Oscar Niemeyer: o pai da arquitetura moderna brasileira
Quando falamos em arquitetura brasileira, sem dúvida o primeiro nome que vem à mente de profissionais e leigos é o de Oscar Niemeyer.
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Criador de Brasília e de inúmeros monumentos país e mundo afora, ele é sinônimo de inovação, arrojo, curvas, linhas e traços precisos.
Justamente por sua importância ímpar é que dedicamos este conteúdo a um dos maiores arquitetos brasileiros.
Siga conosco nessa jornada pela vida e obra de Oscar Niemeyer!
O início da trajetória de Oscar Niemeyer
Nascido no Rio de Janeiro, em 15 de dezembro de 1907, Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho se casou cedo, aos 21 anos, e logo começou a trabalhar na tipografia do pai para sustentar a família.
A trajetória até se tornar o famoso Oscar Niemeyer teve início em 1929, quando ele resolveu se matricular no curso de Engenharia e Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Durante a faculdade, Niemeyer vivenciou a proposta de reforma curricular do recém-nomeado diretor do curso, Lúcio Costa, que tinha como base os princípios vigentes na Europa. O novo modelo repercutiu nos estudantes, com uma turma que rendeu ótimos nomes para a arquitetura moderna brasileira.
No terceiro ano de sua formação, ao invés de estagiar em alguma construtora, Niemeyer decidiu trabalhar de graça no escritório de Costa, Gregori Warchavchik e Carlos Leão, mesmo enfrentando dificuldades financeiras com o nascimento de sua filha, Anna Maria.
Em 1934, Niemeyer se formou. E graças ao contato com Costa e às propostas de Le Corbusier começou a ter suas primeiras ideias modernistas. Adotado materiais e técnicas até então inovadores, ele deu os primeiros passos em pontos que se tornariam característicos do seu trabalho.
O Palácio Gustavo Capanema
Em 1936, Lúcio Costa foi chamado para projetar a nova sede do Ministério da Educação e Saúde (atual Palácio Gustavo Capanema), no Rio de Janeiro. Convicto da necessidade de uma modernidade arquitetônica, ele reuniu um grupo de jovens arquitetos para conceber o edifício.
Costa também insistiu para que Le Corbusier fosse convidado como consultor. Embora Oscar Niemeyer não tenha feito parte do grupo inicial de jovens arquitetos reunidos para o trabalho, ele foi adicionado posteriormente para ajudar Le Corbusier com os desenhos, tendo um contato próximo com o mestre.
Após a partida de Le Corbusier, que havia produzido duas soluções, Niemeyer modificou alguns aspectos de um dos esquemas, impressionando Costa a ponto de ele decidir seguir adiante com a ideia. Aos poucos, Niemeyer ganhou destaque no grupo e, em 1939, assumiu a liderança do projeto, depois do afastamento de Costa.
O edifício foi finalizado em 1943. Até hoje é reconhecido como uma das obras base da arquitetura modernista, com elementos importantes como pilotis, materiais locais (como os azulejos, ligados à tradição portuguesa), brise-soleils corbusianos transformados — tornando-se ajustáveis — cores ousadas e jardins de Roberto Burle Marx, entre outros.
A construção é considerada o primeiro grande marco da arquitetura moderna brasileira e uma das mais influentes do século XX.
As principais obras de Oscar Niemeyer
Apesar desse início bastante promissor, foi em 1943 que Oscar Niemeyer escreveu seu nome na história da arquitetura brasileira e mundial. Isso porque foi nesse ano que o Conjunto da Pampulha foi construído.
Conjunto da Pampulha
Em 1940, Oscar Niemeyer conheceu Juscelino Kubitschek, que na época era prefeito de Belo Horizonte. Ele e o governador de Minas Gerais, Benedito Valadares, queriam desenvolver uma área nobre ao norte da cidade chamada de Pampulha. Assim, convidaram Niemeyer para projetar uma série de prédios.
O complexo incluía um cassino, um salão de dança, um restaurante, um iate clube, um clube de golfe e uma igreja, distribuídos ao redor de um lago artificial. Além desses itens, também foi construída uma casa de final de semana para o prefeito.
Os edifícios foram finalizados em 1943 e aclamados nacional e internacionalmente depois da exposição Brazil Builds, no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Até hoje, a Pampulha é estudada por possuir as características típicas da arquitetura de Niemeyer e uma clara inspiração corbusiana.
A obra-prima do complexo, sem dúvida, é a Igreja de São Francisco de Assis. No período da sua construção, o concreto armado ainda era usado de maneira tradicional. Alguns arquitetos estrangeiros já começavam a explorar a liberdade plástica, aproveitando a geometria do arco parabólico para erguer casas mais delgadas.
Niemeyer decidiu partir para essa abordagem, revolucionária na época, unificando parede e teto em um só elemento e criando uma monumentalidade exuberante. Para complementar, a obra foi coberta com azulejos de Candido Portinari e murais de Paulo Werneck.
Não é à toa que essa construção foi o primeiro monumento moderno a ser tombado no Brasil. Após o Conjunto da Pampulha, Niemeyer se projetou como um grande arquiteto e viu sua carreira decolar.
Sede da ONU
Em 1947, Oscar Niemeyer retornou a Nova York, após a realização de uma série de obras em todo o Brasil. Dessa vez, ele havia sido convidado para integrar a equipe internacional responsável por projetar a sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
O esquema de Niemeyer foi aprovado pelo conselho de projetistas. No entanto, o brasileiro acabou cedendo à pressão de Le Corbusier e, juntos, eles apresentaram um projeto que mantinha a disposição geral de Niemeyer, mas posicionava a grande assembleia ao centro — ideia defendida por Le Corbusier.
