Um jardim vertical natural é quase uma florestinha particular, e ter um em casa é o sonho arquitetônico dos apaixonados por plantas. E não é segredo que a busca pela conexão com a natureza cresceu nos últimos anos, né? Esse movimento colocou os jardins verticais em evidência, tanto para decoração de interiores, quanto para áreas externas.
O jardim vertical natural é um recurso conhecido dos adeptos da Urban Jungle, que você provavelmente já ouviu falar. A ideia de transformar a casa ou o local de trabalho em uma área verde também tem a ver com o design biofílico. Levar a natureza para a arquitetura para criar ambientes naturais tem o poder de melhorar a saúde e o bem-estar.
Mas vale ficar de olho, porque existem tipos diferentes de jardins verticais e nem todos usam plantas vivas. Isso faz toda a diferença nos quesitos saúde mental, bem-estar e, como não poderia deixar de ser, sustentabilidade! Existem os jardins verticais permanentes, feitos com plantas artificiais, e os jardins verticais preservados, que usam plantas estabilizadas: elas são desidratadas e podem ser tingidas para manter o visual natural, mas não são vivas.
As plantas artificiais têm muito apelo na decoração, principalmente por não dependerem de manutenção e poderem ser instaladas em locais sem luz e circulação de ar. Só que pensar só na estética pode ser uma cilada. Vamos lembrar que o plástico é um material poluente, oriundo do petróleo, um recurso natural não renovável, e a sua produção e descarte estão na lista de vilões da crise climática. Daí vale pensar: será que o plástico usado nas plantas artificiais é reciclável? Será que ele é reciclado? Pra você entender melhor o que estamos falando, esse vídeo da Fe Cortez fala um pouco sobre essa grande diferença entre o que é reciclável e o que é de fato reciclado.
A cada ano, milhões de toneladas de resíduos plásticos entram no oceano – eles já foram encontrados até no gelo do Ártico. Esses poluentes matam peixes, tartarugas, aves e mamíferos marinhos, além de já terem aparecido até na corrente sanguínea de seres humanos. Se você quer se aprofundar no assunto, nossa dica é dar o play nessa aula da Fe Cortez sobre os impactos do plástico no oceano:
Com todos esses alertas rolando, em março de 2022, em iniciativa da ONU, 175 nações assinaram uma resolução histórica que representa o primeiro passo para um acordo contra a poluição por plástico, que deve ser apresentado até 2024.
O poder das plantas vivas
As plantas de verdade são o grande diferencial do jardim vertical natural. Há pesquisas que dizem que as plantas de interior podem remover toxinas do ar. Outros estudos também comprovam que elas melhoram a concentração e a produtividade em até 15%, sendo perfeitas companheiras pra ter tanto em casa quanto no trabalho.
Os jardins verticais naturais influenciam até no conforto térmico, já que protegem contra altas temperaturas e ajudam a manter um microclima agradável. Para quem sofre com ar seco, eles são perfeitos: umidificam os espaços, deixando mais refrescantes, e em áreas externas ajudam a atenuar os efeitos dos raios solares.
Diante de tudo isso, não tem pra ninguém: o jardim vertical natural só tem vantagens! Zero poluição, zero uso de recursos não renováveis e ainda faz bem pra saúde. Pra que levar mais plástico pra sua vida se você pode optar por respirar ar puro, né?
Se você optar por um jardim vertical natural, é preciso lembrar que as plantas são seres vivos e precisam de cuidados especiais, como adubação, incidência adequada de luz e nem todas se adaptam a esse tipo de instalação. A boa notícia é que a rotina de atenção e cuidados pode ser terapêutica. Mas se você preferir, hoje em dia existem construções inteligentes, com irrigação automatizada e tecnologia a serviço da natureza e do bem estar.
Por Luísa Saldanha - @saldanhitos
Foto de destaque: projeto de Andrea Eiras