Os escritórios compartilhados surgiram há pouco tempo e já ganharam o mundo. Também conhecidos como coworkings (palavra em inglês para "cotrabalho"), são propostas que trazem oportunidade dupla aos profissionais da arquitetura: focar no estudo e na criação desses espaços ou compor o grupo de pessoas que cada vez mais desfrutam de uma área de uso comum.
Um bom projeto de coworking deve atender todas as necessidades do público que permanece no local. Seguindo esse princípio básico, é possível conceber ambientes com diferentes estilos e cheios de personalidade. Quer saber como são pensados? Fique conosco e descubra!
Uso dos coworkings no Brasil
O conceito de escritório compartilhado surgiu nos Estados Unidos em 2005 e veio para o Brasil em 2007. Desde então, é um mercado que vem apresentando crescimento e se consolidando em diversas regiões do país.
A popularidade dos coworkings não deve ser surpresa em tempos marcados pelo uso constante da tecnologia, seja em atividades de lazer ou no trabalho. Com acesso fácil à internet, profissionais de diversas áreas podem exercer suas funções em qualquer lugar e no momento que acharem oportuno.
O site Coworking Brasil divulga pesquisas sobre esse mercado desde 2015. Ano passado houve uma explosão de escritórios compartilhados em diversos estados. Para 2018, a previsão é de amadurecimento e maior organização desses espaços.
Tudo indica que pequenas empresas, freelancers e autônomos vão continuar buscando ambientes inspiradores e equipados com tudo o que é necessário para negociar com clientes e fornecedores. Aos arquitetos mais antenados, cabe o interesse de investir nesse tipo de arquitetura corporativa.
Elementos de um projeto de coworking
Os escritórios compartilhados são estruturados de diversas maneiras. Algumas marcas realizam suas atividades em espaços amplos e bem-equipados. Por outro lado, há os pequenos cafés e centros comerciais que abrem portas para que a comunidade local faça uso dos ambientes, mesmo que de maneira improvisada.
Independentemente do porte e do design escolhido para o coworking, é importante que o projeto conte com elementos básicos para o bom funcionamento do espaço.
Localização
No coworking não há necessidade de divulgar um nome ou marca específica. Por esse motivo, a posição do local em relação às áreas públicas não é tão importante. O principal cuidado deve estar na acessibilidade. Afinal, trata-se de um espaço aberto para diferentes grupos.
A instalação desses ambientes é comum em imóveis específicos ou em salas dentro de grandes empreendimentos, como shoppings. Em todo caso, é fundamental garantir fácil acesso e estrutura adequada para comportar as pessoas com conforto.
Ambientes
O layout também varia muito de um coworking para outro. Espaços maiores são aproveitados para criar uma espécie de salão aberto, onde todos os móveis e equipamentos ficam
Há quem prefira mesclar funções para personalizar ambientes, incluindo divisórias para compor diferentes estações de trabalho. Nesses casos, as áreas de convivência, de planejamento e de reuniões ficam separadas para garantir privacidade a quem precisar.
Um cuidado importante tem a ver com a posição dos banheiros. Como serão utilizados por todas as pessoas que frequentam o escritório, precisam ser facilmente acessados a partir de qualquer área, sem privilegiar um grupo ou recinto específico.
Mobiliário
Em um projeto de coworking o mobiliário é protagonista. É crucial pensar em ergonomia e investir em peças que garantam conforto. Mesas, cadeiras e estantes devem contribuir para o trabalho dos profissionais. Portanto, precisam ser escolhidos com cuidado.
Nesse caso, a preocupação com a funcionalidade deve vir antes da estética. Ainda assim, é possível encontrar modelos de qualidade e que aliam ambas características.
Iluminação
A luz é outro recurso a ser pensando em qualquer escritório, principalmente os de conceito compartilhado. Soluções como divisórias transparentes e layout aberto ajudam a clarear as salas durante o dia, já que permitem a entrada da luz natural.
Porém, é preciso considerar que determinados trabalhos demandam uma luz mais eficiente, especialmente se forem realizados no período da noite. Assim, o projeto deve dimensionar a estrutura elétrica de acordo com a demanda desse tipo de ambiente e definir em que pontos a fiação vai passar.
Medidas de proteção também são necessárias para proteger os equipamentos da rede e garantir o bom funcionamento de todo o sistema. Vale prever a execução de aterramento, instalação de para-raios e investimento em estabilizadores.
Decoração
Não há regra para decorar um coworking, visto que a proposta é transformar esse tipo de escritório em um ambiente versátil, democrático e multiúso. Ainda assim, vale apostar em alguns truques para que o estilo escolhido agrade o máximo de pessoas possível.
Como em qualquer projeto, a paleta neutra costuma funcionar muito bem porque aceita diversos elementos e texturas sem deixar o visual pesado. É interessante deixar as cores mais vivas e alegres para os detalhes, que podem ser os tampos das mesas, arranjos de plantas, um painel de parede, acessórios (quadros, pôsteres) e até artigos de escritório.
Em alguns casos, pode ser interessante adotar cores que gerem sensações positivas para um ambiente de trabalho. Um exemplo é o amarelo, que induz ao otimismo, estimula o pensamento criativo e traz energia e vitalidade.
Infraestrutura de TI
A experiência com o acesso à internet deve ser positiva sempre, independentemente da quantidade de pessoas que estiverem utilizando a rede. Por essa razão, o projeto de coworking também deve considerar a infraestrutura de comunicação de dados.
Muitos empresários são adeptos do cabeamento por proporcionar uma equalização melhor da rede. Nesse caso, o tráfego é transferido por via única, e a comunicação entre os aparelhos conectados por cabos e a internet não é disputada com outros dispositivos.
Coworking parar arquitetos
Os escritórios compartilhados pensados especialmente para arquitetos são tendência. Cada vez mais profissionais da área criam espaços de trabalho que possam contribuir com a produção de uma arquitetura de qualidade.
Diferenciais
São vários os benefícios de atuar dentro de um ambiente compartilhado com colegas de profissão. Em salas integradas, as equipes melhoram a comunicação, promovem networking, contribuem para a união da classe profissional e fortalecem o setor.
Nesses lugares, os arquitetos podem conhecer pessoas bacanas, encontrar novos parceiros e divulgar trabalhos. Todos saem ganhando em um espaço que estimula a criatividade e que é propício para a troca de conhecimentos e de experiências.
Veja alguns exemplos de projeto de coworking cadastrados em nosso site:
- o ambiente criado pelo escritório 3P Studio tem dois andares. O primeiro abriga bar e café, o segundo tem espaço de trabalho equipado com salas de reuniões e videoconferências, cabines telefônicas e copa;
- Leticia Abaurre leva diferentes recursos para a área de vivência de um pequeno escritório compartilhado. O destaque vai para a parede com revestimento decorativo e para os pontos de luz que saem do teto;
- o coworking projetado por Valéria Zamboni de Souza traz as cores fortes em diferentes superfícies, especialmente paredes e detalhes do mobiliário.
Como pôde ver, as propostas de escritórios compartilhados continuam em alta e trazem novas oportunidades de atuação para arquitetos. Aproveite você também o potencial de um projeto de coworking para descobrir novas formas de compor ambientes. Essa solução poderá enriquecer ainda mais o seu portfólio.
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