Cidades históricas brasileiras: riqueza em detalhes e inspiração
Petrópolis, Ouro Preto e São Francisco do Sul são cidades históricas que inspiram arquitetos a realizar projetos cheios de personalidade. Conheça mais sobre o estilo arquitetônico dessas cidades!
Às vezes, só precisamos respirar ares diferentes para ter novas ideias em um projeto. Por isso, é sempre bom viajar e procurar lugares com uma arquitetura interessante que nos tire da rotina e seja diferente do que estamos acostumados a ver.
Para fugir da sua zona de conforto, não é necessário sair do Brasil: nosso país é muito grande e cheio de diversidade. Não é difícil encontrar cidades com uma arquitetura particular, seja por influência de países colonizadores ou pelo contexto histórico em que elas foram construídas.
Por isso, neste post, vamos falar sobre três cidades históricas brasileiras que vão inspirar você: Petrópolis, Ouro Preto e São Francisco do Sul.
Cada uma apresenta suas particularidades mas todas têm em comum o fato de serem recheadas de histórias sobre o passado do nosso país. Continue lendo para saber mais, e já pode ir comprando as passagens para conhecer as belezas arquitetônicas das cidades históricas brasileiras!
Petrópolis
Nomeada em homenagem ao imperador D. Pedro I, Petrópolis (também conhecida como Cidade Imperial) serviu durante muitos anos de casa de veraneio para o monarca. Só foi oficializada como um município autônomo em 1840 por seu filho, D. Pedro II.
O núcleo se concentrava em torno da Avenida Köeler com casarões típicos do século XIX. A cidade era constituída basicamente pelo palácio do imperador, os edifícios públicos, pequenos comércios e serviços.
Inicialmente era um assentamento de imigrantes, vindos principalmente da Alemanha e do Líbano, o que influenciou na arquitetura da cidade. É possível ver várias casas e prédios com inspiração no estilo enxaimel — robusto, com madeiras entrelaçadas e telhados muito inclinados — e igrejas com tetos abobadados lembrando construções do oriente médio.
Além disso, como era um reduto da monarquia, muitos prédios da administração da cidade foram inspirados em obras europeias, o que trazia um aspecto de riqueza e distinção para a cidade.
O Palácio Imperial, que servia de residência de D. Pedro I, tem estilo neoclássico e seu interior foi decorado com obras de arte de diferentes profissionais da Academia Imperial de Belas Artes. A propriedade também conta com um jardim planejado por Jean-Baptiste Binot com diferentes tipos de espécies vegetais de vários lugares do mundo.
A Catedral de São Pedro é neogótica, com torres bem altas, e faz lembrar as igrejas europeias com grandes vitrais coloridos que iluminam o prédio por dentro. O Palácio Quitandinha tem visual normando-francês por fora — lembrando um pouco o estilo alemão — e rococó hollywoodiano por dentro, bem a cara dos filmes nos anos 60, bastante coloridos e sofisticados.
Já o Palácio de Cristal é uma réplica do prédio de mesmo nome que fica em Londres. Originalmente, ele foi feito inteiro em cristais e estrutura montável de ferro. Porém, com o tempo, alguns deles quebraram. Para preservar a construção, tanto estética quanto fisicamente, os cristais foram substituídos por vidro laminado. Hoje ele abriga exposições e é um dos pontos mais visitados por turistas, assim como o jardim planejado em torno dele.
Ouro Preto
É a cidade brasileira que mais conseguiu conservar a estética do século XVIII, com a maioria das ruas e fachadas preservadas. As casinhas, igrejas e pequenos prédios estão praticamente intactos até hoje.
Os veículos pesados não podem circular livremente e a prefeitura proibiu a construção de prédios muito altos, tudo para impedir que a atmosfera atemporal da cidade se perca.
A Casa dos Contos é um dos lugares mais icônicos da arquitetura colonial da cidade. Um palacete que foi construído para servir de residência ao cobrador de impostos, João Rodrigues Macedo, mas acabou sendo usado para vários outros fins: prisão de alguns inconfidentes, sede da Infantaria Portuguesa e casa de fundição.
Ouro Preto também é conhecida pela quantidade de igrejas ricamente decoradas. Havia uma disputa entre as irmandades para saber quem construiria a igreja mais bonita e, desse pequeno embate, surgiram obras arquitetônicas lindíssimas, enfeitadas com ouro, vitrais e esculturas.
A igreja de São Francisco de Assis é um marco do rococó mineiro. Projetada por Aleijadinho e decorada em parceria com Manuel da Costa Ataíde, apresenta esculturas entalhadas nas paredes e pinturas que criam ilusões de profundidade e perspectiva.
Existem várias outras igrejas que merecem a sua visita. Os estilos variam entre rococó e barroco mineiro, a maioria é muito bem-ornamentada e cada uma tem uma história particular de fundação.
A estrutura urbanística é também um patrimônio histórico. As casas geminadas nas ruas tortuosas cobertas de pedra-sabão são uma herança da forma como as cidades europeias eram construídas. Alguns trechos ainda têm o calçamento original feito de madeira.
São Francisco do Sul
A cidade, fundada em 1504, é a mais antiga do estado de Santa Catarina e a terceira mais antiga do Brasil. Chamada popularmente de São Chico, o município preserva cerca de 400 edificações que são resquícios da colonização portuguesa. Além das influências desse país, é possível perceber traços arquitetônicos espanhóis, franceses e africanos.
Por ser no litoral, é comum que a maioria dos pontos turísticos sejam as praias conhecidas pelas ondas incríveis e os torneios de surfe. Não podemos dizer que uma visita à praia não seja inspiradora, mas se você está procurando por arquitetura colonial, vai precisar sair da areia.
O centro histórico é uma exposição de arquitetura luso-brasileira a céu aberto. As casinhas coloridas merecem uma atenção a mais e fazem lembrar muito as conhecidas ruas do centro histórico de Salvador, fundada poucos anos depois de São Francisco do Sul.
A Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, um dos pontos turísticos mais procurados do local, é toda feita em estilo veneziano, com cal de concha, óleo de baleia e areia. No seu interior, existe um pequeno museu sacro com peças que fizeram parte da história da cidade e da construção. Ela é bem-preservada e diferente das igrejas de Ouro Preto, já que foram erguidas na mesma época. Ela é menos adornada, com um aspecto claro e minimalista.
O Museu Histórico também é um lugar para conhecer e se inspirar. Ele contém grandes acervos de itens que contam a história da cidade e relembram as mudanças pelas quais já passou.
Arrume suas malas e conheça as cidades históricas brasileiras, elas podem ser fontes de inspiração para futuros projetos ou para dar aquele toque de personalidade na decoração.
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