Segunda onda na Itália, o que mudou?
Após um severo lockdown com duração de dois meses, a Itália foi retomando aos poucos suas atividades. Quando saímos no mundo lá fora, a realidade era outra daquela que havíamos deixado semanas atrás. Distanciamento social, uso de máscaras, higiene reforçada nas mãos, controle da temperatura para entrar em lugares fechados, entre outras medidas, começaram a fazer parte da nossa nova normalidade.
Porém, no fim de setembro os casos começaram a aumentar drasticamente, e as medidas de restrição foram implementadas aos poucos, ficando cada vez mais drásticas. Atualmente onde eu moro, na Toscana, somos considerados uma região alaranjada, onde temos restrições médias. A Itália foi dividida em três cores diferentes, amarela, alaranjada e vermelha, conforme o risco aumenta, os estados se enquadram na cor necessária para cumprir com as medidas de contenção do vírus.
Ao caminhar por Florença, já nos deparamos com as ruas desertas novamente, é difícil e triste acreditar que estamos vivendo isso de novo. Bares e restaurantes estão fechados ao público, podendo atender apenas para take away e delivery. O comércio ainda funciona, mas as lojas estão vazias. Podemos sair nas ruas usando máscaras e respeitando o distanciamento social, evitando aglomerações. Temos toque de recolher das 22:00 até as 05:00 e podemos sair apenas com a auto certificação – documento que deve ser preenchido em caso de motivos de emergência ou necessidade para circular durante o horário proibido na cidade. O home office já é aconselhado nos setores público e privado e nos supermercados só é permitida a entrada de um integrante da família.
O pico da segunda onda está previsto para o final de novembro, porém a situação atual ainda é cheia de armadilhas. Anteriormente a pandemia atingia fortemente as regiões do Vêneto e Lombardia, enquanto agora está espalhada por todo o país. O problema é que conhecemos os efeitos de um bloqueio total, mas não de medidas intermediárias.
Tivemos a oportunidade de vivenciar um verão diferente, mais feliz, eu diria quase que normal, o qual aproveitamos como nunca os espaços ao ar livre. As mesas dos restaurantes foram liberadas a estarem nas ruas e calçadas, os cinemas eram em lugares com vistas de tirar o fôlego e a nova forma de viver estava recarregando as nossas energias. O futuro parecia estar muito distante e o passado era um fato que preferíamos esquecer. Vivenciar a segunda onda é diferente, mas eu diria que igualmente cheio de incertezas. Seguimos com a esperança de que o fim esteja mais próximo do que imaginamos, que a antiga normalidade volte a prevalecer e que possamos viver o período pós-quarentena.
#ForzaItalia