Como escolher móveis em projetos de interiores
Quem já buscou por um sofá, conhece o drama. Além de definir medidas, estilo e cores, há cartela de tecidos e enchimentos, além de funções. A indecisão diante de um cardápio infinito pode ocorrer com qualquer outro móvel para casa, que, muito frequentemente, configura altos investimentos na decoração.
Pensando nisso, buscamos dicas para escolher móveis com a arquiteta Ana Paula Monteiro. Em seu escritório, ela trabalha majoritariamente em projetos residenciais, na parte arquitetônica e de interiores. Formada pela Universidade de Guarulhos, em 2012, a profissional atua principalmente no município da zona metropolitana de São Paulo e especifica na Portobello Shop Guarulhos.
Para tomar decisões junto aos clientes, Ana Paula, primeiramente, realiza um briefing. Essa etapa é comum em escritórios de arquitetura e interiores, mas pode ajudar também quem decora sozinho a própria casa.
Por meio de questionamentos estratégicos, é possível definir um estilo de decoração e, a partir daí, quais elementos desse universo farão parte do projeto. Um dos tópicos de seu questionário tem ligação com revestimentos.
Ana Paula conta que a preferência por algum modelo pode direcionar todo restante da decoração. Por exemplo: se o cliente gosta de pisos polidos e marmorizados, ele deve ter uma inclinação ao estilo clássico. Já se prefere pisos naturais e de tons neutros, tem estilo mais moderno. “Por meio dos materiais que ele responde, como referência do que ele mais gosta, eu vou inclinando para o estilo”, conta. A partir desse filtro estético, ela consegue buscar móveis que combinem com a proposta.
A seguir, ela dá mais dicas de como escolher os móveis para casa:
1. Pesquise referências
Nada como uma pastinha de referências. Um caminho para chegar a um tipo de móvel é buscar no Pinterest, no Archtrends, em revistas especializadas. Como Ana Paula citou anteriormente, também vale olhar lançamentos internacionais, que, inevitavelmente, impactam o mercado nacional. Olhar um móvel em uma imagem e gostar dele já vale como pista.
2. Visite lojas
Apesar de existirem diversos sites e vídeos com resenhas na internet, a visita à loja é indispensável. Lá, você pode tocar no produto, deitar no sofá, sentir texturas e ver diferentes opções para saber se realmente vale o investimento. "O cliente quer ver, tocar, sentir o que está comprando", comenta Ana Paula.
3. Esteja aberto a substituições
Até bater o martelo, existe sempre a possibilidade de mudar de ideia. Seja por algum motivo estético, indecisão ou até por questões financeiras. É normal desistir de alguma compra. O que geralmente Ana Paula sugere, nesse último caso, é considerar similares, móveis com design parecido, de mesma cor, no entanto, mais acessíveis. Basta procurar!
4. Questione a funcionalidade
Para que servirá aquele móvel? No caso dos sofás, por exemplo, o estilo de vida dos moradores pode definir até na escolha do tecido. Segundo Ana Paula, as marcas já disponibilizam materiais apropriados para quem tem pets, por exemplo. Assim como existem modelos e formatos para áreas interna e externa. Ou seja, considere o uso do móvel para listar necessidades do produto.
O estilo do cliente também impacta a escolha por acabamentos. “Hoje, só se fala em tecido bouclé. Todas as marcas trazem, com gramatura maior ou menor. Então, se é um cliente que gosta de tendência, vamos na linha atual, o bouclé. O projeto é mais clássico? Vamos trabalhar com veludo e suede”, explica.
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