O objetivo do Festival des Architectures Vives, evento que acontece em Montpellier, na França, desde 2006, é sensibilizar o público para o amplo campo da arquitetura, buscando não apenas destacar o trabalho de uma jovem geração de arquitetos, paisagistas e urbanistas, mas também revelar territórios urbanos inesperados.
Algumas instalações permitem a interação com o público. Em geral, a exposição propõe uma reflexão sobre o desenvolvimento da arquitetura num contexto urbano existente, criando um diálogo entre a criação contemporânea e o patrimônio histórico. Afinal, Architectures Vives significa arquitetura viva.
Professores e alunos da Escola de Arquitetura de Montpellier estavam presentes no festival e permitiram que os visitantes pudessem apreciar melhor o percurso. O evento é sempre gratuito, testemunhando o desejo de estar aberto e atingir o maior número de pessoas possível. O Festival des Architectures Vives é uma iniciativa organizada por Elodie Nourrigat e Jacques Brion, arquitetos de Montpellier, que incentivam e formam grupos de jovens arquitetos de todo o mundo para a criação de instalações artísticas.
O prêmio do júri foi para Bouteille a la Mer, do Kollektiv Gesamtkunstwerk, um coletivo da Bélgica e da Alemanha. Esta instalação de garrafas de vidro parte da ideia de que elas estão inerentemente sujeitas à impermanência, pois são usadas e reutilizadas por muitas pessoas antes de serem recicladas. Portanto, a ideia básica do trabalho é a da mensagem em uma garrafa, na qual uma carta aleatória é deixada sem ser endereçada a ninguém em particular. Para cada mensagem adicionada, a transparência da instalação diminui; para cada mensagem removida, a transparência aumenta novamente - acentuando assim a mutabilidade e a transitoriedade da obra.
O prêmio do público foi concedido a Une Illusion D’Etenite, de Malo Chabrol e Lucas Buti. As colunas transparentes de estilo toscano ecoam entre as do Hôtel de Griffy, induzindo os visitantes a contemplar o desaparecimento de elementos arquitetônicos que datam de vários milênios.
As menções honrosas foram duas, a primeira delas para Fragmento, de Chiara Vigneri & François Chantier. Formas geométricas elementares, construídas com materiais reciclados ricos em irregularidades e alterações manifestadas ao longo do tempo, refletem um diálogo dinâmico com o edifício histórico em que estão inseridas.
Já Caeloscope, de Alek Rokosz, é uma ferramenta de observação do céu urbano, já que, nas cidades onde os prédios dominam a paisagem, é cada vez mais difícil ver o céu. Caeloscope pretende trazer o nosso olhar de volta para o céu, através de um espelho de aço inoxidável.
O Festival des Architectures Vives é uma exposição pública de arquitetura. Os visitantes podem descobrir ou redescobrir os marcos históricos da cidade de Montpellier em um evento que convida o público a interagir com o rico patrimônio, oferecendo instalações espalhadas pela cidade. Tudo acontece no centro histórico e propõe um caminho que liga mansões e pátios - em sua maioria privados -, que geralmente não são acessíveis ao público.
Achamos incrível um evento deste porte que incentiva e dá voz a jovens arquitetos de uma forma inusitada, trazendo arte interativa para a população.
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