09.03.2023
Avaliação 
Avalie
 
Sem votos
Avaliar
alunos estudam economia criativa
Segundo professora da Belas Artes, criatividade é uma competência que pode ser desenvolvida no processo de ensino/aprendizagem (Imagem de wayhomestudio no Freepik)

Como e por que formar profissionais para a economia criativa

 minutos de leitura
calendar-blank-line
09.03.2023
Na estreia da coluna de economia criativa da Belas Artes no Archtrends, a professora Josiane Tonelotto fala da importância desse setor em ascensão
minutos de leitura

O setor da economia criativa funciona a partir do ciclo que compreende criar, produzir e distribuir bens, processos e serviços criativos. É um setor em ascensão na economia global que oferece muitas oportunidades para pessoas com habilidades e talentos criativos que desejam trabalhar em áreas como design, publicidade, moda, cinema, artes visuais, entre outras. A economia criativa é cada vez mais uma área respeitada, por ser uma força para o desenvolvimento econômico e de inovação. 

Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:

Mas o que é criatividade? Diante de tantos desafios de formação de profissionais para a economia criativa, o maior deles continua sendo o desenvolvimento da criatividade, como competência principal. Pensar de forma original e criar soluções originais e úteis para problemas e desafios nas diferentes áreas da vida é condição sine qua non para se trabalhar no setor da economia criativa. Esse deve ser o ponto principal no processo ensino/aprendizagem para que os estudantes em formação compreendam o que de fato é inovar e empreender. 

Mas será que as escolas estão preparadas para isso? Será que os docentes também estão? Afinal a criatividade não pode ser entendida como um dom com o qual se nasce e permanece imutável ao longo da vida. A criatividade pode ser estimulada, desenvolvida e aprimorada por meio de técnicas e práticas específicas que devem ser de domínio do corpo docente e contemplada na concepção dos cursos.

A importância global da economia criativa

A expansão da economia criativa nos últimos anos foi destaque em todo mundo, principalmente nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Coréia do Sul e China. No entanto, essa expansão também encontra eco no Brasil. Já em 2015, o Ministério da Cultura divulgava um importante estudo, afirmando que  a economia criativa representava 2,68% do PIB nacional. Esse número vem se mantendo e é observado num outro estudo do Ministério do Turismo, baseado na classificação das atividades econômicas.

Arquitetos profissionais da economia criativa
Arquitetos estão entre os profissionais da economia criativa (Imagem de DCStudio no Freepik)

Todos os setores com grande potencial de inovação são abrangidos pela economia criativa e, dessa forma, ela é importante para a competitividade do Brasil no mercado internacional. Entre esses setores estão Arquitetura, Design, Artes Cênicas, Artes Visuais, Cinema, Música, Mídias Digitais, Marketing, Jogos Digitais, Publicidade e Propaganda e outros que desempenham também papel fundamental na promoção da diversidade cultural e preservação de patrimônio do nosso país.

De acordo com a UNCTAD, organização criada pelas Nações Unidas em 1964 para a promoção do desenvolvimento econômico e a cooperação internacional entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, a economia criativa foi responsável por mais de 3% do PIB mundial e empregava mais 30 milhões de pessoas em todo o mundo no ano de 2019. São profissionais criativos e inovadores que encontram oportunidades de emprego numa área tão profícua, que apesar de abalada, sobreviveu brilhantemente à pandemia de Covid-19.

As áreas da economia criativa que obtiveram mais sucesso no período pandêmico da Covid-19 foram aquelas que conseguiram se adaptar rapidamente às mudanças no comportamento do consumidor e às restrições de mobilidade impostas naquele período. Os jogos eletrônicos, streaming de filmes e séries, artesanato, produtos personalizados, conteúdo digital e produção audiovisual são alguns exemplos de sucesso no setor.

Leia também:

A formação de profissionais para a economia criativa

Apesar da relevância da área, é um grande desafio para a educação superior capacitar, qualificar e desenvolver profissionais para o mundo do trabalho capazes de obter sucesso. Empreender é uma necessidade intrínseca do setor, já que a inovação e capacidade de adaptação rápidas às mudanças do mercado são imprescindíveis, e empreendedores devem ter a habilidade de transformar ideias criativas em negócios rentáveis e sustentáveis. 

sala de aula alunos economia criativa
Sala de aula deve trazer também atividades práticas na formação de profissionais da economia criativa (Imagem de Freepik)

As instituições de educação superior precisam estar preparadas para uma abordagem específica, que exige inovação e atualização curricular constantes. Além disso, a necessidade de atividades práticas se impõe e os espaços precisam ser pensados de forma a oferecer uma experiência rica em que o estudante aprenda a fazer fazendo.

