As manchas brancas que surgem nos revestimentos cerâmicos, na alvenaria e no concreto, entre outros materiais, são conhecidas como eflorescência.
Nos revestimentos cerâmicos, como o porcelanato, esse fenômeno pode acontecer em qualquer estágio do assentamento.
A eflorescência não oferece riscos, mas traz um efeito estético pouco agradável. Quer entender melhor? Siga a leitura!
É uma espécie de mancha branca que surge em revestimentos cerâmicos e outras superfícies que tenham cimento.
O agente causador da situação é o carbonato de cálcio — que, no caso dos revestimentos, está presente na base de assentamento (emboço ou contrapiso), nas argamassas colantes e no rejuntamento.
O fenômeno só acontece caso existam alguns fatores a agir de maneira simultânea: a água, o gradiente hidráulico e os sais solúveis.
Quando na presença de umidade, o carbonato de cálcio é levado até a superfície do revestimento pela água e, ao entrar em contato com o ar, ele cristaliza.
Assim, quando a umidade evapora, resta apenas o esbranquiçado da eflorescência.
São muitas as causas da eflorescência. A presença de água é uma das mais comuns, pois acelera o processo.
Materiais com alto teor de sais solúveis ou excesso de água
O próprio material usado nas edificações, quando conta com um alto teor de sais solúveis, pode contribuir para a eflorescência.
Ela também pode ocorrer quando essas matérias-primas são preparadas com excesso de água. Nesses casos, há mais facilidade no transporte de sais até a superfície.
Ambiente muito abafado e úmido
Se o local do assentamento for bastante úmido, o problema também pode aparecer em algum momento.
Isso porque a temperatura funciona como um catalisador, fornecendo energia em forma de calor e fazendo com que as reações químicas aconteçam mais rapidamente.
Areia com impurezas
A areia usada no preparo do concreto precisa ser comprada com muito cuidado. Afinal, se apresentar impurezas, a mistura pode não ficar suficientemente densa.
Isso significará um material mais poroso que o ideal, que favorece a infiltração de água e as reações químicas causadoras da eflorescência.
Rejunte com fissuras
As fissuras no rejunte funcionam da mesma forma que a areia impura: permitem a passagem de água, de modo a favorecer a reação química causadora da mancha.
Juntas de dilatação com falhas
As falhas na selagem das juntas de dilatação ou as selagens comprometidas devido à falta de manutenção podem favorecer o surgimento de infiltrações e causar o problema.
Essas são as causas mais comuns, embora existam várias outras.
De qualquer forma, o importante é evitar que a superfície tenha contato com a água, pois esse é um dos fatores determinantes para o aparecimento da patologia.
Enquanto a passagem de água não for cessada, as eflorescências continuarão a surgir.
A eflorescência pode aparecer em materiais porosos, como os revestimentos cerâmicos e também a argamassa, a pedra, a alvenaria, o concreto e o tijolo.
Ela acontece apenas quando a água se infiltra no material — que pode ser tanto a usada na construção quanto a vinda de alguma infiltração. Em contato com o ar, as reações químicas começam a acontecer.
Portanto, se não há água disponível, os sais não serão capazes de se dissolver e a eflorescência não acontecerá.
A eflorescência pode estar presente em revestimentos de pisos e paredes, incluindo fachadas e até mesmo piscinas.
A pintura também pode sofrer com o problema, que normalmente é causado pela aplicação de tinta na superfície úmida ou sobre reboco não curado.
Contudo, mesmo após a cura do reboco a eflorescência pode aparecer, caso haja alguma infiltração ou algum vazamento na parede.
Não. A eflorescência não causa nenhum risco aos revestimentos cerâmicos. Também não é uma deficiência do porcelanato, nem da argamassa ou do rejuntamento.
Trata-se de um fenômeno que pode acontecer em qualquer ambiente que tenha cimento (carbonato de cálcio) e água.
