Ambiente de lazer e descanso, a sala de estar precisa ser confortável. E esse sentimento de aconchego - o mesmo que nos faz reconhecer que estamos em casa, entre nossos pertences, em um espaço seguro - , pode ser proporcionado por pequenos detalhes da decoração.
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“Num ambiente neutro e minimalista, por exemplo, por meio de texturas, tecidos e plantas, você consegue alcançar essa sensação de aconchego”, disse o arquiteto Alexandre Marques, curitibano radicado em Porto Velho, Rondônia.
A pedido do Archtrends, o profissional listou dicas simples para deixar a sala de estar mais confortável. Entre elas, indica cortinas de tecido leve, iluminação quente e um sofá adequado para a real função do ambiente.
Confira:
1. Textura dos revestimentos
A textura dos revestimentos impacta no conforto do ambiente, segundo o arquiteto. “Pensando em revestimentos de piso e parede, a textura gera um efeito grande. Você pode ter um ambiente totalmente livre, minimalista, pode ser todo branco, mas se tiver textura, você traz preenchimento ao espaço”, disse.
2. Sofá e almofadas
O arquiteto indica buscar tecidos confortáveis para cobrir tapetes, sofás e almofadas. “Que o toque seja gostoso”, simplifica.
Na escolha do sofá - a grande estrela do ambiente - sugere que, primeiramente, se defina para qual uso ele será direcionado. É uma sala de TV? É a sala para receber visitas? Essas escolhas impactam no design do sofá, que pode ser um modelo mais firme ou bem aconchegante, molenga.
“Nem sempre funciona um sofá mega macio, em que você senta e quase encosta no chão”, pontua o arquiteto. “Isso é gostoso para uma sala de TV, mas, em um espaço multifuncional, o segredo é a densidade da espuma. Se tiver uma densidade grande, o sofá vai ser seco, duro,como de recepção de consultório. Ele precisa ter esse meio termo”, explica.
E não tem jeito, o sofá, geralmente, é o mobiliário de maior custo numa sala de estar. “É uma das peças curinga da casa, que precisa de investimento maior, tanto no conforto, quanto durabilidade”, disse.
Caso o orçamento esteja baixo, experimente trocar almofadas. “Cansou delas, troque. Não precisa ser um investimento alto”, sugere.
3. Cortinas
Outra alteração que proporciona conforto no ambiente é a instalação de cortinas. “Elas nem precisam ter a função de quebrar a entrada da luz, às vezes a pessoa quer a sala clara”, disse Marques.
“O tecido fino, de gaze de linho ou voal, que fica recolhido no cantinho, já dá um toque gostoso de casa, ao invés da persiana, que traz algo mais frio, tem um toque comercial, de ambiente corporativo”.
4. Iluminação de ouro
Não tem jeito, a luz quente (ou amarela) é a que mais proporciona sensação de conforto. “Luz branca é para lavanderia e olhe lá. E em cozinha também, se for separada. Mas se for integrada, não”, alerta.
O especialista indica investir em luz morna, de 3 000 K, ou neutra, de 4 000 K. “Elas trazem essa sensação de temperatura amena, mais quente, principalmente para regiões frias”, disse.
Outra estratégia é investir em abajures ou sancas para criar pontos de luz indiretos. “Complementa e muito a sensação de aconchego na casa. É um convite para uma boa noite de sono”.
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Carreira tardia na Arquitetura
Nascido em Curitiba, Paraná, e com base em Porto Velho ,Rondônia, a carreira como arquiteto de Marques começou ao fim de sua trajetória no mundo do Direito.
“O gosto pela Arquitetura vem desde a infância, mas eu acabei me direcionando para o Direito”, relembra. “Chegou um ponto, perto dos 40 anos, que não adiantava mais. O que nós gostamos, a nossa habilidade natural, não conseguimos deixar de lado. Foi quando eu decidi abrir mão do Direito e ir para Arquitetura”.
Iniciou então os seus estudos de Arquitetura em Rondônia, onde morava, mas os completou no Paraná, na PUC, em 2015.
“A minha intenção era continuar em Curitiba, mas fui passar férias em Rondônia, e uma amiga me convidou para fazer ambientes”.
Esse início de carreira atraiu mais trabalhos e ele decidiu ficar. “Hoje, eu trabalho sozinho, tenho pessoas que me ajudam, e o escritório como ponto de referência”, disse Marques, que desenha projetos residenciais, em maioria, e comerciais. Ele é cliente da Portobello Shop Porto Velho.
“O curso de Direito foi bom, serviu para me deixar mais racional, com o pé no chão. É lógico, aplicado, útil para mim, mas o amor e aptidão natural sempre foi para a Arquitetura. Qualquer hora é boa para trabalhar, não tinha como deixar de fazer, é o que eu amo, o que eu gosto, preciso até me policiar para fazer outras coisas além de trabalho porque você entra no ritmo e deixa”.