Como portal de arquitetura e design, o Archtrends está sempre de olho nas tendências. Fazemos a cobertura dos principais eventos de design do mundo, como a Semana de Design de Milão, a CASACOR São Paulo e a Object Rotterdam, para citar apenas alguns exemplos recentes. Porém, as tendências não estão apenas nos eventos de design e decoração. O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lion é um exemplo.
A convite da agência de marketing digital Zmes, o Archtrends assistiu, na semana passada, a apresentação de seu fundador e CEO Marcelo Tripoli, com os destaques sobre o festival de publicidade. Apesar de voltadas à comunicação e publicidade, as tendências são, na verdade, de comportamento, e, em muitos casos, podem ter aplicações diretas no design.
Tripoli mapeou 8 forças para se prestar atenção:
- O poder de uma boa história bem contada (e produzida)
- A importância de relações não transacionais
- A criatividade como solução de negócios
- Creators como motor de marcas e vendas
- Hacks da cultura e do cotidiano
- O final da disputa branding vs performance
- A urgência dos talentos
- A necessidade do walk the talk
Um dos exemplos do poder de uma história bem contada (e produzida) foi a campanha brasileira da Nike, Eu acredito em fadas, com a skatista Rayssa Leal.
E também a campanha do nugget plant based do Burger King, que supostamente causaria muita confusão.
E se estivéssemos falando do Festival de Cannes de vinte anos atrás, talvez a premiação trouxesse “apenas” dezenas de campanhas com histórias tão bem contadas e produzidas quanto essa. Porém, a Internet aconteceu - e dominou o mercado de publicidade e a criatividade como um todo.
Uma das consequências da cultura da Internet é o hackeamento, que, nessa campanha premiada da Pepsi, mostrou como, com criatividade, podemos hackear o cotidiano. A marca convidou uma artista de origami para achar o logo da Pepsi “escondido” em embalagens de redes de fast food, como o McDonald’s, parceiro histórico da Coca-Cola.
Tripoli também trouxe dados sobre como gerar impacto na sociedade é uma obrigação das marcas:
- 73% dos consumidores acreditam que marcas devem agir para o bem-estar coletivo;
- 55% consideram que as empresas devem ter uma participação maior que a do governo no que diz respeito a melhorar o mundo;
- 83% disseram que empresas deveriam somente receber lucro se entregarem um impacto positivo.
Como exemplo de marca que causou um impacto coletivo, Tripoli citou a Inbev, que foi premiada em Cannes pela campanha da cerveja orgânica Michelob, que incentiva produtores rurais a fazerem a transição para plantações orgânicas.
Sobre a importância dos creators, ou influenciadores, como motores de marcas e vendas, Tripoli citou a collab entre o McDonald´s e Travis Scott, que gerou recordes de vendas, em um grande sucesso especialmente entre a Geração Z.
Como conclusões do Cannes 2022, Tripoli chegou a cinco considerações finais:
- Clientes têm as agências que merecem e agências têm os clientes que merecem;
- Boas histórias bem produzidas continuam sendo uma fórmula que funciona (e sempre serão);
- O mundo atual propiciado pelo digital abriu cem vezes mais possibilidades do que apenas seguir a dica dois;
- O uso estratégico dos creators irá separar marcas vencedoras das perdedoras;
- Esqueça o falso paradoxo entre construir marca ou vender, mensure tudo, teste e conecte sempre com o propósito do seu público.
Irresistível não adaptar para o mercado de arquitetura, não é mesmo?
- Clientes têm os profissionais de arquitetura que merecem e profissionais de arquitetura têm os clientes que merecem;
- Bons projetos bem produzidos continuam sendo uma fórmula que funciona (e sempre serão);
- O mundo atual propiciado pelo digital abriu cem vezes mais possibilidades do que apenas seguir a dica dois;
- O uso estratégico da criação de conteúdo irá separar profissionais de arquitetura vencedores das perdedores;
- Esqueça o falso paradoxo entre bons projetos ou vender, mensure tudo, teste e conecte sempre com o propósito dos seus clientes.
Se você é profissional de arquitetura, concorda?
Continue seguindo o Archtrends para tendências de comportamento de todos os setores.