Conheça a história por trás da beleza do Copacabana Palace
O Copacabana Palace é um símbolo para a cidade do Rio de Janeiro. Seja por sua arquitetura emblemática, pela bagagem cultural que carrega consigo ou pelo luxo e grandiosidade que envolvem a construção, não tem como se esquecer desse ícone ao passear ao longo dos calçadões da Cidade Maravilhosa.
Existe uma história muito curiosa e importante para o país por trás da fachada que ultrapassa séculos e se integra aos edifícios modernos que vieram depois. Você sabia, por exemplo, que um dos salões do hotel é considerado a primeira casa de espetáculos de toda a América Latina?
Veja só o que preparamos no texto a seguir!
A construção do Copacabana Palace
A edificação foi liderada pelo empresário Octávio Guinle, além de Francisco Castro Silva. Na época, o presidente Epitácio Pessoa tinha um projeto ambicioso para a cidade: queria erguer um grande número de hotéis, que praticamente não existiam, para que o Rio de Janeiro tivesse estrutura capaz de suportar turistas de todo o mundo.
Para isso, ele concedeu uma série de benefícios que envolviam a isenção de impostos para quem movimentasse o setor. O Copacabana Palace foi um desses empreendimentos, porém, se destacou: o presidente solicitou pessoalmente que a construção ficasse pronta a tempo das comemorações do Centenário da Independência, em 7 de setembro de 1922.
Guinle, membro da família considerada a mais rica do Brasil, já tinha experiência no mundo de negócios, e a afinidade com arquitetura e arte aumentou o interesse do magnata. Sua única condição era que o hotel abrigasse um cassino em suas instalações. O presidente aceitou a proposta e, assim, teve início a história do Copacabana Palace.
A execução do projeto foi assinada pelo famoso arquiteto francês Joseph Gire e teve a participação do engenheiro brasileiro César Melo e Cunha. Os anos se passaram e chegou a hora da festividade que envolvia o Centenário. Para a surpresa de todos, a grande promessa da época não estava nem perto de ficar pronta.
As justificativas foram os atrasos na entrega de revestimentos e materiais estrangeiros e o difícil transporte dos suprimentos, entre outros aspectos técnicos — como a proximidade do hotel com o mar aberto, que fazia com que ele fosse extremamente vulnerável ao estrago das ressacas constantes na orla da cidade.
O hotel foi inaugurado em 1923 com uma festa esplêndida que reuniu figuras reconhecidas em todo o mundo.
A arquitetura que fez do Palace um cartão-postal
Praticamente toda a mão de obra do hotel foi importada e até os operários contratados eram estrangeiros. Joseph Gire, que era francês, soube adaptar a arquitetura de Nice, Cannes e da Riviera Francesa para o calçadão de Copacabana.
Os principais materiais usados na construção e na decoração foram:
- cimento da Alemanha;
- cristais da Boêmia;
- lustres e toda a vidraçaria da Checoslováquia;
- mármore da Itália;
- móveis da França.
Sabendo que a principal inspiração de Gire foi a Riviera, é fácil entender que o Copacabana Palace é de fato muito luxuoso. Seus traços misturam a arquitetura clássica com um toque do mediterrâneo, e ainda reproduzem perfeitamente os palácios e grandes construções europeias.
O interior é repleto de lustres e cortinas imponentes, e quem entra no Copa, apelido carinhoso que o hotel ganhou, vai se sentir um membro da realeza.
Veja as principais características da decoração interna:
- antiguidades e objetos preciosos que marcaram o início do século XX;
- nos quartos, as tonalidades seguem um padrão mais claro, deixando a decoração se encarregar do contraste;
- janelas grandes que vão até o topo do pé-direito em estilo clássico;
- paredes cobertas com madeira, principalmente nos salões principais;
- uso de revestimentos caros como o mármore e o cristal, em especial nos banheiros.
A “quase demolição” do hotel
Sabia que existiam muitas chances de o Copacabana Palace não existir atualmente? É verdade!
Depois do término da Segunda Guerra Mundial, o presidente Eurico Gaspar Dutra decretou que jogos de azar seriam proibidos no Brasil. A interdição do cassino enfraqueceu a movimentação no hotel, que começou a decair aos poucos.
Tudo se complicou nos anos 60, quando a capital foi transferida para Brasília e o Rio de Janeiro começou a abrigar empreendimentos mais modernos no setor da hotelaria. Isso fez com que todo o glamour do Copa diminuísse, levando-o a passar por um período de decadência.
Em 1985, então, foi cogitada a sua demolição. O fato quase ocorreu, mas foi impedido pelo governo. A “salvação” do hotel foi sua consagração como patrimônio histórico federal, estadual e municipal.
Após um período não muito positivo, novos tempos chegaram. A Belmond, que na época se chamava Orient-Express Hotels, realizou a aquisição do Copacabana Palace em 1989. A partir daí ele voltou a crescer e, hoje em dia, é uma das referências brasileiras para quem vem de fora.
Anos de ouro e o legado do Copa
A construção ultrapassou o conceito de hotel e virou um cartão-postal para a cidade do Rio de Janeiro. O bairro de Copacabana, que não era famoso e muito menos aguentava suportar a vinda de turistas, se tornou um ponto de encontro entre o Brasil e o resto do mundo. Figuras famosas se hospedam no Palace desde os anos 20, e listar todos os ícones que já passaram por ali é uma tarefa difícil.
Mais do que consolidar a região, o hotel foi responsável por acelerar a modernização e a ocupação de Copacabana. Na época quase não existiam construções ao redor, ou seja, o imponente Palace levou os olhos de empresários e grandes empreiteiras para aquela área especial no coração não só do carioca, mas também do brasileiro.
É possível dizer que o legado do Copacabana Palace, então, se encontra em cada cantinho do bairro que o batizou. A boemia, arquitetura, estilo de vida e comportamento dos moradores que ajudaram a fundar o bairro e popularizá-lo: tudo isso tem um pouquinho do Copa dentro de si.
Se você gostou do nosso relato sobre o Copacabana Palace, que tal conhecer a história da Catedral da Sé?
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Ótima explicação.
Me deu vontade de chorar quando li que foi cogitado demoli-lo. No brasil so tem politicos c/ cabeca oca.