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Balanço da Bienal de Arte de Veneza 2022

cidade da Bienal de Veneza 2022

Bienal de Veneza 2022: cidade é enfeitada para receber evento (Foto: Luiza Vegini)

Com curadoria de Cecilia Alemani, a Bienal de Arte de Veneza de 2022 foi batizada de O Leite dos Sonhos. Esse nome foi inspirado em um livro de contos da pintora e escritora surrealista Leonora Carrington. Na obra, ela descreve um mundo mágico onde a vida se reinventa graças à imaginação. Essa referência cercou o ar da 59ª edição da Bienal, encerrada no fim de novembro, com seus 81 pavilhões distribuídos entre o Arsenale e o Giardini.

Bienal de Arte de Veneza 2022 Arsenale e o Giardini
A Bienal de Arte de Veneza de 2022 com curadoria de Cecilia Alemani, que escolheu chamar o evento de ‘’O Leite dos Sonhos’’ (Foto: Luiza Vegini) 

A Bienal sempre foi um apanhado de questões da atualidade. Percorrendo os vários pavilhões, ressurgem temas como guerra, racismo, identidade, tecnologia e o desenvolvimento sustentável.  Essa incursão pelas artes contemporâneas é uma viagem pelo humano e sua relação com o mundo.  

Nesta edição, apareceram as cápsulas do tempo -  cinco pequenas mostras temáticas distribuídas no Pavilhão Central. Essas conectam obras do passado com criações contemporâneas. Assim, formam-se relações inusitadas entre gerações, além de questionamentos sobre a história da arte, destacando seus erros e acertos. 

Obras contemporâneas da Bienal de Arte de Veneza 2022
Obras contemporâneas se relacionam com edificações centenárias na Bienal de Arte de Veneza 2022 (Foto: Luiza Vegini) 

Um dos destaques da Bienal foi o espaço oficial da Alemanha, com intervenções da artista Maria Eichhorn. Com cortes nos pisos e paredes do ambiente, ela rememora a  história do pavilhão e a sua evolução ao longo do tempo, além de erguer reflexões sobre a contemporaneidade.  

O pavilhão inglês foi inteiramente dedicado ao projeto da artista britânica Sonia Boyce intitulado Feeling Her Way - uma grande instalação multimídia, composta por vídeos, sons, e esculturas que abordam o Brexit e as várias formas de ultrapassar as divisões.

Cenografia que convida a reflexão na Bienal de Veneza 2022
Cenografia que convida a reflexão na Bienal de Arte de Veneza de 2022 (Foto: Luiza Vegini) 

No espaço da Islândia, aparece Perpetual MOTION, do artista Sigurður Guðjónsson. A obra é encenada com uma gigantesca tela dividida em dois eixos perpendiculares, de 6 metros, com uma imagem ampliada de pó de metal, e oferece ao público uma investigação poética sobre a materialidade.

Outro destaque foi Malta, com trabalho dos artistas Arcangelo Sassolino, Giuseppe Schembri Bonaci e Brian Schembri, que rememoram a obra Decapitação de São João Batista, de Caravaggio, por meio de uma instalação cinética e escultural. 

pavilhões históricos
 Todos os pavilhões são distribuídos em edifícios históricos (Foto: Luiza Vegini)

Já no pavilhão do Brasil, a exposição é composta por impressões fotográficas, esculturas (algumas delas interativas) e um vídeo que trazem algumas expressões populares do Brasil e que se utilizam de partes do corpo humano em metáforas como “nó na garganta”, “cara de pau”, “olho do furacão”, “das tripas coração”, “de braços cruzados”, “empurrar com a barriga”, entre outras, de autoria do artista alagoano Jonathas de Andrade.

Área externa do Arsenale da Bienal de Veneza 2022
Área externa do Arsenale da Bienal de Arte de Veneza 2022 (Foto: Luiza Vegini)

E a Itália? Merece um capítulo à parte. O projeto História da Noite e o Destino dos Cometas, com curadoria de Eugenio Viola, apresenta pela primeira vez na história do pavilhão um único artista: Gian Maria Tosatti. 

Em sua instalação para a Bienal, ele combina referências literárias, artes visuais, teatro e performance. Confronta o delicado equilíbrio entre humanidade e natureza, entre os sonhos e erros do passado e as perspectivas futuras. 

Gostou do post? Já estamos ansiosos para as próximas Bienais de Veneza.

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