Outro ponto de destaque na formação de profissionais para a economia criativa é a abordagem multidisciplinar, que combina elementos de diferentes áreas do conhecimento. Um estudante que deseje trabalhar na indústria da moda, por exemplo,  precisa entender não apenas os princípios do design de moda, mas também as tendências do mercado, os processos de produção, a gestão de negócios e o marketing. 

Conexão com a indústria e mundo do trabalho também demandam esforço para que os estudantes sejam expostos a situações do mundo real, envolvendo-se em projetos que acompanhem as tendências e práticas do mercado. Formar para o setor criativo exige que se forneça aos estudantes as habilidades técnicas e gerenciais, a fim de permitir visão ampla, que apoie  a obtenção de sucesso nas carreiras escolhidas. 

Os currículos que formam para a economia criativa devem focar a autonomia de flexibilidade dos estudantes como fator de sucesso, dado que muitas vezes os profissionais trabalham com projetos pontuais. O desenvolvimento da autogestão, capacitação em tecnologias e branding pessoal são pontos imprescindíveis - e que nem sempre são contemplados pelas instituições de educação superior.

Para o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, que oferece cursos e programas de formação para a economia criativa o grande compromisso, ao longo de quase cem anos de existência, tem sido dar condições para que seus estudantes tenham sucesso no mundo do trabalho principalmente pelo desenvolvimento dessa competência - a Criatividade, tida como principal pilar de sua proposta educacional. Esse é, sem dúvidas, um dos motivos pelos quais a instituição é reconhecida e respeitada como centro de excelência na formação de profissionais criativos e inovadores, preparados para uma ação positiva no mercado da economia criativa.  Para isso os espaços educacionais para atividades práticas de ensino, pesquisa e extensão são cuidadosamente preparados e têm sido elogiado, não apenas pelo público que visita a instituição como por inúmeros profissionais, designados para avaliá-la.  

A Belas Artes entende seu compromisso com a educação e com a economia criativa, reafirmando nas matrizes curriculares de seus cursos o estreito compromisso com as tendências e demandas do mundo do trabalho, uso de tecnologia, práticas exitosas, além de oferecer formação sólida em habilidades técnicas, criativas e de gestão. Isso é de fato compromisso, isso é de fato estar além de seu tempo e honrar tantos anos de existência. Não é pouco, e é para poucas instituições.

Josiane Maria de Freitas Tonelotto possui graduação em Psicologia pela Universidade São Francisco (1982), mestrado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Atuou como Pró-Reitora Acadêmica da Universidade Anhembi Morumbi até março de 2015. Tem experiência como pesquisadora, tendo sido pesquisadora PQ/CNPq e tido projetos financiados pela Fapesp. Sua área de pesquisa é Psicologia Cognitiva com foco nos seguintes temas: atenção, avaliação, desempenho escolar, avaliação psicológica e avaliação neuropsicológica. Atuou como reitora do EAD Laureate Brasil, de abril de 2015 a agosto de 2018. Atualmente é Superintendente Acadêmica do Centro Universitário Belas Artes e Diretora Educacional da empresa Numberstalk. Você pode falar com a professora no e-mail [email protected].

    

Compartilhe
Avaliação 
Avalie
 
Sem votos
VOLTAR
ESC PARA FECHAR
Minha avaliação desse conteúdo é
0 de 5
 

Como e por que formar profissionais para a ec...

Como e por que formar profissionais para a economia criativa

  Sem votos
minutos de leitura
Em análise Seu comentário passará por moderação.
Você avaliou essa matéria com 1 estrela
Você avaliou essa matéria com 2 estrelas
Você avaliou essa matéria com 3 estrelas
Você avaliou essa matéria com 4 estrelas
Você avaliou essa matéria com 5 estrelas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Não perca nenhuma novidade!

Assine nossa newsletter para ficar por dentro das novidades de arquitetura e design no Brasil e no mundo.

    O Archtrends Portobello é a mais importante fonte de referências e tendências em arquitetura e design com foco em revestimentos.

    ® 2024- Archtrends Portobello

    Conheça a Política de Privacidade

    Entenda os Termos de Uso

    Veja as Preferências de Cookies