Parque Ibirapuera
Em 1950, Oscar Niemeyer foi convidado para projetar o Parque Ibirapuera, hoje um símbolo de São Paulo. A construção marcaria as comemorações dos 400 anos da capital paulista.
O plano, que consistia em vários pavilhões porticados interligados por meio de uma gigantesca marquise de forma livre, teve que ser simplificado por razões econômicas.
Os edifícios resultantes eram menos interessantes individualmente, então Niemeyer desenvolveu pilotis de diversas formas, que seriam característicos das suas construções nos próximos anos.
O Parque Ibirapuera foi inaugurado em 1954.
Edifício Copan
O famoso cartão-postal situado no centro de São Paulo também foi projetado por Oscar Niemeyer.
Até hoje ele é bastante estudado e citado graças às ideias inovadoras do arquiteto, como a horizontalidade, enfatizada pelos brises de concreto.
Outro diferencial é o fato de se tratar de um prédio residencial — em 1950, os grandes centros urbanos já eram ocupados principalmente por empresas.
Brasília
Certamente, a obra-prima de Oscar Niemeyer é Brasília. Tudo começou em 1957, quando foi realizado um concurso para definir o desenho urbano da nova capital do Brasil.
Lúcio Costa foi o vencedor, com o formato inspirado pelo sinal da cruz, embora posteriormente um dos eixos tenha sido arqueado para se adaptar melhor ao relevo da região.
A efetivação do projeto de mudança da capital aconteceu durante o mandato de Juscelino Kubitschek, que assumiu a presidência em 1956.
No mesmo ano, Kubitschek criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital, indicando como presidente o engenheiro Israel Pinheiro e como diretor técnico, Niemeyer.
Imediatamente, Niemeyer começou a desenhar os primeiros prédios de Brasília, como o Catetinho, o Palácio da Alvorada e o Brasília Palace Hotel.
A construção de Brasília foi desafiadora, já que a cidade teria que ser erguida na velocidade de um mandato. Por isso, Niemeyer teve que projetar uma série de edifícios em pouquíssimos meses.
Os destaques, sem dúvida, são o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Palácio do Congresso Nacional, a Catedral de Brasília, os prédios dos ministérios e os vários prédios residenciais e comerciais.
O projeto de Costa ajudou a costurar uma Brasília moderna, com o automóvel no topo da hierarquia viária e os blocos de edifícios afastados em pilotis sobre grandes áreas verdes, entre outros detalhes.
Após a construção de Brasília, em 1964, Niemeyer viajou a trabalho para Israel e retornou para um Brasil completamente diferente, com a implantação da ditadura militar.
Durante esse período, Niemeyer se exilou na França, onde passou a realizar trabalhos para diversos países europeus.
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Outras obras de destaque
Além das obras que citamos até aqui, Oscar Niemeyer tem muitas outras de destaque, como:
- Sambódromo da Marquês de Sapucaí: inaugurado em 1984, foi erguido em apenas 120 dias, usando técnicas de construção pré-moldada em concreto armado. O projeto compreende a passarela do samba, escolas, creches e uma grande praça destinada a outros espetáculos;
- Memorial da América Latina: o convite foi para essa obra realizado em 1987 pelo então governador do estado de São Paulo, Orestes Quércia. São sete prédios distribuídos entre duas praças. Um destaque, sem dúvida, é a escultura Mão, criada pelo próprio Niemeyer, que tem o mapa da América Latina desenhado em vermelho;
- Museu de Arte Contemporânea de Niterói: projetado em 1991, é considerado uma das grandes criações de Niemeyer, integrando o panorama da Baía de Guanabara, a Praia de Icaraí e o relevo do Rio de Janeiro;
- Museu Oscar Niemeyer: inaugurado em 2002, em Curitiba. Devido à sua forma inusitada, também é chamado de Museu do Olho ou Olho de Niemeyer.
Os prêmios e as homenagens
Oscar Niemeyer faleceu em 5 de dezembro de 2012, poucos dias antes de completar 105 anos.
Entretanto, seu nome ficou para sempre gravado na história da arquitetura brasileira e mundial, principalmente pelos diversos prêmios e homenagens que recebeu:
- 1963: Membro Honorário do Instituto Americano de Arquitetos;
- 1975: Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal;
- 1988: Prêmio Pritzker de Arquitetura;
- 1989: Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília (UnB);
- 1989: Prêmio Príncipe das Astúrias das Artes;
- 1990: Cavaleiro Comendador da Ordem de São Gregório Magno, do Vaticano;
- 1995: Doutor Honoris Causa da Universidade de São Paulo (USP);
- 1996: Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza;
- 2001: Prêmio Unesco, na categoria Cultura;
- 2001: Título de Arquiteto do Século XX, do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil;
- 2005: Patrono da Arquitetura Brasileira;
- 2007: Medalha de Ordem do Mérito Cultural do Brasil.
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Nossa que genio faze uns desenho redondado num papel ou conputador colocar as medidas as escalas e ganha milhoes alguem sabe o nome de algum pedreiro ou peao de obra que trbalhou nas obras dele esses sao verdadeiros genios pegaram no pesado ferro concreto massa tijolo trabalhando com salario de fome feito escravo e ninguem fala acho que morreram pobre
Uma linda e enriquecedora história entre tantas. Assistir o quebra quebra das obras dê Juscelino Kubitscheck, Oscar Norma, onde imperou o extremismo do vandalismo, do terrorismo e do radicalismo foi estarrecedor na tentativa de dar um golpe de estado, finalmente fracassado.
Esplêndido!
Eu amo esse arquiteto e mais isso vai me ajudar bastante na minha atividade da Escola
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