O que é uma Medina?
Imagino que você já ouviu a palavra medina quando o assunto são países muçulmanos. Ruas estreitas e movimentadas, pilhas de especiarias, vitrines com jóias, tapetes pendurados, lojas com lindos frascos de perfume e mesquitas chamando para a reza. Tudo junto. Seja em novela, ou em alguma outra referência, imagino que o termo, em algum grau, lhe é familiar. Contudo, você sabe ao certo o que é uma medina?
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Nesta coluna, compartilho o que são, onde encontrá-las, quem vive lá dentro, o que fazer e como explorá-las.
O que significa medina?
Começando pelo princípio, medina em árabe significa cidade. Porém, em alguns países no norte da África, com o passar do tempo, o seu significado incorporou mais algumas nuances. Passou a se referir também como a parte histórica da cidade.
Ao mencionar medina para uma pessoa local em países como Marrocos, Tunísia, Líbia e Argélia, essa pessoa certamente associará o termo à parte antiga da cidade, muitas vezes ainda murada.
Em paralelo, Medina é também o nome da segunda cidade mais importante para o islã, que fica na Arábia Saudita.
Onde encontrar?
Esta estrutura urbana é muito presente no norte africano, principalmente no Marrocos, Tunísia, Líbia e Argélia. Cidades como Marraquexe, Fez, Casablanca, Rabat e Tânger no Marrocos e Tunes, Kairouan e Sousse na Tunísia têm grandes e importantes medinas.
Nesta viagem pela Tunísia, visitei seis: Tunis, Sousse, Mahdia, Monastir, Kairouan e Tozeur. Todas são antigas, apresentam urbanismo orgânico e ainda preservam suas muralhas. Além deste DNA compartilhado, cada uma contém particularidades arquitetônicas e culturais que as tornam únicas.
Quem vive na medina?
Você pode ter se perguntado se todos da cidade vivem dentro da medina. A resposta é não.
Há uma relação urbana muito interessante. A medina é um centro histórico vivo e vivido pela população local e se integra com harmonia à parte nova. Com o tempo, a cidade como um todo adquiriu novos contornos. O transporte privado demandou garagens; hospitais, escolas, órgãos públicos e empresas ganharam novas edificações; o saneamento básico, fornecimento de água e eletricidade também se modernizaram. Ainda assim, mesmo com o crescimento extra-muros, a vida dentro das medinas continua pulsante.
Diversas estruturas históricas e importantes como mesquitas e mercados ainda são usadas pela população local de todas as camadas sociais.
O que fazer? O que visitar?
Por ser a parte mais antiga, concentra a maior parte dos monumentos histórico: muralhas, alcáçovas (cidadelas, do árabe al-qasbah), socos (mercados, do árabe souq), mesquitas, madraças (escolas de estudo islâmico), mausoléus, palácios e museus.
É também lá que muito da arquitetura local está representada. Hospedar-se numa casa tradicional é parte importante dessa vivência.
Uma atividade deliciosa que fiz em todas as medinas visitadas foi observar o movimento do dia a dia das pessoas. Sentar-se numa casa de chá e contemplar o vai e vem dos locais. Toda a estética é uma experiência por si só. Arquitetura, língua, vestimentas, cheiros e os elementos culturais criam uma atmosfera muito curiosa e diferente para nós. É fascinante perceber outras maneiras de se arquitetar e vivenciar uma cidade.
Como explorar?
A resposta é simples: a pé. Ruas estreitas e urbanização orgânica, incontáveis becos e vielas, muitas sem saída. Ainda que encontremos carros em certas partes é desencorajado que sejamos nós a dirigir ali dentro. Para se perder e não conseguir manobrar é um piscar de olhos. O melhor a se fazer, caso você esteja com um carro, é estacioná-lo fora da medina e percorrê-la a pé.
E aí, já visitou alguma medina? Comente para onde você foi e se gostou. E para quem ainda não foi, que medina(s) você gostaria de visitar?
Como eu amo ver as reportagens de Alexandre. Sabedoria e criatividade são as qualidades das fotos e de tudo que nos é revelado.
Excelente matéria, recheada de história, cultura local, curiosidades e belas imagens. Amei!
Excelente artigo. Parabéns pela bela descrição. Um banho de cultura.
Ótimo artigo,perfeito, nos passa conhecimento, cultura de outros povos, no olhar atento de Alexandre, desbravamos lugares únicos e cheios de riqueza ! Obrigada pelo conhecimento partilhado! Parabéns Ale !
Alexandra parabéns pelo seu trabalho 🙏
Viajar com você é sempre muito gostoso ! Adorei saber da Medina e com certeza aumentou meu desejo, em visitar um dia esse lugar. Obrigada mais um vez, por dividir seu caminhar e sua bagagem com a gente. A D O R E I 🎈
Eu não sabia o que era uma Medina , mas ouvi o nome muitas vezes. Achei muito importante ter esse conhecimento. Obrigada pelo compartilhar 💖
Acompanhar este roteiro foi uma delícia, uma surpresa, e muito inspirador. Não conhecia, mas virou protejo para o futuro. Como descrito no artigo, uma cultura rica a ser degustada com contemplação. Incrível! Obrigada.
Você nos transporta ao local como sua descrição, amo suas publicações.
Como venho acompanhando virtualmente essa viagem feita pelo Ale, me encanto com tudo que ele e o Lufe veem nos mostrado através de vídeos e postagens... inclusive as medinas visitadas.
Agora, ler em detalhes sobre elas, é o complemento perfeito que enriquece ainda mais o nosso saber sobre esses povos, suas tradições e culturas!
Obrigada, Ale! Obrigada, Archtrends!