Como viajar melhor e mais barato
Como é bom viajar, né? Ainda mais sem estourar o orçamento. Viajar é um dos melhores prazeres da vida. Uma oportunidade para se distanciar da rotina, se perceber envolto por outras realidades e atentar-se ao momento presente. Relaxar; encantar-se; questionar-se; aprender. Ultimamente, contudo, tudo tem estado mais caro. Ainda assim, a vontade de se aventurar não diminui. Mas a responsabilidade convida a um realinhamento nos planos. Diante do cenário, compartilho ótimas sugestões para você seguir viajando.
Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:
Como viajar melhor e mais barato? O assunto é extenso, cheio de nuances e repleto de estratégias específicas para cada destino visitado. Porém, há algumas condutas-chave comuns a todo e qualquer viagem. Pensando nelas, segmentamos nossa conversa em cinco momentos, assim você consegue colocar tudo em prática com calma. Nesta primeira coluna veremos: como e no que economizar; descobrindo as melhores épocas para viajar; e melhores oportunidades para comprar serviços de viagem. Na segunda coluna: como juntar milhas e como emitir passagens aéreas com elas. Na terceira: destinos onde o real vale mais, lugares em que sentimos gastar menos do que no Brasil. Na quarta: como elaborar um ótimo planejamento de viagem. E na quinta e última coluna desta série: respondendo as perguntas mais frequentes sobre viagem. Continue lendo.
Por que está mais caro viajar?
Antes de associar diretamente baratear uma viagem com cortar custos, precisamos refletir sobre a pergunta. É verdade, está mais caro viajar.
Inflação mundial, aumento do custo de vida e desvalorização do real. Essa conjuntura impacta no nosso dia a dia e, consequentemente, nas viagens.
Dito isso, não há indícios de mudanças drásticas e repentinas nas economias brasileira e global que favoreçam o poder de compra do brasileiro. Tampouco, o mundo ficará mais barato para viajarmos. Pelo contrário, o real, desde a sua criação, vem numa crescente desvalorização frente à uma cesta de outras moedas mais robustas do mundo. E, infelizmente, o turismo internacional se apoia no dólar e euro.
Calma. Não se desmotive.
Para contornar esta situação, precisamos analisar a realidade através de outros ângulos e usar a criatividade a nosso favor.
O que torna uma viagem mais barata?
O que barateia uma viagem nem sempre é gastar menos, seguindo a lógica de apenas cortar custos. Muitas vezes, pagar o mesmo preço por um serviço dentro de uma janela de oportunidade específica pode trazer benefícios para a atual ou próxima viagem. Assim como comprar o mesmo serviço em temporadas diferentes pode impactar no orçamento.
Alguns exemplos de economia na prática que não relacionam diretamente cortar custos com baixar a qualidade, mas são estratégias que trazem alguma forma de economia:
- Entender a sazonalidade do destino para não viajar na alta temporada. Paga-se menos pelo mesmo serviço;
- Optar por ficar mais tempo nos lugares, fazendo uma viagem mais lenta, pode reduzir gastos com deslocamentos;
- Questionar os motivos das pessoas irem aos mesmos lugares e fazerem as mesmas coisas pode ter impacto positivo no seu bolso ao fugir dos hypes do turismo. Muitas "experiências transformadoras" são repetidas à exaustão e acabam entrando num checklist social vazio, sem sequer serem frequentadas pelos próprios locais ou terem conexão com o viajante.
Quantas situações como essas deixamos passar sem nos questionarmos. Por falta de conhecimento, ou até mesmo avareza, acabamos associando o corte dos custos como solução imediata e única para baratear a viagem, sequer cogitando outras alternativas e aceitando a redução da qualidade dos serviços como consequência natural.
Baratear uma viagem não é reduzi-la ao mínimo que se pode pagar, mas avaliar o que é importante e o que se consegue ter de qualidade por um preço justo, de preferência abaixo do que esperávamos pagar. É usar seus conhecimentos e a sua criatividade para trazer uma solução. Ao menos tentar. Baratear única e exclusivamente pensando em cortar custos é nivelar a viagem por baixo.
O barato e o ético
Boas escolhas fazem bem a ambas as partes. Sei que você já ouviu isso, mas já o internalizou?
Ao pensar no quanto você gostaria de gastar com serviços, seu pensamento tende a ser direcionado mais para o lado do pagar o mínimo possível ou há uma avaliação de custo-benefício e a possibilidade de pagar um pouco a mais por algo bom? Negociar o preço de um bem ou serviço tende a ir para o caminho do mínimo possível que se consegue chegar ou encontrar um meio-termo?
O justo nem sempre é o mais barato em termos de valor econômico. Num primeiro momento pode parecer bom e justo para o seu bolso, mas a prática pode deixar um legado de nivelar o turismo por baixo. Um serviço barato, naturalmente, remunera menos quem o presta e se motiva diariamente para ir trabalhar.
