Roterdã é uma cidade em plenos transformação e crescimento urbano, berço de escritórios de arquitetura holandeses estrelados internacionalmente, como o OMA e o MVRDV. Portanto, a Bienal de Arquitetura de Roterdã é uma das mais importantes do mundo e visa, através de exposições e palestras, questionar como podemos projetar cidades, casas e lugares melhores no futuro.
A 10ª edição da Bienal de Arquitetura de Roterdã fez um grande balanço sobre a questão das mudanças climáticas e o papel da arquitetura para as futuras gerações. A exposição reúne pesquisas históricas, exemplos práticos inspiradores e cenários futuros, pensando até 2072. Esta visão geral pinta um quadro que é ao mesmo tempo preocupante e esperançoso.
Foram apresentados trabalhos de arquitetos, urbanistas, artistas, acadêmicos e paisagistas, que documentam e mapeiam as causas e consequências das mudanças climáticas. Suas observações criam uma paisagem contemporânea que reflete os efeitos da mudança climática e exigem uma resposta aos problemas decorrentes.
O evento ocorreu de 22 de setembro a 13 de novembro de 2022, nos portos da cidade de Roterdã. A maior exposição, chamada It's about time, (traduzida para o português como ‘já era hora’), foi apresentada no Ferro, um imponente antigo contêiner de gás natural.
A exposição foi organizada pelo Ministerie van Maak, parcialmente incentivada pelo governo holandês, que convocou 100 designers e especialistas para usar seus conhecimentos e sua imaginação para apresentar novos projetos para o país. Ao fazer isso, o Ministerie van Maak tem como objetivo contribuir para a transformação radical da Holanda e oferecer soluções concretas para a falta de moradia, a transição energética e as consequências da mudança climática. Além disso, incentiva a reflexão sobre a forma como as estruturas governamentais existentes lidam com todas essas questões.
Para a Bienal de Arquitetura de Roterdã, o Ministerie van Maak apresentou maquetes que foram desenvolvidas por diversos escritórios de arquitetura do país, com ideias de como inserir 1 milhão de habitações no país.
Os escritórios escolhidos receberam um kit com materiais necessários para desenvolverem uma maquete de uma determinada região da Holanda. Foi como se cada escritório de arquitetura tivesse a oportunidade de "brincar" de planejamento urbano em uma zona específica do país, contribuindo com análises e propostas de soluções para o adensamento no futuro.
Na Holanda, se valoriza muito a colaboração coletiva entre os escritórios de arquitetura e as iniciativas de governo. Eventos como esse trazem à tona muitos temas relevantes a serem considerados pelos órgãos públicos e de planejamento urbano das cidades.