Esse projeto de arquitetura já se destaca por ser extremamente compacto, modular e sustentável. Mas o que mais surpreende é a sua materialidade: as casas são feitas de papelão! Isso mesmo, 24 camadas de papelão fazem parte da estrutura interna das paredes desse projeto inusitado.
As casinhas flutuantes, chamadas de Wikkelboats, estão localizadas na cidade de Roterdã, na Holanda. Assim como mostramos nos textos da Fazenda Flutuante e do Floating Offices, parece que essa tendência das construções flutuantes sustentáveis realmente veio para ficar por aqui.
O conceito modular desse projeto é interessante, inteligente, eficiente e sustentável.
Cada módulo é formado por: 4,6 metros de comprimento x 1,2 metros de largura x 3,5 metros de altura. Os módulos podem ser conectados até formarem o espaço desejado. Três seriam o mínimo de módulos necessários para configurar uma casa com banheiro e cozinha.
Em Roterdã, foram instaladas quatro dessas casas destinadas a alojamento de curtas temporadas. São casinhas de férias compactas, com todos os equipamentos e facilidades necessárias para uma estadia confortável.
Você pode alugar um Wikkelboat para relaxar, passar a noite e/ou até reservar reuniões. As pessoas que já se hospedaram em uma dessas casinhas dizem se surpreender com a compacidade do espaço que, apesar de pequeno, oferece o essencial e possui um pé direito relativamente alto, proporcionando sempre iluminação natural e vistas para o exterior.
Talvez por conta do espaço limitado, durante a experiência algumas pessoas se inspiram a pensar de maneira diferente sobre a sua vida e necessidades cotidianas… às vezes precisamos de bem menos do que temos.
A respeito dos materiais e aspectos técnicos da arquitetura desse projeto: por serem pré-fabricadas, as casas podem ser montadas em até 48 horas, configurando uma construção de baixo impacto e sustentável. Também são autossuficientes, pois possuem painéis solares nos tetos que geram energia suficiente para a casa de temporada.
As paredes são envoltas em 24 camadas de papelão ondulado, a partir de uma técnica de compressão e colagem, com uma camada impermeável e, ao redor dela, o revestimento em madeira da fachada exterior, e, no interior, placas de madeira de pinho. Essa técnica de construção foi testada e aprovada, podendo ser resistente por no mínimo 50 anos.
Esse mesmo sistema de construção já foi implementado em parques, praias e até em coberturas de edifícios. Por ser uma construção rápida, prática, leve e de baixo impacto ambiental, tem ganhado muita popularidade por aqui e em outros países europeus como o Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, França e Alemanha.