Metrópoles: entenda o conceito e conheça as principais
Afinal, o que faz com que uma cidade seja considerada uma metrópole? Todas as capitais estaduais e federais entram nessa categorização? É o que entenderemos no artigo de hoje.
Se a primeira referência que veio à sua cabeça foi a cidade do Super-Homem, saiba que a relação faz sentido.
Assim como a fictícia Metrópolis da DC Comics, as metrópoles são centros urbanos que se tornaram expoentes em desenvolvimento.
Mais do que concentrar um alto volume populacional, essas cidades reúnem os principais bens e serviços de uma região.
Não à toa, exercem significativa influência econômica, política e cultural, muitas vezes para além do seu entorno. Saiba mais!
O que é uma metrópole?
Basicamente, metrópoles são cidades com expressivo desenvolvimento urbano. Elas costumam ter elevada concentração de indústrias, comércios e serviços.
Também se destacam pela grande população que vive em seus territórios.
Por sua relevância, esses centros urbanos exercem influência, que pode ser em nível regional, nacional ou internacional, como veremos a seguir.
Quais são os principais tipos de metrópoles?
Metrópoles têm um impacto que vai muito além de seus limites geográficos. Seu poder de influência determina em que nível está a classificação de cada um destes centros urbanos.
Leva-se em conta aspectos como desenvolvimento econômico, tecnológico e industrial, além de ligações sociais e culturais. Quanto maiores esses índices, mais relevante a cidade é na hierarquia urbana.
Aqui, vale lembrar que há diferença entre cidade e metrópole. Basicamente, toda metrópole é uma cidade, mas nem toda cidade é uma metrópole.
Apesar de ambas serem definidas como um aglomerado urbano de centralidade demográfica econômica e social, o que difere uma metrópole é a escala. Uma cidade nem sempre é influente.
Por outro lado, todas as metrópoles precisam ser relevantes, pelo menos para a região onde estão localizadas, como veremos na sequência.
Metrópole global
São cidades que se tornaram referência além de seu país de origem.
Da moda à gastronomia, passando por economia e política, a influência destas metrópoles é facilmente reconhecida no mundo inteiro.
Tóquio (Japão) e Nova York (Estados Unidos) estão no topo da lista, que também inclui as metrópoles brasileiras de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Metrópole nacional
Cidades que são referências somente dentro de seus próprios países.
São metrópoles importantes para a economia e com forte identificação social e cultural, mas cujas características não extrapolam as fronteiras nacionais.
Contudo, é nessas cidades que estão concentrados os principais ativos de trabalho e capital financeiro do país.
No Brasil, podemos citar como exemplos Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG).
Metrópole regional
Também chamadas de centros regionais, são polos econômicos estaduais com influência local. Costumam concentrar menos população e serviços do que as metrópoles nacionais.
Têm uma função importante: interligar municípios médios e pequenos da região com os principais centros urbanos. Nesta lista, estão cidades brasileiras como Campinas (SP) e Goiânia (GO).
Além de conhecer os tipos de metrópoles, é importante saber também outros conceitos que ajudam a entender esses centros urbanos. Veja a seguir.
Região metropolitana
É a rede de cidades que podem ser interligadas a uma ou mais metrópoles.
Em razão do alto desenvolvimento destes centros urbanos, os municípios do entorno — chamados de cidades-satélites — também se beneficiam.
Concentram-se neles importantes oportunidades de emprego e serviços, além de um grande volume populacional.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera região metropolitana "uma região estabelecida por legislação estadual e constituída por agrupamentos de municípios limítrofes".
De acordo com o órgão, o objetivo é "integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum".
Ou seja, segundo a legislação nacional, cada estado tem autonomia para definir quais serão as suas regiões metropolitanas.
Entre os critérios utilizados para a criação delas está a concentração de habitantes em determinada área.
De acordo com o último levantamento do IBGE, atualizado em 2021, o Brasil contava com 81 regiões metropolitanas.
Os estados com maior número são Santa Catarina, com 14; Paraíba, com 12; e Alagoas e São Paulo, com 9 cada um.
Conurbação
Fenômeno cada vez mais comum nos centros urbanos. Ocorre quando duas cidades limítrofes crescem e se desenvolvem ao ponto de se "unirem". Em muitos casos, as conurbações dão origem às regiões metropolitanas.
Megalópole
Criado nos anos 1960 pelo geógrafo francês Jean Gottmann, o termo foi utilizado para caracterizar a região que reúne as cidades de Nova York, Boston e Washington.
A definição ajuda a entender o conceito de megalópole: trata-se de uma área superurbanizada que inclui metrópoles, regiões metropolitanas e pequenos municípios.
Essa complexa rede urbana tem uma ligação econômica, social e cultural. É nas megalópoles que estão os grandes investimentos e as maiores atividades comerciais e industriais de um país.
É comum confundir o significado de megalópole com megacidade, que não podem ser encaradas como sinônimos.
Definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1990, o termo "megacidade" caracteriza toda e qualquer área urbana com população igual ou maior que 10 milhões de habitantes.
A maior megalópole do planeta encontra-se no sudeste do Japão. Inclui as metrópoles de Tóquio, Quioto, Nagasaki e Osaka.
