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rejunte bege
As linhas de rejunte ficaram quase imperceptíveis no piso (Foto: Portobello)

3 dicas para não errar na hora de escolher o rejunte

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09.01.2023
Lilian Santos, especialista em revestimentos, explica o que é o rejunte e compartilha suas dicas preciosas para a especificação
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Em meio a todas as demandas de uma obra, muitas pessoas passam batido pela escolha do rejunte. Pode parecer algo que não mereça tanta importância, mas, além de dar o acabamento final para o revestimento, o rejunte serve para diminuir infiltrações, evitar acúmulo de sujeira e proliferação de insetos, entre outros pontos que você só dará o devido valor quando se mudar e conviver com ele diariamente. 

>>>>> Veja também: 14 inspirações de revestimentos com rejuntes coloridos no Revestindo a casa

Se você não sabe do que estou falando, o rejunte é o material de construção utilizado para preencher as frestas existentes entre as placas do revestimento, após o assentamento. Trata-se de uma massa específica para essa finalidade, composta por agregados minerais, cimentos, polímeros e outros aditivos. Ao ser misturada com água, essa misturinha transforma-se em uma massa maleável e homogênea, permitindo a aplicação nas juntas de assentamento (nome do espaço que fica entre as peças de revestimentos cerâmicos).

rejunte rosa
Escolher um rejunte de cor próxima ao revestimento é uma estratégia muito comum para torná-lo mais discreto (Foto: Portobello)

O rejunte é empregado após a instalação da maioria dos revestimentos, incluindo porcelanatos, cerâmicas, pastilhas e pedras naturais. Além da estética, o rejunte existe por uma questão técnica muito importante: nem todos os revestimentos podem ser assentados lado a lado, na chamada junta seca, pois alguns materiais tendem a expandir com o calor e retrair no frio. O rejunte é o que irá preencher este espacinho da emenda, garantindo que a peça não trinque ou crie dentes nesta movimentação natural. 

Além disso, ele protege as laterais das peças, vedando-as parcialmente. Isso minimiza a penetração de água e eventuais transtornos, como o descolamento dos revestimentos, aparecimento de fissuras e o surgimento de mofo. Já deu para perceber como é importante escolher bem o seu rejunte, não é? 

Mas, pensando nas opções disponíveis no mercado, como saber qual o ideal para o seu projeto? Separei três dicas importantes para você não errar! 

1. Analise o estilo de vida do cliente e entenda a relação dele com a limpeza 

ralo de banheiro
Para quem não suporta a aparência de rejunte encardido no banheiro, é melhor evitar o tipo cimentício, principalmente quando for especificar revestimentos menores (Foto: Portobello)

Existem basicamente três tipos de rejunte: cimentício, acrílico e epóxi. O queridinho da mão de obra é o cimentício, por ser mais fácil de aplicar e ter um bom custo benefício. Contudo, ele também é o rejunte mais poroso de todos e acaba encardindo com facilidade. 

Neste momento, você precisará aplicar o Briefing Sensorial, um método que desenvolvi, no qual as escolhas são baseadas nas reais necessidades, sonhos, hábitos e cultura do morador. Se o seu cliente tiver um perfil que se incomoda com sujeira e apresenta certos sinais de perfeccionismo, certamente ele ficará descontente e incomodado com o resultado do cimentício. 

Nunca me esqueço de uma seguidora que comentou em uma publicação minha que ela odiava a própria casa por conta do rejunte. Ninguém tem que sentir ódio pela casa em que mora, não é mesmo? Daí a importância da gente entender as diferenças entre os produtos e aprender especificar da forma certa.

O rejunta acrílico tem um acabamento um pouco mais liso e preço intermediário. Já o rejunte epóxi é impermeável e resistente a fungos e manchas, sendo o acabamento de melhor qualidade, mas é preciso cuidado na aplicação do produto, pelo fato de secar com muita facilidade e ser difícil sua remoção. E é muito importante a mão de obra ser especializada e ter prática na aplicação desse tipo de rejunte.

2. Analise a superfície do revestimento que será instalado 

rejunte epóxi cinza
Para revestimentos com resistência ao escorregamento em áreas externas, evite o rejunte epóxi, que pode dificultar a aplicação e deixar rebarbas nas peças (Foto: Portobello)

Quanto mais rugosa a superfície, mais difícil será a limpeza. E não estou falando apenas do dia a dia, mas também na hora da aplicação do rejunte. Então, se você optar por revestimentos mais rústicos, como pedras naturais ou porcelanatos externos, evite o rejunte epóxi. 

Como comentei anteriormente, ele seca com mais facilidade e adere ao revestimento, sendo bem trabalhosa a sua remoção. Para revestimentos rústicos e de áreas externas, você deve optar pelo revestimento acrílico ou cimentício. Mas nunca se esqueça de consultar a orientação do fabricante sobre o rejunte indicado.

3. Ambiente e usabilidade

lareira de porcelanato marmorizado
Em lareiras, por conta da alta temperatura, é melhor evitar o rejunte epóxi (Foto: Portobello)

Se você já definiu o perfil do seu cliente, é hora de avaliar o ambiente onde o rejunte será aplicado e sua usabilidade. Cada ambiente da casa tem recomendações específicas.

Rejuntes epóxis não são resistentes a altas temperaturas, por isso, não são indicados para superfícies que excedem 72ºC, como lareiras e churrasqueiras, ou abaixo de -10ºC, como projetos de câmaras frias, por exemplo. Para áreas molhadas e molháveis, como banheiros com box, são ótimos por serem impermeáveis. 

O rejunte acrílico pode ser aplicado tranquilamente em áreas molhadas, como banheiros, lavanderias e áreas externas, além de áreas secas. 

Já o rejunte cimentício é uma opção com excelente custo-benefício quando falamos em áreas secas, como salas e quartos, mas ficará mais encardido na hora de limpar caso seja aplicado no interior do box. 

Percebe como cada caso é um caso? Por isso, dominar as especificidades técnicas de cada tipo, avaliar o perfil do seu cliente e o local de aplicação é tão importante para garantir o resultado desejado e moradores mais satisfeitos. 

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