Um dia na Galleria degli Uffizi
Um dos museus mais famosos e importantes do mundo, a Galleria degli Uffizi reabriu suas portas novamente depois de um longo período fechado devido à pandemia da Covid-19. Novas salas foram instaladas recentemente dedicadas à Michelangelo, Leonardo da Vinci e ao período do Cinquecento, e nós levamos vocês para conhecer todos os detalhes de perto.
O museu está aberto para visitas de terça-feira a domingo, das 8h15 às 18h50. Para caminhar pelos seus corredores, é necessário o controle da temperatura logo na entrada, assim como o uso de máscaras. O distanciamento de um metro é exigido e a higienização das mãos é indicada a ser feita com frequência. Seguindo todas as medidas de segurança, podemos voltar a admirar tantas belezas e maravilhas da arte e da arquitetura que nos inspiram e despertam o nosso lado criativo e crítico em relação à estética.
O edifício da Galleria degli Uffizi foi construído em 1560 por Giorgio Vasari a pedido de Cosme I de Médici, o primeiro Grão-Duque da Toscana, para abrigar os escritórios administrativos e judiciais de Florença. O atual museu é conectado com o Palazzo Vecchio – prefeitura da cidade – por meio de um pequeno “viaduto”, e com o Palazzo Pitti – residência da família Médici durante anos – por meio do famoso Corredor Vasariano.
O Uffizi possui um riquíssimo acervo de pinturas que vai do período do duecento ao novecento, verdadeiras obras-primas da arte ocidental. Esculturas da antiguidade aos tempos atuais e uma arquitetura que é capaz de marcar espaços, ser atual no tempo e, mesmo assim, permanecer em uma medida magistral, tudo aqui é mágico.
No Uffizi nos encontramos com grandes nomes e mestres, principalmente do período renascentista. Como o museu é enorme, cheio de informações a serem vistas e absorvidas, preparei para vocês um top 5 de obras e artistas imperdíveis!
O Nascimento de Vênus (1485 – Sandro Botticelli)
Não tem como não começar por ela, com certeza é o ponto alto do museu e pessoas do mundo inteiro vêm até Florença para vê-la de perto. A pintura é com certeza um ícone incontornável do renascimento e podemos ver os diversos pontos do movimento, como a valorização da natureza, efeito de perspectiva e profundidade e influência da cultura greco-romana. Inspirada na antiguidade clássica, a pintura consiste de têmpera sobre tela e mede 172,5 cm de altura por 278,5 cm de largura.
Annunciazione (1472/1475 – Leonardo da Vinci)
Localizada na nova sala dedicada a Leonardo da Vinci, esta pintura é um marco para o gênio. Leonardo desenvolveu a perspectiva aérea que permitia a criação de profundidade em uma pintura, devido às cores claras e frias distantes e quentes em primeiro plano. A luz aqui também é muito importante e permite criar uma atmosfera viva e dinâmica. As roupas possuem movimentos e são suavemente modeladas, como o efeito claro-escuro dos elementos arquitetônicos. No geral, um teatro de luz complexo e eficaz é formado, onde a luz reflete na parede e ilumina os rostos e cabelos dos dois personagens.
Os duques de Urbino (1473/1475 – Piero della Francesca)
Os retratos do casal ducal de Urbino, Federico da Montefeltro e Battista Sforza, posicionam-se não em uma parede na Galleria degli Uffizi, mas sim, no meio de uma sala, para que os espectadores possam admirar as imagens de diversos ângulos. A obra não segue uma perspectiva matemática nem reproduz um lugar real, mas as colinas ao fundo diminuem com o distanciamento, como se estivesse em uma superfície curva – isso nos faz pensar que Piero já tinha conhecimento sobre o fato de a Terra ser arredondada.
Medusa (1595/1598- Caravaggio)
Caravaggio foi um dos maiores pintores do barroco italiano, mestre na arte de manipular o jogo de luz e sombra, que confere um alto grau de complexidade às suas obras. A Medusa foi um grande marco na sua carreira, denominada até mesmo de revolucionária, por ser pintada em um escudo de madeira. A pintura foi inspirada em uma lenda de que a Medusa petrifica o olhar de quem a olhasse, mas Perseu usou um escudo de espelho para enganá-la. Ao ver seu rosto refletido, a figura mitológica ficou transtornada, Perseu então, cortou a sua cabeça e passou a carregá-la em seu escudo para transformar seus inimigos em pedra.
Giotto
A sala dedicada a Giotto é uma das primeiras do percurso do museu e a entrada aqui é praticamente obrigatória. Ao se deparar com a grandiosidade das suas obras penduradas nas paredes do Uffizi, a sensação é de emoção pura. Giotto é considerado o primeiro expoente da pintura renascentista e eu não consigo selecionar apenas um dos seus trabalhos – aqui, todos merecem a admiração. Conhecido pelas suas pinturas para igreja católica, ele foi precursor em introduzir a perspectiva na pintura e esse é o grande ponto – admirar a evolução e a grandiosidade dos seus trabalhos dentro de uma sala.
Além de todas as obras, a arquitetura do museu é surpreendente, envolvente e nos faz querer caminhar por todo o percurso para encontrar diferentes traços e novos caminhos. Ao final da visita, vale a pena uma pausa no terraço e café da Galleria degli Uffizi para apreciar a belíssima vista do Palazzo Vecchio! Gostaram da visita virtual? Espero que eu tenha conseguido trazer um pouco para vocês desse grandioso museu. Arrivederci!
Não me canso de admirar estás obras. Já as vi de perto. Ando lendo, agora, sobre a ascenção e queda da família Medici, o que me estimulou a rever todas estas belas obras.
Bravo!!