Fazer bem à outra parte não é dar migalhas para que você se sinta bem gastando pouco. Uma boa escolha tenta avaliar o todo com mais responsabilidade. O turismo transforma a realidade de muitas pessoas e dos lugares. Você, turista, é extremamente responsável pela transformação dessas pessoas e locais. Suas demandas e escolhas impactam diretamente na gama de serviços e em sua qualidade.
Se seu pensamento é, geralmente, direcionado a pagar o mínimo, você provavelmente está mais suscetível a cair num golpe, vivenciar um perrengue, adquirir um bem ou serviço de baixa qualidade e lidar com o mau humor de quem tem contas para pagar e recebe pouco para se motivar.
E como você é parte da cadeia do turismo, a experiência que fica é a que você leva. Se o que você compartilha de uma viagem é apenas um recorte superficial e momentâneo, imagina partilhar e inspirar as pessoas comentando que a hospedagem era ruim, que a comida do lugar não tem gosto, que os produtos têm baixa qualidade e que as pessoas não são simpáticas.
Viajar custa. Você pode fazê-la custar menos, mas mesmo assim custa.
Nossa conversa sobre viajar barato e melhor não é focada, unicamente, em cortar custos, mas em desenvolver um olhar mais justo, responsável, criativo e inventivo com soluções que nos permitam continuar viajando. Cortar despesas é uma dentre tantas possíveis soluções.
A melhor época para viajar
Não há uma resposta única pois cada pessoa tem sua realidade e seus desejos a serem encaixados nas possibilidades de cada um. Num contexto ideal, a pessoa teria a liberdade de escolher quando ir e por quanto tempo gostaria de ficar. Porém, a realidade é que a grande maioria das pessoas têm entre 7, 15, 20 e até 30 dias num período determinado para realizar uma viagem.
- Para quem pode escolher a data da viagem, já sabe para onde quer ir e em que época do ano é bom visitar o destino, marque suas férias o quanto antes;
- Para quem pode escolher a data, mas não sabe para onde ir, pense em meias estações, como primavera e outono, na tentativa de garantir um clima mais ameno;
- Para quem não pode escolher a data, pesquise sobre o clima e o tipo de temporada (alta, média, baixa) na data já estabelecida em diversos destinos que você sonha conhecer. Priorize o que o seu coração mandar e couber no bolso.
Na hora de começar a levantar datas de viagem e lugares a serem visitados, descubra quando são as altas, médias e baixas temporadas do destino em questão. Se possível, evite as altas temporadas onde o preço de tudo é mais caro. Avalie o clima e os valores dos serviços durante as baixas e médias temporadas.
Dica: realocar a sua sonhada viagem para uma média ou baixa temporada pode baixar seus custos consideravelmente, sem perder qualidade nos serviços.
Compare os preços dos serviços em temporadas distintas para você ter ideia de quanto custa com o decorrer do ano. Você vai se surpreender com a variação dos custos. Parece trabalhoso, mas você precisa apenas detectar quando são essas temporadas e simular orçamentos de passagens e hospedagens. Sempre anote para ter como referência.
Como sugestão, use o chat GPT para descobrir as melhores e piores épocas para se visitar um destino. Use a plataforma como um guia para nortear suas buscas.
Melhores oportunidades de compra de serviços para a viagem
Novembro é o mês da Black Friday, da Cyber Monday e outras tantas oportunidades para comparar os preços e aproveitar as promoções. Lembra que comentei sobre orçar e ter os custos de fácil acesso para comparação? Novembro é hora de orçar e comparar.
Aproveite os descontos para comprar passagens, reservar hospedagem, adquirir seguro viagem, alugar carro e comprar moeda estrangeira com desconto nas taxas. Por experiência própria, barateei consideravelmente viagens e juntei muitas milhas realizando as compras através das promoções.
Por falar nelas, junto com os descontos vêm as possibilidades de multiplicar as milhas, cashbacks mais atrativos e cupons de desconto. Mês de Black Friday é época de multiplicar as milhas e gastar menos.
Investindo o orçamento da viagem
Para quem gosta ou pode se organizar com antecedência, uma outra dica valiosa é investir o montante total do orçamento para que ele vá rendendo.
Estimado com antecedência, esse valor pode ser aplicado em algum investimento com liquidez diária para que o montante cresça e ao mesmo tempo você possa resgatá-lo para pagar as despesas da viagem.
Ou, sabendo dessa estimativa, você o administra dentro dos seus próprios investimentos já existentes e, logicamente, os proventos serão maiores.
Viajar é realizar sonhos
Viajar é um dos desejos mais comuns entre as pessoas. É também um aprendizado constante. Quanto mais viajamos, mais nos entendemos como viajantes e mais melhoramos nossa maneira de viajar. Viajar é se predispor a receber o novo e trabalhar isso dentro de si. É estar aberto a troca. É se entender responsável pelo todo. Que essas dicas melhorem seu jeito de viajar e que lhe permitam continuar realizando seus sonhos.
Sua colocação a respeito da valorização de quem nos recebe foi perfeita! Se retribuirmos financeiramente de forma justa, manteremos os anfitriões motivados na nossa estadia quanto para os próximos viajantes.
Excelente! Ale Disaro é sempre impecável em seus conteúdos!