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Cidade Matarazzo: passado, presente e futuro de um patrimônio histórico

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29.06.2020
A Cidade Matarazzo deverá ser o novo símbolo de São Paulo. Leia o nosso artigo de hoje e confira a magnitude desse projeto inovador!
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No Archtrends Summit 2020, os participantes puderam prestigiar a palestra ministrada pelo empreendedor francês Alexandre Allard, que adquiriu o antigo Hospital Umberto Primo, mais conhecido como Hospital Matarazzo, em São Paulo. O empresário contou sobre as obras que transformarão o espaço na Cidade Matarazzo.

A ideia é que o antigo hospital dê lugar a um complexo, que terá o primeiro hotel seis estrelas do Brasil. No local também haverá espaços culturais e comerciais. Parte da obra terá a assinatura do renomado arquiteto francês Jean Nouvel, que ganhou o Prêmio Pritzker em 2008.

O passado, o presente e o futuro desse grande empreendimento serão mostrados a você no artigo de hoje. Continue a leitura e saiba mais sobre o desenvolvimento da Cidade Matarazzo.

Passado: a história do Hospital Matarazzo

Cidade Matarazzo - O antigo Hospital Humberto Primo foi inaugurado em 1904
O antigo Hospital Humberto Primo foi inaugurado em 1904 (Foto: Laisfv)

O Hospital Humberto Primo, conhecido popularmente como Hospital Matarazzo, foi construído em 1904 pela Società Italiana di Beneficenza.

Usando o slogan “A saúde dos ricos para os pobres”, o objetivo era que a unidade servisse para atender os imigrantes italianos e seus descendentes.

O nome Hospital Matarazzo foi adotado porque um dos principais administradores do estabelecimento era o Conde Francesco Matarazzo. Ele era a figura responsável pela administração hospitalar e acabou que as pessoas começaram a associar o seu nome ao local.

Quando o hospital foi construído, a hoje conhecida Avenida Paulista ainda era uma rota considerada distante, ocupada por chácaras que faziam fronteira com os bairros da região central da cidade de São Paulo.

O Hospital Matarazzo foi projetado pelos arquitetos italianos Luigi Pucci e Giulio Micheli, tendo um estilo neoclássico e o ambiente dividido em alas. Além do prédio principal, nos anos seguintes foram construídas novas edificações nos arredores.

Cidade Matarazzo - A Capela de Santa Luzia foi desenvolvida com inspirações no estilo neoclássico
A Capela de Santa Luzia foi desenvolvida com inspirações no estilo neoclássico (Foto: Laisfv)

Em 1922, foi construída a Capela de Santa Luzia, assinada pelo arquiteto italiano Giovanni Battista Bianchi. Ela tem detalhes revestidos em scagliola, uma imitação do mármore. A fachada é neoclássica e os vitrais são originais.

A maternidade Condessa Filomena Matarazzo foi construída em 1943, por ordem da própria membra da nobreza que dá nome ao prédio. Essa edificação tem bases arquitetônicas neoclássicas e segue uma estética totalmente baseada na simetria.

Cidade Matarazzo - O estilo neoclássico pode ser observado na fachada da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo
O estilo neoclássico pode ser observado na fachada da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo (Foto: Andrei López)

Além dessas, diversas novas alas e edificações foram construídas no terreno ao longo do século XX. A arquitetura fez com que, em 1986, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (CONDEPHAAT) tombasse todo o complexo como um patrimônio histórico.

Presente: a compra do complexo por Alexandre Allard

Cidade Matarazzo - O empresário Alexandre Allard é o atual proprietário da Cidade Matarazzo
O empresário Alexandre Allard é o atual proprietário da Cidade Matarazzo (Foto: Archtrends)

O hospital foi à falência em 1993, encerrando totalmente as suas atividades. Três anos depois, o complexo foi comprado pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), que tinha a intenção de firmar parcerias e construir um shopping e um hotel de luxo no local.

A ideia não foi para frente, uma vez que o tombamento das construções impedia instalações que descaracterizassem o projeto original. Isso fez com que as edificações fossem abandonadas, o que resultou em uma invasão por pessoas em situação de rua, que foram morar no local em 1998.

