A arquitetura hospitalar está ligada à promoção da saúde. Sua função é atender à população de forma a garantir o seu bem-estar nos ambientes.
Cada espaço deve ser projetado observando o fluxo de atividades e pessoas. Pacientes, acompanhantes e profissionais precisam de locais adequados para ficar e trabalhar.
Sem dúvidas, um bom projeto de arquitetura hospitalar auxilia no desempenho e na qualidade de atendimento dos usuários deste serviço.
Acompanhe a leitura para saber mais!
Leia também:
- Conheça Isala, um projeto de hospital sustentável e acolhedor
- 6 dicas para escolher revestimento para clínicas e consultórios
- Revestimentos: onde a medicina encontra a elegância
Entenda a evolução da arquitetura hospitalar
Desde o século 17, havia uma busca por mudanças na estrutura hospitalar na Europa, que contava com ambientes insalubres.
Após o incêndio do Hotel-Dieu em 1772, edificação que atendia pacientes na cidade de Paris, estabeleceu-se a urgência de repensar os espaços para tratamentos de saúde.
No século 19, percebeu-se que a arquitetura hospitalar deveria priorizar mecanismos para o conforto ambiental, pois isso interfere diretamente na pureza do ar e na transmissão de doenças.
Um estudo que se destacou foi o da enfermeira britânica Florence Nightingale, que participou ativamente na Guerra da Criméia (1853-1856).
Com a sua experiência, ela incentivou construções de enfermarias com ventilação e iluminação adequadas, distribuindo os pacientes e priorizando a higiene.
A partir do século 20, a arquitetura hospitalar avançou com a tecnologia dos materiais de construção e aperfeiçoou a funcionalidade com a setorização de espaços.
Nos dias atuais, os projetos continuam a evoluir, primando por ambientes cada vez mais funcionais e acolhedores.
Conheça as normas utilizadas para projetos de arquitetura hospitalar
O avanço na área da saúde é constante. Diagnósticos, tratamentos e procedimentos evoluem, tornando-se cada vez mais tecnológicos e efetivos.
Para acomodar profissionais, pacientes e acompanhantes, a arquitetura hospitalar precisa oferecer as condições necessárias para tudo isso, contribuindo para a reabilitação das pessoas.
O Ministério da Saúde estabelece normas para a segurança do paciente e a saúde no trabalho. Nesse sentido, é fundamental cumprir especificações e regulamentações previstas:
- pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a NBR 9050/2020, que se refere à acessibilidade nas edificações, ao mobiliário, aos espaços e equipamentos urbanos;
- e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece diretrizes com a RDC 50, para o planejamento, a elaboração e aprovação de projetos físicos de hospitais e outros estabelecimentos de saúde.
Aliás, a Anvisa tem um papel importante na aprovação de um projeto de arquitetura hospitalar, uma vez que disponibiliza o documento que comprova a adequação dele ao que é determinado por lei.
O alvará sanitário é obrigatório para todas as instituições de saúde. Sendo assim, é interessante buscar o acompanhamento de profissionais especializados em arquitetura hospitalar.
É válido que os ambientes hospitalares transmitam a sensação de acolhimento e segurança. Afinal, a qualidade desses espaços interfere na saúde física e mental de todos que os frequentam.
Confira fatores na arquitetura que influenciam no bem-estar
Os ambientes hospitalares podem transmitir sensações como distanciamento, desconforto e insegurança aos seus usuários quando focam apenas em higiene e tecnologia.
Felizmente, hoje a arquitetura hospitalar apresenta uma visão humanizada. Sua especificidade contribui para o processo projetual do arquiteto, direcionando o conhecimento para práticas inovadoras e integradas.
As soluções adotadas contam com algumas características que têm influência direta na saúde, no bem-estar e na recuperação dos indivíduos. Saiba quais são elas.
Cores
Um fator interessante em hospitais e clínicas é o uso das cores. Antes, o branco era a cor mais presente nesses ambientes; hoje, há uma variação de tons, desde os neutros até os vibrantes.
Essa mudança causou um impacto significativo para os indivíduos que trabalham ou buscam atendimentos. Afinal, de acordo com a psicologia das cores, esse elemento interfere diretamente no comportamento do ser humano.
Em geral, espaços com uma paleta diversificada estimulam o cérebro e geram determinadas sensações e emoções. Na arquitetura hospitalar, esse estudo pode tornar os ambientes mais convidativos.
Iluminação
A luz desempenha um papel importante na arquitetura hospitalar, tanto para os profissionais quanto para os pacientes.
