Há algum tempo, o mundo pede para sermos mais sustentáveis na forma de viver, consumir e projetar. O tema sustentabilidade sempre esteve muito presente nos últimos anos, mais nunca foi 100% levado a sério.
Com as mudanças da nossa sociedade pós-pandemia, sentimos a necessidade de deixar de tratar a sustentabilidade como um requisito “extra” e passar a tratá-la como obrigação dentro de nossas vidas, empresas e projetos.
Com o lockdown que a maioria dos países viveu nesses últimos momentos, estudos apontaram que a diminuição da poluição foi drástica, principalmente nas grandes cidades.
Cuidar do bem-estar e da saúde por meio de uma alimentação melhor, da higienização e de um consumo mais consciente também está sendo primordial para este momento histórico.
Com todas essas mudanças de comportamento e novos aprendizados, a sustentabilidade volta a ser crucial nos dias de hoje.
No quesito moda e consumo, as marcas finalmente começam a estar mais engajadas a realizar essas mudanças. A Prada, por exemplo, foi a primeira marca de luxo atualmente a juntar-se ao pacto “G7 Fashion Pact”, que visa reduzir os impactos negativos do mundo da moda no meio ambiente: protegendo os oceanos, trazendo ações e soluções para diminuir a emissão de gases e ajudar a restaurar o ecossistema protegendo espécies nativas.
Já a Chanel publicou um plano de ação sobre “climate change misson” para ser aplicado daqui por diante. E a Burberry acaba de lançar sua primeira coleção usando tecido reciclado.
Na arquitetura e no design também identificamos um movimento de conscientização dos profissionais do setor, buscando soluções mais sustentáveis para aplicar aos seus projetos, sejam elas através do uso de materiais reciclados ou materiais que não tenham alto impacto ambiental. Mas também, criando conceitos de espaços mais flexíveis e inovadores, reduzindo essa necessidade de reformar todo o momento, como por exemplo: ao projetar uma casa de um jovem casal com um bebê, por que já não pensar em um quarto flexível para o filho, que seja fácil a adaptação para quando ele crescer? Ou então pensar em reaproveitar materiais banais e recriar os displays para uma loja? (Confira aqui o exemplo da Camper em Málaga, onde usa-se prateleiras reinventadas de um armazém para projetar os expositores dos sapatos).
Empresas também investem em inovação e pesquisa para lançar produtos sustentáveis. A marca holandesa Plasticiet cria revestimentos através de plástico reciclado (confira aqui o projeto da Ace&Tate na Antuérpia que usa este revestimento como foco principal do projeto), já a Portobello, no Brasil, também possui uma coleção de porcelanataria sustentável, onde usa 100% energia limpa para a produção dela, além de repor a água evaporada do processo.
Pequenas mudanças no nosso dia a dia, atos e consumo consciente ajudam a promover a sustentabilidade e começar a mudar o mundo para melhor. Nós, como profissionais da arquitetura, também temos a obrigação de ajudar esse movimento e incluí-lo como parte dos nossos projetos conscientemente.
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Foto de destaque: CHANEL lançou o relatório Missão 1.5 ° para combater as mudanças climáticas, de acordo com as metas do Acordo Climático de Paris de 2015.