Alguns anos depois, em 2011, o complexo foi adquirido pelo atual proprietário, o empresário francês Alexandre Allard, pelo valor de R$ 117 milhões. Foram feitas negociações com o CONDEPHAAT para que fosse permitido fazer algumas modificações na estrutura e construir novas edificações no local.

Mudanças e revitalizações começaram a ser desenvolvidas no complexo. A artista mineira Cinthia Marcelle, por exemplo, reuniu toda a poeira acumulada em mais de 20 anos nos prédios e fixou no piso.

Em 2015, o local também foi palco do Festival Rock na Cidade, promovido pela 89 A Rádio Rock, em comemoração aos 461 anos de São Paulo. Na ocasião, mais de 40 bandas, nacionais e internacionais, se apresentaram no complexo.

Logo após a realização do Festival Rock na Cidade, iniciaram-se as obras da Cidade Matarazzo, idealizada por Alexandre Allard e renomados profissionais da arquitetura. O complexo começou a ser reformado e dará lugar a um hotel de luxo.

Futuro: a incrível Cidade Matarazzo

Cidade Matarazzo - O Hotel Rosewood São Paulo será o coração da Cidade Matarazzo
O Hotel Rosewood São Paulo será o coração da Cidade Matarazzo (Foto: Leka Mendes)

O visionário empresário Alexandre Allard pensa em transformar a Cidade Matarazzo em um novo símbolo de São Paulo. Tudo está sendo feito com respeito à memória do local e ao que a edificação representa ao patrimônio histórico e cultural do município.

Para dar vida ao seu projeto, ele convidou algumas das mentes mais criativas do mundo para conceber o complexo. Além do luxuoso hotel, a Cidade Matarazzo abrigará uma área comercial, um espaço cultural e o maior parque privado de São Paulo.

Cidade Matarazzo - Os apartamentos do Hotel Rosewood terão muito luxo e requinte
Os apartamentos do Hotel Rosewood terão muito luxo e requinte (Projeto: Ruy Teixeira)

O coração do complexo será o Hotel Rosewood São Paulo, que ocupará o prédio que antes era a maternidade. A expectativa é que o empreendimento dê vida à rede hoteleira mais luxuosa da América Latina.

Para que isso seja possível, o renomado arquiteto e designer francês Philippe Starck foi convocado. Ele tem a missão de usar somente materiais nacionais e contratar apenas fornecedores brasileiros para o projeto.

Cidade Matarazzo - A Torre Mata Atlântica foi projetada por Jean Nouvel
A Torre Mata Atlântica foi projetada por Jean Nouvel (Projeto: Cidade Matarazzo)

Próximo ao hotel, será instalada a Torre Mata Atlântica, um projeto idealizado pelo arquiteto Jean Nouvel, ganhador do Prêmio Pritzker. Essa edificação servirá como um complemento ao hotel, abrigando 150 quartos e 122 suítes particulares.

A torre terá 25 andares e, como inspiração, a floresta tropical. Ela abrigará, em seus terraços, árvores com mais de 15 m de altura. O objetivo é trazer para o empreendimento as belezas da Mata Atlântica, que se mesclarão com a arquitetura neoclássica dos edifícios históricos.

Além de Starck e Nouvel, a Cidade Matarazzo também conta com a colaboração dos escritórios de design Ateliers de France, responsável pelos acabamentos de toda a obra, o franco-brasileiro Triptyque e o norueguês SPOL, que realizam a tropicalização do projeto.

Cidade Matarazzo - A Cidade Matarazzo também contará com um amplo espaço comercial
A Cidade Matarazzo também contará com um amplo espaço comercial (Projeto: Cidade Matarazzo)

A Cidade Matarazzo também contará com um amplo espaço comercial (Projeto: Cidade Matarazzo)

Na Cidade Matarazzo, ainda haverá um espaço comercial, que reunirá mais de 70 marcas estrangeiras e inéditas em nosso país. Isso sem contar os cerca de 30 pontos gastronômicos, idealizados por chefs requisitados em todo o Brasil.

Um dos pavilhões do espaço comercial será totalmente dedicado à cultura. Chamado de Casa da Criatividade, esse local foi projetado pelo arquiteto francês Rudy Ricciotti, o responsável pelo departamento das Artes Islâmicas no Museu do Louvre, em Paris.