Apesar de não oferecer nenhum risco, há a dimensão estética, que fica deficiente a ponto de incomodar os usuários de um espaço.
A simples lavagem com água pode limpar a eflorescência quando a composição dela for solúvel.
Para complementar, é possível usar uma lavadora de alta pressão. Nesse caso, o jato deve ter abertura mínima de 40 graus, em forma de leque.
Contudo, dependendo das condições ambientais, o problema tende a voltar com o tempo. Por outro lado, se não houver água entrando no sistema, os sais devem ser eliminados e acabar desaparecendo.
Nas pequenas eflorescências, você poderá usar o vinagre branco.
Eflorescência insolúvel
Nos casos de eflorescência insolúvel, é preciso fazer uma limpeza diferenciada, com produtos específicos.
Umedeça a área com eflorescência usando água limpa e, depois, aplique saponáceo cremoso com uma esponja.
Esfregue até que as manchas brancas desapareçam. Se quiser acelerar o processo, use uma escova com cerdas de nylon.
Caso o problema continue após esse procedimento, você poderá usar o Cleanmax Multipisos, da Portokoll. Inicie com uma concentração de 1:15 (1 parte do produto para 15 de água).
Em casos ainda mais persistentes, é possível utilizar concentrações como 1:10 ou 1:5.
Aplique essa solução diluída na superfície úmida com uma esponja. Esfregue até a eflorescência desaparecer.
Por fim, deixe o produto agir por mais ou menos 10 minutos, esfregue de novo e enxágue com bastante água.
Cuidados
Na hora de fazer a limpeza, é importante tomar algumas precauções, de modo a evitar manchas ou causar mais danos ao seu porcelanato, como:
- não usar produtos com ácido fluorídrico ou muriático na composição, pois eles causam ataque químico nos revestimentos cerâmicos;
- sempre fazer a limpeza da eflorescência de grandes áreas com uma equipe especializada;
não fazer a higienização quando a superfície estiver exposta diretamente ao sol;
- usar os produtos sempre diluídos em água.
A boa notícia é que você pode evitar que a eflorescência apareça! Para isso, é fundamental seguir alguns cuidados básicos, tanto na especificação quanto na execução da obra.
Use produtos de qualidade
Materiais de qualidade são grandes aliados contra a eflorescência, porque eles são isentos de umidade residual.
Portanto, sempre busque opções de marcas conhecidas e confiáveis no mercado — como a Portobello, no caso dos porcelanatos.
Evite o uso de materiais com teor elevado de sais solúveis
Existem alguns materiais que possuem baixo teor de hidróxido de cálcio, como é o caso dos cimentos CPIII e CPIV. Com eles, você reduz as chances de a eflorescência acontecer.
Respeite os prazos de execução das etapas da obra
Esse é um ponto muito importante, porque garantirá que os materiais não sejam porosos e permeáveis à água.
Por exemplo, quando a cura do concreto é feita de maneira correta e dentro do prazo estabelecido, dificulta a passagem de água e, consequentemente, o transporte dos sais solúveis.
Se o prazo não for respeitado, o concreto pode ficar mais poroso, o que aumenta as chances de a eflorescência acontecer.
Evite a infiltração de água
A água é um dos principais causadores da eflorescência. Por isso, é importante evitar que ela adentre as superfícies.
Dessa maneira, uma dica é sempre proteger as alvenarias recém-finalizadas das chuvas. Busque maneiras de reduzir ao máximo a penetração de água.
Outras dicas
Além desses pontos, existem outras medidas que podem ajudar a evitar o problema, como:
- não assentar o revestimento cerâmico sobre base molhada (não curada);
- isolar os pontos de infiltração, caso eles existam;
- não pintar a parede com o reboco não curado.
Agora você já sabe tudo sobre a eflorescência? Então, confira nosso conteúdo que reúne as dicas mais importantes para fazer o assentamento de porcelanato!