Arquiteta Lana Piazera, do SOAR Criativo, fala sobre carreira e paixão pela profissão
Aos 34 anos de idade, a arquiteta Lana Piazera já soma mais de uma década de carreira e atualmente comanda o SOAR Criativo, com sede em Joinville, Santa Catarina. "No último ano da faculdade, abri meu primeiro escritório, que tive por dez anos. Mas com o decorrer do tempo e com a sociedade que entrou, ele foi tomando uma trajetória estética e de posicionamento que não eram o que eu gostaria", lembra. "Sei como gosto de projetar, sei o que quero. Tenho um lado bem criativo e gosto de oferecer um atendimento calmo e empático. Então vendi minha parte para minha sócia e me reconectei comigo mesma", diz.
"Acredito que todo ambiente soa algo. O SOAR Criativo surgiu para soar minha criatividade e do time pelo mundo afora, como um som que se propaga na natureza", afirma Lana, que fundou o novo escritório há dois anos. Apaixonada por design, a profissional revela que um de seus diferenciais é fazer projetos surpreendentes, que fogem do óbvio. "Gosto de trabalhar com formas diferentes, de desenhar peças, de apresentar novas possibilidades. Eu me inspiro na vida das pessoas, de maneira muito subjetiva. Entendo a história de cada um e o que move os meus clientes", resume.
O SOAR Criativo atende diversos tipos de demandas, sejam residenciais, comerciais ou corporativas. A equipe tem nove pessoas, entre designers e arquitetos. E, quando obras maiores exigem conhecimentos técnicos de engenheiros, Lana conta com profissionais parceiros. Ela diz que também trabalha com fornecedores muito fiéis e de confiança na parte de marcenaria, serralheria e elétrica. "Também gostamos muito da Portobello Shop Joinville. Realmente usamos muitos produtos da loja em nossos projetos", afirma.
Quando questionada sobre o estilo predominante nos projetos que assina, ela não tem dúvidas: "Eu entendi que não quero me fechar em um quadrado. Gosto de dizer que meu estilo é criar bons projetos, independente do segmento. Por muito tempo ouvi que temos que ser bons em apenas uma coisa, que é preciso se 'posicionar'. Mas eu sempre discordei desta ideia porque o mesmo apreço que tenho por fazer casas eu tenho por fazer projetos corporativos, por exemplo".
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“Ser monotemático me incomoda muito. Desde o início eu sinalizei que não seria especializado em fazer absolutamente nada. Eu não queria fazer só casa, só discoteca. E acabei fazendo um monte de coisa. Ainda bem que eu segui esse caminho multidisciplinar, que te faz ter experiência e principalmente aprender.” (Isay Weinfeld)
Para Lana, cada trabalho é encarado de maneira única e especial – um dos aspectos que a fascina na profissão. "Já ocorreu de eu fazer projetos para duas empresas financeiras e os dois serem totalmente diferentes, devido à cultura, aos CEOs, ao budget… Um projeto nunca será parecido com outro, por mais que possa haver alguma repetição de aspectos", explica a arquiteta, que assina obras em Joinville, Balneário Camboriú e São Paulo.
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Ela relata que divide o tempo e a vida entre Joinville e São Paulo, sempre em busca de novas referências e ideias. Lana conta ainda que entre suas fontes de inspiração estão as histórias pessoais que os clientes contam, além de suas próprias vivências, viagens e andanças por grandes centros urbanos. "Gosto muito de ver os excessos da cidade, das cores, das conversas. Eu transito por muitos estilos e culturas e isso vai me abastecendo muito, de maneira que crio um repertório amplo", sintetiza.
Entre tantas criações de sua autoria, a arquiteta diz que não consegue escolher uma favorita. "Fica sempre melhor quando o cliente me dá liberdade criativa e me fornece muita bagagem, contribuindo com informações. Quanto mais histórias me contam e quanto mais desejos compartilham comigo para aquela casa, mais eu gosto e mais me satisfaz. Da mesma forma acontece com as empresas: quando recebo carta branca é ótimo. Os projetos em que os clientes querem sair da zona de conforto e fazer algo diferente são os meus favoritos".
Para o futuro do escritório, ela afirma querer continuar crescendo – não em tamanho de equipe necessariamente, mas em dimensão dos projetos, mantendo um serviço de excelência. "A rotina é a melhor parte do meu trabalho: adoro a pluralidade da profissão, desde as planilhas, o processo criativo, as pesquisas de produtos e materiais, visitas aos fornecedores, às obras, reuniões com clientes, checar a montagem de móveis... Meu trabalho é prazeroso, leve e fluído. Sou muito apaixonada pela minha profissão", finaliza.
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