Como a arquitetura contemporânea pode coexistir com o patrimônio histórico
A Det Kgl Bibliotek, assim chamada na Dinamarca, é a Biblioteca Real Dinamarquesa, localizada em Copenhague. Foi fundada em 1648 pelo rei Frederik II e é uma das mais antigas e importantes da Escandinávia, considerada um tesouro cultural do país.
A biblioteca tem uma extensa coleção de materiais impressos, manuscritos, mapas, fotografias e obras raras, que datam do século 11 até os dias atuais. A coleção inclui mais de 35 milhões de itens, e continua a expandir por meio de aquisições, doações e depósitos legais de publicações dinamarquesas.
A Det Kgl Bibliotek também é responsável pela preservação do patrimônio literário e cultural da Dinamarca. Ela abriga muitos manuscritos e documentos históricos importantes, incluindo a Carta Magna Dinamarquesa de 1241, que é uma das cópias mais antigas conhecidas. Também é a sede oficial de todas as publicações dinamarquesas e desempenha um papel fundamental na preservação e disseminação do conhecimento produzido no país. Promove ainda exposições, palestras e eventos culturais, bem como oferece programas de treinamento e orientação para ajudar os usuários a explorar e utilizar seus recursos.
A Biblioteca Real Dinamarquesa é composta por dois edifícios principais, cada um com sua própria arquitetura distintiva: o edifício antigo (Det Gamle Bibliotek) e o edifício novo (Det Ny Bibliotek), que estão integrados arquitetonicamente de forma harmoniosa.
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O edifício antigo é uma obra-prima arquitetônica, construída entre 1906 e 1920, projetada pelo arquiteto dinamarquês Hans Jørgen Holm, em estilo neoclássico. É conhecido por sua fachada imponente e rica em detalhes, com colunas, frontões esculpidos e uma escada monumental. O interior do edifício antigo é igualmente impressionante, com salões de leitura luxuosos, tetos altos, lustres e elementos decorativos elegantes, que transmitem uma sensação de grandiosidade e tradição.
O edifício novo, por outro lado, é um exemplo de arquitetura moderna e minimalista, projetado por Schmidt Hammer Lassen, inaugurado em 1999. É uma estrutura de aço com linhas retas e uma abordagem contemporânea. O edifício novo é conhecido por sua fachada de vidro, que permite entrada de luz natural em abundância e oferece vistas panorâmicas para Copenhague. O interior é composto por espaços abertos e funcionais, com áreas de leitura, espaço de exposição e instalações.
A integração entre o edifício antigo e o novo é feita de forma cuidadosa e respeitosa à arquitetura histórica. Os dois edifícios são conectados por uma passagem subterrânea e uma ponte suspensa, que permite a circulação dos visitantes entre as duas partes. A ponte suspensa é uma obra de engenharia impressionante, com um design contemporâneo e minimalista, contrastando, mas ao mesmo tempo somando ao antigo edifício histórico.
Essa integração do novo com o antigo é vista como um exemplo bem-sucedido de como a arquitetura contemporânea pode coexistir harmoniosamente com edifícios históricos, preservando seu valor patrimonial e ao mesmo tempo fornecendo instalações modernas, funcionais e adaptadas para os tempos de hoje.
A combinação do estilo neoclássico do edifício antigo com o design contemporâneo do edifício novo cria uma atmosfera única e inspiradora, tanto para os amantes da literatura, quanto para os amantes da arquitetura em Copenhague.