A casa em 2025
A casa é um espaço de socialização e existência no mundo, e assim, reflete muitas das mudanças e movimentos que vemos em sociedade. Prova disso são as inúmeras ressignificações que a casa teve junto com as transformações sociais da pandemia - comentei sobre isso aqui.
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Faltando menos de 100 dias para acabar 2023, já olhamos para o que vem pela frente. Esse ano, a noção de futuro tem se estreitado, com tantas previsões que antes julgávamos tão distantes se tornando cada vez mais parte do presente. As mudanças climáticas e o aquecimento da Terra já são realidade, e nos fazem repensar muita coisa, inclusive a vida dentro de casa.
O que podemos esperar para os próximos dois anos? O Fórum Econômico Mundial aponta que a sociedade precisa desde já começar a adaptar as residências para a mudança climática.
Eventos climáticos extremos têm virado rotina e já expõem as mudanças necessárias nas construções, que vão desde estruturas mais robustas que possam resistir melhor à chuvas e ventos fortes, até materiais mais adequados para temperaturas mais altas, que proporcionem mais conforto térmico.
Pensar em novas soluções energéticas para as casas será necessário. Como alerta o WEF, muitas construções antigas podem ter sistemas de isolamento, vedação e refrigeração ineficientes para as futuras atuais condições climáticas, o que pode fazer com que a necessidade de ar condicionado seja muito grande. Alterações e reformas podem trazer mais conforto e ainda economizar energia a médio prazo.
Além disso, cada vez mais pessoas têm aderido à energia solar residencial, logo, construções novas precisam levar novos modelos energéticos em consideração desde o dia um. Para quem projeta, cabe também o desafio de tornar as soluções sustentáveis mais atrativas e desejáveis para os clientes.
A casa do futuro pode não ter nada a ver com as construções idealizadas na cultura pop, com muita tecnologia envolvida e materiais prateados para todo lado. As construções do futuro devem passar muito mais por soluções para os problemas reais das cidades do mundo. É o caso da iniciativa do escritório JDS Architects junto com a ONU, para a construção de habitações feitas com plástico 100% reciclado. Uma única casa de 60 m² do projeto consegue reciclar oito toneladas.
Mas não são só as mudanças coletivas que irão transparecer nas casas, no âmbito individual também, afinal, a casa é sobretudo um espaço de intimidade. Com a institucionalização do trabalho em casa, garantir a otimização e o máximo aproveitamento dos espaços é uma preocupação, ainda mais que à medida que as pessoas saem menos de casa, os espaços também vem diminuindo de tamanho.
Uma pesquisa da IKEA mostrou que 40% das pessoas em todo o mundo concordam que espaços separados para necessidades e interesses são importantes para refletir a sua identidade. A casa ideal precisa otimizar o seu espaço, criando integração ao mesmo tempo em que garante divisões de espaços com finalidades distintas.
Os layouts flexíveis serão cada vez mais necessários, não apenas para o aproveitamento de espaços, mas também para garantir a boa convivência entre os moradores das casas, como aponta a WGSN.
Segundo o estudo The Future of Home Interiors 2030, o aumento dos custos de habitação está levando as pessoas a viverem em conjunto: a tendência é que famílias, casais e amigos permaneçam juntos no mesmo teto por mais tempo. Por isso, criar espaços que possam acomodar as diversas atividades de diferentes faixas etárias será fundamental.
No Brasil, a relação com a casa tem lugar de destaque, e não vai deixar de ser assim. Uma pesquisa feita pelo Quinto Andar e pelo Datafolha mostrou que conquistar a casa própria é o maior sonho de 87% da população. Além disso, 95% dos brasileiros consideram a casa o seu lugar preferido.
De acordo com a pesquisa, as atividades preferidas dos brasileiros dentro de casa são: fazer oração, cuidar da casa, cozinhar, ouvir música, assistir filmes e séries. Sendo assim, proporcionar conforto para as atividades mais presentes na rotina é o desejo da maioria.
Já a pesquisa Casa do Futuro, feita no Brasil pela Hibou, aponta os desejos dos brasileiros para suas casas nos próximos anos: segurança é o desejo número um da lista, seguido pela vontade de ter uma casa mais conectada, tecnológica e com mais espaço para crianças, amigos e pets.
Para os brasileiros, a casa do futuro reúne a comodidade de uma casa aconchegante e sustentável com as tendências tecnológicas que, em breve, farão parte de mais lares, como o painel solar e a automação.
Todo o ano eu visito a casa cor e faço um vídeo mostrando as tendências. Nesse ano, sua publicação será citada. Muito consistente e clara, relevante. Obrigada! Parabéns!