Com Archtrends, Doma Arquitetura fala sobre carreira e arquitetura para alunos da Belas Artes

Visitar obras, conversar com marceneiros e ferreiros, e observar com atenção a arquitetura dos lugares foram alguns dos conselhos dados pela arquiteta Patrícia Pomerantzeff, nome à frente da Doma Arquitetura, aos estudantes do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. A palestra, oferecida pelo Archtrends, reuniu dezenas de alunos no auditório do campus da Vila Mariana na manhã desta quinta-feira (9).

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“Eu adoro compartilhar com quem está buscando informação, é curioso e está no momento de estudar e abrir horizontes”, disse Patrícia. “É um prazer imenso saber que eu sirvo de inspiração para as pessoas e é uma responsabilidade grande também”. 

Em palestra, Patrícia contou sobre sua trajetória iniciada nas Artes Plásticas, posteriormente abastecida pela formação como arquiteta. “Ouvi que precisava me decidir, demorei para ir contra as pessoas e me assumir, dizer que tudo bem ser as duas coisas”. 

Ainda na faculdade, teve o primeiro contato com obras - experiência que considera essencial na formação do arquiteto. “Eu sou apaixonada por obra, é onde tiramos o que estava no papel e colocamos em prática”, disse. “O desenhista sem contato com o vidraceiro, serralheiro e marceneiro vai fechar as possibilidades”. 

Depois de formada, abriu a Doma e, por 11 anos, manteve o escritório em sua própria casa. Começou com pequenos projetos, não recusava oportunidades. Disse que no início da carreira é importante acumular experiências, aumentar a bagagem. “Não tinha momento sem projeto ou obra, sempre fui ativa, nunca dizia ‘não’ para trabalho”, disse. “Quanto maior o repertório, experiência e domínio técnico, mais simples será”. 

Entre diversos conselhos dados aos estudantes, disse para sempre que entrarem em diferentes espaços, olharem as estruturas, como as edificações foram erguidas. “É sobre estudar, ir às obras, visitar feira, prestar atenção. A curiosidade ajuda demais”, disse. 

Também apontou a importância no domínio técnico, conhecer materiais e possibilidades para aplicar em projetos. “O cliente adquire confiança, segurança. As pessoas sabem quando estamos bamboleando no assunto”, disse. 

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Durante esse contato com o cliente, inclusive, ressaltou a necessidade de ser sensível às necessidades e desejos. “Quando fazemos apartamento na faculdade, colocamos nossas memórias. Na vida real, devemos colocar a de quem vai usar”, disse. “É preciso ser sensível ao conversar com clientes, escutá-los, respeitar suas referências, a natureza e a própria arquitetura no entorno”. 

Com o projeto em andamento, um dos seus “truques” - em caso de apartamentos - é ter boa relação com o zelador do prédio, assim como visitar obras vizinhas, para conhecer a edificação. “Apartamentos antigos não têm muita informação no papel”, disse. 

Também acha fundamental pensar em sustentabilidade e em soluções de reaproveitamento de materiais, como piso, estrutura antiga, marcenaria. “Se todas reformas fossem assim, faria diferença”, pontua. 

Archtrends para estudantes

Entre quem estava na palestra, a estudante Ana Magalhães, do 4º semestre de Arquitetura na Belas Artes disse que ouvir sobre obras e a importância em visitá-las, aliviou uma preocupação que a acompanha na profissão. 

“Desde que eu comecei a estudar Arquitetura, a obra era o que eu tinha medo. Dava ansiedade pensar em como seria. Patrícia falou da experiência de estar lá e da prática, e me deu motivação de participar mais dessa parte”, disse. 

O Archtrends é a primeira e única rede social de arquitetura do Brasil. Arquitetos e designers de interiores - e também estudantes dessas áreas - podem compartilhar seus projetos com grande visibilidade. Iniciativas para estudantes universitários com os parceiros do Archtrends, como a Doma Arquitetura, são frequentemente promovidas, com objetivo de capacitar e inserir os estudantes no mercado.