O que fazer em São Paulo em outubro
1| Oscar Niemeyer em Linhas e Luzes
Imagine as obras mais famosas de Oscar Niemeyer (1907-2012) reunidas em um só lugar, iluminadas com traços de luz. É isso o que se vê na mostra em cartaz no Bourbon Shopping. As criações repletas de movimento, vãos livres e formas sinuosas deste ícone da arquitetura brasileira podem ser admiradas de perto em uma experiência imersiva, que apresenta sua vida e carreira de maneira poética, em um circuito com ambientes interativos. Ali estão, por exemplo, a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional e o Palácio da Alvorada. Além das réplicas arquitetônicas, a exposição exibe fotografias, desenhos, um mapa com as principais construções do arquiteto em todo o mundo e uma linha do tempo infográfica ricamente ilustrada.
Serviço
Período: até 30 de outubro
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Horário: das 11h às 21h
Localização: Bourbon Shopping, Rua Palestra Itália, 500, Perdizes
Dica: A exposição está localizada no 2º andar do shopping. Ingressos estão à venda no site. A entrada é livre para crianças de até 5 anos acompanhadas de responsáveis.
2| Claudia Andujar, no MAM
A fotógrafa Claudia Andujar, nascida na Suíça (1931), fugiu da perseguição nazista ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial. Após passar um tempo nos Estados Unidos, ela chegou ao Brasil em 1955 e se naturalizou em 1976. Por aqui, dedicou a vida à questão da demarcação de terras Yanomami. Os conflitos políticos envolvidos na luta deste povo foram traduzidos imageticamente em sua obra. A fotógrafa se identifica com a vulnerabilidade dos indígenas e os retrata de maneira delicada, como se vê na série Sonhos Yanomami, criada a partir da sobreposição de cromos e negativos realizados desde 1971. As cenas, quase oníricas, oferecem vislumbres de rituais dos líderes espirituais Yanomami e remetem à importância do sonho na cultura deles. Animais como corujas, garças e macacos se mesclam com luzes, pedras, árvores e retratos humanos, em um jogo enigmático e profundo, como costumam ser os sonhos. No contexto do genocídio ocorrido contra os Yanomami entre 2019 e 2022, a exposição tem carater simbólico e oferece visibilidade aos indígenas.
Serviço
Período: até 28 de janeiro de 2024
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h
Localização: MAM, Av. Pedro Álvares Cabral, S/N, Parque Ibirapuera
Dica: Aproveite para conhecer outra mostra em Cartaz no MAM: Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo (até janeiro de 2024).
3| Memória brasileira, no Itaú Cultural e no Instituto Tomie Ohtake
Após o incêndio que destruiu o MAM-Rio em 1978, o crítico de arte, jornalista e professor Mario Pedrosa fez uma proposta inovadora para o futuro da instituição. Integrante da comissão de reconstrução do local, ele idealizou o Museu das Origens, que seria formado por cinco museus organizados de maneira independente, mas com uma articulação orgânica entre si: Museu de Arte Moderna, Museu de Arte Virgem, Museu do Índio, Museu do Negro e Museu de Artes Populares. O objetivo era reivindicar noções outras de arte e artista, propondo um novo caminho para os espaços culturais. Embora as ideias de Pedrosa nunca tenham saído do papel, o público hoje pode conhecer um pouco de seu pensamento sobre arte na mostra Ensaios para o Museu das Origens, apresentada em parceria pelo Itaú Cultural e pelo Instituto Tomie Ohtake. A exposição foi inspirada no projeto de Pedrosa e homenageia as diversas histórias, narrativas e matrizes culturais do país. Ali são apresentadas obras de artistas, coletivos e mais de 20 instituições dedicadas à preservação e difusão da memória brasileira.
Serviço
Período: até 28 de janeiro de 2024
Entrada gratuita
Horários: Itaú Cultural - terça a sábado, das 11h às 20h; domingo, das 11h às 19h
Instituto Tomie Ohtake - terça a domingo, das 11h às 20h
Localização: Itaú Cultural, Avenida Paulista, 149, Paraíso.
Instituto Tomie Ohtake, Avenida Brigadeiro Faria Lima, 201, Pinheiros
Dica: A mostra é a mesma em ambas as instituições, então escolha apenas um para visitar.
4| Histórias indígenas, no MASP
Uma amostra concisa, porém relevante, é o que se pode esperar da exposição Histórias Indígenas, a ser inaugurada no final de outubro, no MASP. América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia estarão reunidas na mostra, que propõe um diálogo entre obras indígenas de diversas partes do mundo. Ao justapor narrativas e contextos, o objetivo é apresentar ao público diferentes perspectivas sobre as histórias dos povos originários, por meio de sua cultura visual. As obras abrangem desde desde o período anterior à colonização europeia até o presente, tudo produzido por artistas e pesquisadores indígenas ou de ascendência indígena. A iniciativa é uma colaboração do MASP com o Kode Bergen Art Museum (Noruega), que receberá a exposição no ano que vem, após encerramento da temporada no Brasil.
Serviço
Período: de 20 de outubro até 25 de fevereiro de 2024
Entrada: R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira). Entrada gratuita às terças-feiras e toda 1ª quinta-feira do mês (mediante reserva online de ingresso)
Horários: quarta a domingo, das 10h às 18h; terça, das 10h às 20h
Localização: Av. Paulista, 1578, Bela Vista
Dica: A mostra ocupa as galerias do primeiro andar e do segundo subsolo do MASP. A exposição será acompanhada por um grande catálogo com reproduções das obras.
5| Fotografias históricas, no IMS
Em comemoração ao centenário do fotógrafo Hans Gunter Flieg, o IMS Paulista exibe Flieg - Tudo o que é sólido, com 108 obras de parede e cerca de 50 originais em vitrines, incluindo calendários, impressos, álbuns e câmeras. Nascido na Alemanha em 1923, Flieg começou a frequentar aulas de fotografia em 1939, em Berlim, mas apenas quatro meses depois imigrou com a família para São Paulo, em decorrência do anti-semitismo que tomava a Europa. Por aqui, iniciou a carreira como assistente de fotografia do alemão Peter Scheier (1908-1979). Ao longo das décadas seguintes, trabalhou para indústrias, fotografando produtos, e também em estúdio próprio, onde criava retratos. Em 1951, registrou a 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Entre 1945 e 1988, produziu cerca de 35 mil imagens que documentavam o desenvolvimento industrial e urbano da capital paulista. A exposição organiza as obras em núcleos: Arquitetura Industrial, Indústria e Produto e Publicidade. Entre os destaques, há fotografia do processo de cobertura do ginásio do Ibirapuera com placas de alumínio, em 1955, e a fábrica de bolachas Duchen-Peixe, projetada por Oscar Niemeyer em 1949.
Serviço
Período: até 8 de outubro
Entrada gratuita
Horários: terça a domingo e feriado (exceto segunda), das 10h às 20h
Localização: Av. Paulista, 2424, Bela Vista
Dica: a mostra ocupa a Galeria 1, no 6º andar do IMS.