-Chair, que ganhou reinterpretações ao longo dos anos. 

A lista de cadeiras assinadas por Tom Dixon ainda inclui a Bird e a Pylon, além de releitura da clássica Wingback.

Design de interiores e arquitetura

Mas a contribuição de Tom Dixon vai além. Seu escritório de design de interiores e arquitetura assina projetos como a renovação do Sea Containers House, às margens do rio Tâmisa, em Londres. 

Em 2014, o espaço foi reaberto como Mondrian Hotel, com 359 quartos, dois bares, restaurante, spa e cinema. 

Outros trabalhos, como o Barbecoa, restaurante do chef Jamie Oliver, e o clube Shoreditch House, ambos em Londres, integram o portfólio.

O talento reconhecido

As criações inovadoras garantiram a Tom Dixon um lugar na lista dos mais influentes designers do mundo. 

Entre os principais reconhecimentos está a condecoração como membro da Ordem do Império Britânico (OBE). A honraria foi recebida da rainha Elizabeth, em 2001, pelos seus serviços em prol do design britânico.

No currículo de Dixon também estão dois títulos de doutorado honorário: pela Birmingham City University, concedido em 2004, e pela University of the Arts London, em 2007.

Para marcar os 20 anos de sua marca homônima, o designer celebrou com uma grandiosa exposição na Semana de Design de Milão, em 2022. 

A mostra Twenty reuniu 20 de suas criações mais lendárias, incluindo releituras e peças inéditas.

Como você deve ter percebido, motivos não faltam para prestigiar a participação de Tom Dixon no Archtrends Summit 2023. Nesta edição, o tema será O que está por dentro importa. Ou seja, um verdadeiro convite à autenticidade.

Além do renomado designer britânico, o fórum de criatividade da Portobello reunirá grandes nomes do mercado brasileiro e internacional em São Paulo. Ainda, terá curadoria da POLI.DESIGN, da Politecnico di Milano.

E o melhor? O evento será aberto ao público, que poderá acompanhar todas as conversas sobre inovação e criatividade presencialmente. Corra para garantir seu ingresso, pois as vagas são limitadas!