A Casa da Criatividade será composta por uma sala de exibição privada, um teatro com capacidade para 560 pessoas sentadas e 1500 em pé, um centro para palestras e workshops e um clube para ensino das artes às crianças.

A cultura também estará presente em outros espaços da Cidade Matarazzo, como em um estúdio de música e uma sala de cinema. Além disso, serão instaladas 69 Casas de Artesãos, com trabalhos que contemplam o artesanato típico de todas as regiões do Brasil.

Tudo isso será envolto por mais de 10 mil árvores nativas, que farão com que o local seja considerado o maior parque privado da cidade. O entorno da propriedade também terá um mercado orgânico a céu aberto, para que a população de rua possa ser reintegrada por meio de uma formação em permacultura.

A Cidade Matarazzo trabalha com um conceito chamado Made in Brazil, com todos os profissionais e fornecedores contratados sendo brasileiros. O objetivo é valorizar o que é nosso, exaltando a nossa cultura e movimentando a economia do nosso país.

Os desenvolvedores da Cidade Matarazzo também estão engajados para a realização de um empreendimento totalmente sustentável, que consiga obter a classificação Leed.

Você ainda tem dúvida de que a Cidade Matarazzo será o novo símbolo de São Paulo? Pela magnitude da obra, afirmar isso não é nenhum exagero.

Para saber mais sobre o projeto, convidamos você para assistir à palestra de Alexandre Allard no Archtrends Summit 2020. Ela está completa em nosso canal no YouTube.

Foto de destaque: o antigo Hospital Matarazzo dará lugar à Cidade Matarazzo, que abrigará um hotel de luxo (Foto: Cidade Matarazzo)

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  1. Deveria ter vários impostos, porque estava abandonada a anos, e não há uma transparência como foi vendido, se o antigo dono pagou os impostos, mesmo sido um hospital, não sabemos. Mas qualquer pessoa que não paga o IPTU 3 meses igual eu, a própria prefeitura vem falar com vc
    .sou morador da bela vista desde quando nasci...na Itapeva morei e o banco real comprou um pedaço pro estacionamento.. tá certo que era alugado..eu tinha 7.. igual disse capela de Sta Luzia.. consertaram né...mas uma pergunta: " quem era o dono?" Não era a prefeitura senão a muito tempo já venderiam... Onde nós munícipes podemos saber o trâmite? Por isso... Fico puto... tá certo, meus pais morreram, eu com certeza deveria ser chamado pra perguntar se eu queria comprar... lógico que não teria dinheiro,, a ética é essa...perguntar ao inquilino...o primeiro... Mas como estou... outra... pode ter certeza que mesmo achando o altruísmo de Matarazzo... nunca pagaram nada... portanto.. sim.... Ita, ali.. primeiramente vamos com coletes...mas fã al santos dá pra alvejar... nunca deveria chamar cidade Matarazzo... mesmo sendo o homem mais rico...sim benevolente, .. estilingue não chega da santos... apesar que os policiais são pra eles e .. vai vai.. não oscilam no que convém..

  2. Em 25/07/1953, nasci pelo serviço social, nos porões da Maternidade Matarazzo, pois mesmo sendo muito pobre, eu não nascia por conta da minha cabeça grande, ou seja, já me achava chique por ter nascido na região da paulista e agora vejo todo esse luxo, bom gosto e criatividade. Ninguém me aguenta a partir de então.

  3. Conheci o Hospital. Fui visitar uma amiga que teve filhos la. Fins de 1950 e começo 1960.
    Fins 1960 passava em frente levar minha filha a uma casa com amigas gêmeas da escola.
    De D.Filomena só ouvia minha mãe contar.As vezes ia visitá-la.
    Família Matarazzo ajudou a construir a cidade proporcionando muitos empregos construindo grandes empresas.O lema era. : Vestire e Manjare. Matarazzo foi um homem de visão.
    Parabéns, ótimas realizações no futuro.

  4. Parabéns pela magnitude do projeto! São Paulo merece!
    Morei muitos anos em frente ao Hospital, na Al. Rio Clero, lembro muito de como era esse conglomerado hospitalar!

  5. Boa noite , assisti na TV showbusness o Alexandre Allard , me parece ser uma pessoa humilde um homem iluminado, parabéns e desejo tudo de maravilhoso❤



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