No alto da Torre Glòries, de Jean Nouvel

O Mirador Torre Glòries nasceu para quebrar paradigmas em Barcelona. Longe de ser mais um ponto turístico e apenas um mirante, ele conta com um museu audiovisual interativo, que faz os visitantes refletirem sobre a cidade onde estão. 

Quando surgiu a ideia de criar o primeiro mirante 360º em Barcelona, optou-se pela Torre Glòries, um icônico edifício em formato cilíndrico com 142 metros de altura, projetado pelo arquiteto Jean Nouvel, localizado em Glòries, um bairro que nasceu para ser centro político da cidade. Lá do alto, é possível ver que a torre está disposta em um ponto que une várias importantes avenidas.

Além de oferecer uma vista 360º da cidade, o Mirador Torre Glòries veio para oferecer uma experiência a mais para o visitante. Foi projetado pela MediaPro, uma empresa catalã de audiovisual que cria projetos de museografia e exposições, desde a conceitualização, até a execução. 

O acesso ao mirador se dá por uma entrada lateral ao edifício que leva ao subsolo. Depois da compra do ticket, o visitante primeiro faz uma imersão em várias instalações interativas antes de subir até o mirador. 

A primeira delas é um cubo de LED que passa imagens inspiradoras ao som de uma música especial, feita a partir de dados da cidade recebidos pelas antenas da Torre Glòries. As antenas recebem estes dados ao vivo naquele momento, processam por um sistema e os transformam em notas musicais. Cada visitante que passar por ali, escutará sempre uma música diferente e única. 

A segunda sala de exposições conta com duas instalações. A primeira delas, concebida pelo artista Joan Sallas, apresenta todos os seres vivos que habitam em Barcelona através de esculturas de papel. 

A segunda instalação é uma grande tela de LED curva onde passam informações sobre a cidade. Estas informações também são criadas a partir de dados recebidos naquele momento pelas antenas do edifício. São fatores da cidade que acontecem naquele tempo real em três âmbitos: o mar, o ar e o céu. Quantos aviões e navios entraram e saíram na cidade, o som do vento, a temperatura do mar e quantas e quais estrelas são visíveis naquele momento são algumas das informações passadas através da grande tela. 

Já a última sala de exposição é uma câmara com três telas sobrepostas umas nas outras. As telas mostram ainda mais informações sobre a cidade: como está a poluição, como as árvores são importantes para a cidade, quantas antenas telefônicas há, entre outros.

Depois de toda a imersão sobre os dados, informações e a música da cidade, é hora de subir até o mirante. Um elevador com o teto de vidro te leva até o topo em poucos segundos. Lá do alto, é possível ver todo o skyline de Barcelona e suas famosas quadras em formato de hexágono. 

Conheça o plano diretor da cidade de Barcelona, e entenda por que as quadras são todas em hexágono

O alto do mirador também conta com uma grande instalação chamada Cloud Cities Barcelona, projetada pelo artista Tomás Saraceno. Esta grande escultura é feita por placas geométricas que juntas foram pequenos casulos. Os visitantes podem subir e passear por estes casulos, ampliando ainda mais sua experiência imersiva.

Muito mais que apenas um lugar que oferece uma vista privilegiada de Barcelona, o Mirador Torre Glòries traz uma reflexão sobre o papel de cada cidadão e outros seres dentro da cidade.