Philip Johnson foi um arquiteto norte-americano que ficou conhecido pelos seus edifícios modernos e pós-modernos, com destaque para a famosa Glass House.
Mas, mais do que isso, ele é considerado um dos maiores nomes do século XX.
Responsável por promover o chamado “estilo internacional”, foi o primeiro a receber, em 1979, o Prêmio Pritzker, a mais importante premiação da arquitetura mundial.
Portanto, quem trabalha ou se interessa por arquitetura precisa conhecer o que Johnson construiu ao longo de sua rica carreira.
No artigo de hoje, vamos falar sobre a vida dele, as principais obras e o legado deixado. Continue a leitura!
A história de Philip Johnson
Foi em 1906, em Ohio, nos Estados Unidos, que Philip Johnson nasceu. Mas seu contato com a arte começou durante a graduação, na Universidade de Harvard, período em que estudou história, filologia grega e filosofia.
Logo depois de terminar a faculdade, em 1927, fez várias viagens pela Europa. Assim, ele teve a oportunidade de conhecer o berço das arquiteturas clássica e gótica, além do trabalho dos modernistas europeus.
Um dos episódios mais importantes da vida de Johnson aconteceu em 1928, quando ele conheceu o arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe. Os dois teriam uma relação de colaboração e competição pela vida inteira.
Até os seus 36 anos, quando projetou o seu primeiro edifício, Johnson trabalhou como autor, crítico, historiador e diretor de museu.
Em 1930, foi nomeado diretor do departamento de arquitetura do Museu de Arte Moderna de Nova York. Lá, ele foi curador da primeira exposição sobre arquitetura moderna nos Estados Unidos.
Foi em ocasiões como essa que Johnson introduziu o que ficou conhecido popularmente como “estilo internacional”, caracterizado pela geometria e pelo minimalismo. Ele mesmo o descreveu como o primeiro fundamentalmente original que se espalhou amplamente desde o gótico.
Essa relação com a arquitetura foi se fortalecendo. Tanto é que, em 1940, Johnson voltou para Harvard para estudar com Marcel Breuer, arquiteto e designer que fez parte da primeira turma formada pela Bauhaus, a importantíssima escola de arte vanguardista da Alemanha.
Os projetos de maior sucesso de Philip Johnson
Entre os anos 1940 e 1950, Philip Johnson desenvolveu alguns de seus projetos icônicos, como a Glass House e o Seagram Building. Abaixo, vamos falar um pouquinho mais sobre essas e outras obras.
Glass House
A Glass House, construída entre 1949 e 1955 em Caanan, Connecticut, foi um dos primeiros projetos de Philip Johnson e onde ele morou até seus últimos dias.
A obra foi inspirada na Casa Farsworth, de Mies van der Rohe, e feita em colaboração com o parceiro alemão.
Como o nome diz, a casa é cercada por uma fachada de vidro, que permite ter uma visão completa da paisagem.
Em formato de bloco, conta com arestas pretas de aço ao seu redor e um espaço interno de quase 170 m².
Por se tratar de uma construção minimalista, sua estrutura é muito simples, formada por linhas retas e planta livre.
Dessa forma, os armários e outros objetos dividem os espaços da casa. Com um cilindro de tijolos, o arquiteto conseguiu acomodar um banheiro e uma lareira.
Enquanto o teto foi revestido com concreto aparente, o piso recebeu tijolinhos avermelhados, um verdadeiro clássico.
A Glass House fica em um terreno de 20 hectares, onde existem também um pavilhão e uma galeria subterrânea.
Após a morte de Johnson, ela foi aberta ao público e recebe mais de 10 mil visitantes por ano.
Seagram Building
O Seagram Building foi mais um dos projetos feitos em colaboração com o arquiteto Ludwig Mies van der Rohe.
O edifício foi construído em Nova York, em 1958. Tem 157 metros de altura, 38 andares e conta com uma estrutura de bronze e vidro. Isso faz com que ele seja visto como uma caixa iluminada à noite.
Enquanto Mies van der Rohe ficou responsável por projetar o prédio, Johnson desenhou espaços interiores, como os icônicos restaurantes Four Seasons e Brasserie.
PPG Place
Ao longo de sua vida, Philip Johnson elaborou mais de 2 mil projetos. Muitos foram arranha-céus com estilo pós-moderno, como é o caso do PPG Place
O PPG Place chama a atenção por conta da mistura inusitada entre o neogótico e as inovações modernas.
500 Boylston Street
O 500 Boylston Street é mais um dos arranha-céus projetados por Philip Johnson que ficaram famosos não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo inteiro.
No total, o edifício conta com mais de 66 mil m² de espaços para escritórios, além de um estacionamento subterrâneo, com mais de 1 mil vagas para carros.
Os primeiros seis andares do prédio são ocupados por comércios e pequenos escritórios.
O legado deixado pelo arquiteto
Apesar de ser associado à arquitetura moderna, Philip Johnson teve uma carreira bastante eclética. Ou seja, não foi o tipo de arquiteto com um estilo único, facilmente reconhecível.
Ele desenhou estruturas com estéticas variadas não apenas para prédios comerciais, mas também para museus, teatros, casas, jardins e bibliotecas, entre outros.
O papel dele na disseminação do estilo internacional foi muito importante. Arquitetos modernistas brasileiros, como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, foram diretamente influenciados pelas ideias de Johnson.
Quando recebeu o Prêmio Pritzker, em 1979, o arquiteto foi elogiado pelos jurados por conta não apenas do seu talento, mas também pela visão e pelo comprometimento em produzir contribuições significativas para a humanidade.
É por isso que dizemos que vale a pena conhecer o trabalho de arquitetos como Philip Johnson. Além de ser uma inspiração, é uma fonte riquíssima de aprendizado.
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Foto de destaque: Philip Johnson foi o primeiro arquiteto a ganhar o Prêmio Pritzker (Foto: B. Pietro Filardo)