Metrô dentro do campus: conheça o projeto da York University Station
A York Station, localizada em Toronto, Canadá, é uma expansão da linha 1 do metrô Yonge- University. O objetivo do projeto era, principalmente, conectar a área com outras regiões da cidade. Entre muitas de suas particularidades, a estação também faz parte do acesso à York University.
Neste post, falaremos um pouco mais o sobre o projeto, seu objetivo como infraestrutura urbana e seu impacto no cotidiano dos usuários. Além de sua implantação, trataremos também de alguns detalhes de construção, materiais e outros aspectos relevantes que fazem com que essa obra seja importante para o universo da arquitetura. Confira!
Objetivo do projeto e sua implantação
Com cerca de 22 mil metros quadrados, a York University Station é uma das seis novas estações da Toronto-York Spadina Subway Extension, da Toronto Transit Commission, e dá acesso à York University.
A universidade está localizada no noroeste de Toronto, região antes considerada suburbana e com menos acesso do que teria se estivesse localizada no centro da cidade. Muitos de seus funcionários e alunos levavam horas para chegar ao local, seja dirigindo ou de ônibus.
A ideia de expansão existe desde a década de 1990, com a intenção de ampliar a infraestrutura de trânsito para o município de Vaughan. A inauguração da nova estação aconteceu somente em 2009, porém, as escavações dos túneis começaram apenas em 2011. A previsão de conclusão era para o ano de 2015, em tempo para os Jogos Pan-Americanos daquele ano.
A estação, que teve custo aproximado de US$120 milhões, foi inaugurada apenas em 2017 e está localizada no campus Keele, o principal da York University. A York University Station é responsável por ligar a universidade a diversas outras regiões da cidade, substituindo o percurso antes realizado por ônibus.
Com isso, houve a diminuição nos tempos de viagem, garantindo melhor qualidade de vida para os usuários, além de reduzir a quantidade de tráfego rodoviário e do entorno do campus. A previsão é que a estação tenha uma média de cerca de 27 mil passageiros por dia.
Sua entrada principal fica a oeste do Boulevard Ian McDonald, no centro do edifício. Existem também outras duas entradas laterais, uma ao norte e outra ao sul. Na entrada norte, é possível encontrar as escadas comuns e as rolantes. No acesso ao sul, além das escadas, é possível acessar os elevadores que dão acesso às plataformas.
Projeto
O projeto, encomendado pela Comissão de Trânsito de Toronto é de autoria do famoso escritório Foster+Partners, em parceria com a Arup Canadá, responsável pela engenharia. A primeira etapa baseou-se na influência que essa nova estação traria para a área. Com ela, os ônibus que circulavam pela área foram substituídos pelo acesso de pedestres aos empreendimentos existentes e ao campus.
O design da estação em formato “boomerang” influencia diretamente em sua implantação, que prioriza o espaço público e as conexões com a cidade, além de servir como porta de frente para a York University.
O acesso aos trens se dá por três passarelas, onde se pode escolher pela escada comum, rolante ou por elevadores que levarão ao nível da plataforma. Após passar para a área paga, é possível ter acesso ao Gateway Newstands, que são diversas lojas e quiosques de conveniência.
O edifício é “afundado” discretamente na paisagem, criando aberturas que possibilitam a vista para o Vari Hall, um dos principais espaços da York University. O hall da estação tem pé-direito duplo e amplas cortinas de vidro por todos os lados, contribuindo para a iluminação natural do subsolo. A luz que entra pelas grandes janelas contribui também para a orientação dos passageiros no interior da estação.
Os vidros da fachada oeste receberam a colaboração do Jason Burges Studio, obra que recebeu o nome de "Piston Effect". Atrás dos painéis de vidro, existem telas de cristal líquido (LCD) que detectam a passagem do trem e produzem uma tela iluminada com diversos tons de preto e branco.
Seu impressionante telhado de design orgânico liga dois pavilhões e tem a parte inferior de seu dossel feita em metal polido. O material tem o objetivo de resfriar a estação, já que é capaz de refletir os raios solares. É também interessante o efeito por ele causado, espelhando o movimento de quem passa.
Sua estrutura em concreto aparente tem a função de manter o edifício em pé, mas também faz parte de seu design. As vigas formam um grid de losangos, que se encontram com os grandes pilares em formas de “V”, maximizando as áreas abertas.
O projeto de engenharia da York University Station, além de prever a abertura de grandes vãos e incorporar a estrutura ao desenho da estação, passou pelo desafio de torná-la mais compacta devido a algumas restrições impostas pelos edifícios do entorno.
Toronto Green Standards
O projeto está de acordo com o Toronto Green Standards, requisito de design sustentável de Toronto para novos empreendimentos privados da cidade. Um dos motivos é ser ventilado de forma natural, tendo suporte mecânico dos ventiladores dos túneis apenas em casos extremos. Além disso, a maioria dos materiais utilizados é de origem local.
O investimento na infraestrutura da cidade é extremamente importante para seu desenvolvimento e o de sua população. Esse avanço é ainda mais eficiente quando existe um projeto de arquitetura que leva em conta o espaço público, o pedestre e o aproveitamento da iluminação e ventilação naturais.
A ampliação das estações de metrô também permite que diversas regiões da cidade possam interligar-se. No caso da York University Station, porém, a relação não está apenas na conexão física entre os espaços. Em se tratando de uma instituição de ensino, a ampliação das conexões nos transportes permite também maior acesso ao ensino superior.
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Aos olhos de uma pessoa sem informações arquitetônico é apenas mais uma estação !Qdo vc começa a ter informações arquitetônico começamos a dar valor a cada beleza das obras que começamos conhecer ! Conhecimento é tudo