E mais: ainda conta com a maior concentração urbana mundial, contabilizando mais de 80 milhões de habitantes.
No Brasil, a região Sudeste abriga uma das maiores megalópoles do mundo, a Rio-São Paulo. Além das duas metrópoles nacionais, congrega a Baixada Santista e Campinas.
Incluindo as cidades do entorno e algumas vizinhas de Minas Gerais, são 232 municípios.
Apesar de representar apenas 0,97% do território nacional, vivem na região cerca de 42 milhões de pessoas, ou seja, 23% da população brasileira.
Metrópoles podem ser planejadas?
É possível dizer que as metrópoles costumam se desenvolver de forma espontânea ao longo do tempo.
As principais metrópoles brasileiras, norte-americanas e europeias, por exemplo, ganharam força à medida em que a indústria e o comércio evoluíram.
Mas isso não significa que não exista planejamento.
A partir do momento em que é possível observar uma cidade com potencial para se tornar uma metrópole, investimentos podem ser realizados.
Um dos exemplos mais comuns diz respeito à infraestrutura de transporte, com aportes para implementar e modernizar rodovias e ferrovias.
No caso da China, houve um aumento significativo da rede de trens e metrôs a partir do crescimento populacional projetado.
No Brasil, podemos citar Brasília (DF), projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer para ser a sede administrativa do país. Inaugurada em 1960, a cidade hoje é considerada uma metrópole nacional.
Leia também:
- Cidades caminháveis: uma nova abordagem urbanística
- Como a arquitetura pode superar os desafios urbanos
Quais são as principais metrópoles do Brasil?
Já sabemos que o Brasil conta com uma megalópole, a Rio-São Paulo. Além disso, o país ainda contabiliza 15 metrópoles, de acordo com a classificação do IBGE.
Em sua maioria, são capitais de unidades federativas, como São Paulo e Belo Horizonte. Mas há também outras grandes cidades do interior na lista, como Campinas.
As cinco maiores metrópoles brasileiras
- São Paulo
- Rio de Janeiro
- Brasília
- Recife (PE)
- Belo Horizonte
As maiores metrópoles brasileiras por região
- Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Vitória (ES);
- Sul: Porto Alegre, Curitiba (PR) e Florianópolis;
- Nordeste: Salvador (BA), Recife e Fortaleza (CE);
- Norte: Manaus (AM) e Belém (PA);
- Centro-Oeste: Brasília e Goiânia.
Vale salientar que, no Brasil, o IBGE adota a seguinte classificação para categorizar os diferentes tipos de metrópoles.
Grande metrópole nacional
Temos somente uma representante neste nível hierárquico, que é a metrópole de São Paulo. Considerado o principal centro urbano do país, conta com 21,5 milhões de habitantes, segundo dados de 2018.
Também é o maior destaque na economia, representando 17,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016.
Metrópole nacional
No segundo patamar estão as metrópoles de Rio de Janeiro e Brasília. Em 2018, a metrópole carioca somava 12,7 milhões de pessoas. Já a capital do país abrigava 3,9 milhões de habitantes no mesmo ano.
Metrópole
O terceiro nível engloba as outras 12 metrópoles brasileiras, como Porto Alegre e Recife. Nesta categoria, todos os centros urbanos somam mais de 1,5 milhão de habitantes — a capital pernambucana, por exemplo, conta com o maior número de pessoas na região, com mais de 23,6 milhões de moradores.
Quais são as principais metrópoles do mundo?
A cidade de Tóquio está no topo da lista de maiores metrópoles do mundo.
O ranking ainda inclui Nova York, Londres (Reino Unido) e Paris (França), em razão do protagonismo socioeconômico e cultural. Todas também são conhecidas como cidades globais.
Progresso tecnológico elevado, poder de influência em relação à economia e grande variedade de serviços estão entre as características das metrópoles globais.
Além de concentrar as sedes das maiores empresas, reúnem as principais instituições bancárias, centros de pesquisa e universidades. É onde gira o maior volume de capital financeiro no mundo.
Hoje, mais de 50 cidades globais foram categorizadas no ranking mundial. Há três grupos, organizados de acordo com a influência de cada metrópole.
Alfa
Grupo principal, que inclui Tóquio, Nova York, Londres, Paris, Chicago (Estados Unidos), Frankfurt (Alemanha), Los Angeles (Estados Unidos) e Milão (Itália).
Beta
O segundo escalonamento conta com São Paulo, São Francisco (Estados Unidos), Cidade do México (México), Madri (Espanha) e Sidney (Austrália).
Gama
No terceiro grupo está o maior número de cidades globais, que têm menor poder de expressão mundial, quando comparadas às anteriores.
Na lista, temos Boston (Estados Unidos), Berlim (Alemanha), Miami (Estados Unidos) e Buenos Aires (Argentina).
Seja regionalmente, no próprio país ou no mundo inteiro, as metrópoles concentram muito mais do que um elevado número de pessoas.
São verdadeiras impulsionadoras da economia, da tecnologia e da cultura, potencializando o crescimento dos centros urbanos.
Gostou de conhecer o desenvolvimento das metrópoles? Leia mais a respeito na coluna de Pedro Andrade, que reflete a respeito da importância do urbanismo nas grandes cidades.
texto bem explicado.
bom saber quais são as principais!