Cada ambiente exige uma configuração de luminosidade específica. Espaços de circulação e salas de cirurgia, por exemplo, necessitam de boa iluminação para facilitar o caminhar e trabalhar da equipe.
Recepções e salas de espera podem apresentar um efeito mais aconchegante com meia-luz, a fim de promover o bem-estar.
Nos quartos de pacientes, é importante pensar em cenários que contribuam com a sua recuperação e adaptação ao local. Manter a iluminação geral neutra gera atenção e disposição.
O uso de lâmpadas com temperatura quente transmite o efeito do horário vespertino. Ao anoitecer, a meia-luz incentiva o sono.
Assim como as cores, a iluminação é capaz de provocar sensações como concentração ou aconchego, afetando o dia a dia das pessoas.
Conforto térmico
Um ambiente que proporcione conforto térmico gera sensação de bem-estar físico e mental para as pessoas.
Para alcançar esse objetivo, a edificação precisa levar em consideração aspectos como:
- orientação solar;
- material construtivo;
- velocidade do ar;
- ventilação;
- umidade relativa;
- tipo de construção.
Apesar de precisar ter salas e laboratórios com refrigeração artificial, os espaços hospitalares devem atender às premissas do conforto térmico. Boa ventilação e insolação adequada auxiliam, inclusive, na utilização desses aparelhos.
Além disso, planejar ambientes integrados com o espaço externo permite a renovação do ar, que é um fator importante para o combate à transmissão de doenças.
Ergonomia
A arquitetura hospitalar deve preservar a saúde dos profissionais por meio da ergonomia. O tempo que eles permanecem no ambiente de trabalho precisa ser uma preocupação para os arquitetos.
Priorizar mobiliários e equipamentos que atendem aos princípios dessa ciência tende a reduzir o desconforto e aumentar a produtividade dos colaboradores.
A criação de postos de trabalhos ergonômicos também facilita o acesso aos espaços externo e interno da edificação.
Essa medida melhora o desempenho profissional, diminui os problemas com pontualidade e influencia na assistência ao paciente.
Sustentabilidade
A instituição hospitalar pode adotar medidas de preservação do meio ambiente criando uma estratégia específica para tal.
Na construção civil, existem três práticas para ter uma edificação dentro dos princípios da sustentabilidade: planejamento adequado, gestão de resíduos e uso de materiais qualificados.
O design biofílico também tende a contribuir nesse caso, uma vez que explora conceitos sustentáveis de uma forma inovadora para criar ambientes naturais, que melhoram a saúde e o bem-estar dos usuários.
Acessibilidade
A acessibilidade dialoga com a ergonomia, visto que contribui para prever espaços seguros e autônomos.
Ter um ambiente acessível significa que qualquer pessoa, independentemente de ter alguma deficiência ou limitação, consiga exercer as suas funções de forma efetiva.
A NBR 9050/2020, da ABNT, estipula critérios e parâmetros técnicos que orientam o profissional de arquitetura para projetar locais acessíveis e inclusivos.
Hospitais e clínicas são ambientes que costumam receber indivíduos com as mais diversas necessidades. Portanto, devem estar preparados para isso.
Eles precisam zelar pela saúde e comodidade das pessoas, em suas diferentes condições: gestante, pessoa idosa, pessoa com deficiência, crianças etc.
Humanização
Por fim, a humanização é uma proposta de atendimento que foca no bom relacionamento entre profissionais e pacientes. Sem dúvidas, uma relação bem construída facilita os tratamentos de saúde.
Muitos benefícios podem ser aproveitados com essa prática. E a arquitetura hospitalar também deve procurar oferecer ambientes humanizados.
Os atuais projetos são elaborados prevendo jardins e áreas verdes, que tornam a estadia do paciente mais leve. Afinal, a conexão com a natureza auxilia na sua sensação de bem-estar.
Ainda é interessante projetar espaços que garantam o conforto de profissionais e acompanhantes. Mesmo uma simples sala de descompressão com poltronas e cafeteira faz a diferença.
No entanto, todos os fatores que citamos ao longo deste artigo contribuem para a humanização do ambiente hospitalar de alguma maneira.
Por esse motivo, compreender a complexidade da arquitetura hospitalar é essencial para evitar agravos ao quadro do paciente e proporcionar uma boa recuperação a ele.
Agora que você sabe como a arquitetura hospitalar pode ajudar na saúde, continue por aqui para conhecer a arquitetura da felicidade, para quem busca qualidade de vida!