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Exposição Tátil, na SP-Arte
Exposição Tátil, na SP-Arte (Foto: Maria Silvia Ferraz)

Explorando materiais do design na SP-Arte

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05.04.2024
Na exposição Tátil, no setor de design da SP-Arte 2024, a curadora Livia Debbane reúne peças feitas com resina de mamona, papelão e concha de sururu, entre outros materiais inusitados
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O design brasileiro contemporâneo vai muito além da madeira. Essa é a ideia que a curadora de design Livia Debbane trabalha na exposição Tátil, que acontece na SP-Arte 2024, até 7 de abril, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. 

A madeira ficou muito consolidada como principal matéria-prima dos designers brasileiros, especialmente da geração moderna, por ser muito abundante e ter boa qualidade no país. E o setor de Design da SP-Arte também se tornou internacionalmente reconhecido como um reduto para compra de mobiliário colecionável de madeira maciça.

Setor de Design na abertura da SP-Arte, pessoas na feira de arte
Setor de Design na abertura da SP-Arte (Foto: SP–Arte/Divulgação)

Tátil vem justamente para desfazer esse preconceito, na 20ª edição da feira - possivelmente, a com o setor de Design mais prolífico da história. Com o subtítulo Materiais no design contemporâneo, traz peças em, por exemplo, papel machê reciclado, resinas biodegradáveis e resíduos ressignificados, incluindo conchas de mexilhão ou cascas de ovo. 

É interessante como em todos os casos o design foi ditado pelo material, com os designers experimentando e se deixando levar pela matéria, não tanto pelo desenho no papel. "Tátil reflete sobre quanto a matéria informa a forma, fato ancestral e perenemente inovador", escreve Livia. Algumas peças são mais experimentais e conceituais, outras são perfeitamente funcionais e estão no mercado de grande escala.

Mesa Rampa, por Alva, na exposição Tátil na SP-Arte
Mesa Rampa, por Alva, na exposição Tátil na SP-Arte (Foto: Maria Silvia Ferraz)

Por exemplo, a mesa Rampa, traz tampo de azulejos sobre placa cimentícia e pés de aço inox. Ela faz parte de uma coleção da Alva que propõe ativar a imaginação e a subjetividade. Volumes e planos de azulejos atendem às funções de apoio, mas, ao trazer reminiscências de espaços arquitetônicos, abrem para o usuário ou observador outras leituras da realidade e possibilidades de exploração do objeto.

Já o banco Massagem, do É Pedra Ateliê, é feito com plástico Hips - High Impact Polystyrene residual da indústria de brinquedos e eletrodomésticos. Construído com impressão em 3D por um braço robótico, explora a tensão entre ser humano e máquina.

Bancos Massagem e mobiliário modular Círculos, na exposição Tátil
Bancos Massagem e mobiliário modular Círculos, na exposição Tátil (Foto: SP–Arte/Divulgação)

Ainda, a coleção de mobiliário Círculos, de Nido Campolongo, utiliza tubos de papelão que revestem cilindros de máquinas rotativas na produção de bobinas de papel e outros materiais, os quais, por normas técnicas, são rapidamente descartados. A partir de lógica modular, os móveis são construídos com seções idênticas dos tubos reaproveitados e parafusos de união.

Cobogó Mundaú na exposição Tátil na SP-Arte (
Cobogó Mundaú na exposição Tátil na SP-Arte (Foto: Maria Silvia Ferraz)

E, claro, faz parte de Tátil o cobogó Mundaú, sobre o qual já produzimos tantos conteúdos no Archtrends, por ter sua distribuição pela Portobello Shop. Design de Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrosio, é produzido em Vergel do Lago, Alagoas, com conchas do molusco sururu, matéria-prima residual da indústria da pesca local. Iniciativa do Instituto A Gente Transforma, liderado por Rosenbaum, o cobogó foi criado a partir de pesquisas junto ao artesão Itamácio dos Santos, que utilizava a concha triturada para substituir a areia na formulação de cimento. O sururu compõe 62,5% do cobogó e responde por seu brilho furta-cor.

O cobogó Mundaú se encaixou perfeitamente na curadoria de Livia, justamente por ter sido desenvolvido a partir do material - ou melhor, do problema ambiental gerado pelo descarte do material.

Saiba mais sobre o Projeto Sururu:

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